Planejamento Estratégico, o conselheiro e sua função em Startups

Planejamento Estratégico, o conselheiro e sua função em Startups

Planejamento estratégico é o processo de definição de metas da empresa, assim como as ações que serão utilizadas para alcançá-las e quais serão os recursos necessários e possíveis (diante da realidade da empresa). Pode-se dizer que o planejamento estratégico estabelece o que deve ser feito, por que deve ser feito e como deve ser feito. Ou seja, fornece suporte para a empresa administrar melhor o tempo, recursos e esforços dos times através das diretrizes estratégicas, táticas e operacionais no intuito de impulsionar o crescimento da organização ou manutenção de seu market share.

A função do planejamento estratégico é servir de guia para que as ações a serem realizadas durante um período pré-determinado estejam alinhadas ao propósito organizacional. Com efeito, facilita, também, a rápida identificação de desvios de rota para que sejam corrigidos rapidamente sem causar maiores danos ao processo de alcance dos objetivos.

Em muitas organizações, o planejamento estratégico funciona como a porta de entrada para investimentos em inovação, na cultura organizacional e outras ações que funcionem como respostas a um ambiente de constante mudança no mercado. Mas se as startups são genuinamente inovadoras, qual a principal razão de se investir em planejamento estratégico nesse modelo de negócio?

Quais as principais características de empresas Startups?

O mundo BANI é o cenário, o “pano de fundo”, no qual apenas as startups se sentem confortáveis no imaginário da maior parte das pessoas. Nesse imaginário coletivo, as startups estão preparadas para lidar com as adversidades do mercado por serem genuinamente inovadoras. Mas quais são as principais características do mundo BANI e, também, das STARTUPS?

Mundo Bani

- Brittle (frágil) - Anxious (Ansioso) - Non Linear (não linear) - Incomprehensible (incomprensível)

Startups - Inovação -Escalabilidade - Repetibilidade - Flexibilidade e Rapidez

As startups são empresas que desenvolvem produtos ou serviços inovadores que

solucionam um problema real dos consumidores dos mais diversos mercados, com potencial de rápido de crescimento e alta escalabilidade. Quando falamos da

escalabilidade é importante destacar que essa característica permite o modelo de

negócio seja facilmente replicado, sendo possível escalar sem aumento proporcional dos seus custos. Isso porque elas utilizam de forma intensiva a tecnologia, em especial as tecnologias da informação e a Internet. Outra característica importante de uma startup é o ambiente de incerteza no qual ela está inserida. Em sua fase inicial, muitos elementos que compõe seu modelo de negócio estão ainda incertos e pouco definidos.

Sim, vendo as características das startups e do mundo bani, elas estariam mais aptas a navegar nesse contexto do que que empresas de capital aberto, sociedades anônimas ou limitadas. Mas, então por que se faz tão necessário o planejamento estratégico nesse modelo de negócio?

Razões de uma Startup investir em Planejamento Estratégico

Independente da economia, as startups precisam conviver com escassez, mudanças de rumo repentinas, dificuldade para conquistar clientes, falta de reputação, mercados despreparados para a solução e até pouca atratividade para contratar talentos.

Segundo o levantamento Founders Overview, produzido pela ACE em parceria

com BHub e a55, o primeiro desafio de uma startup é a busca por ajuda para definir os primeiros passos do negócio. A cada três fundadores entrevistados um relatou não ter tido ajuda no processo inicial do negócio. Dos que tiveram apoio, os programas de aceleração foram os mais citados (29,3%), seguidos pelas orientações do Sebrae (26,8%). Esse apoio inicial encaminha a startup para uma trilha mais assertiva de crescimento. Este fato pode ser comprovado com o dado que a maioria (70%) das startups que declaram ter tido auxílio inicial tiveram crescimento de mais de 50% nos últimos seis meses.

O Planejamento Estratégico, portanto, é uma peça fundamental para o sucesso e crescimento sustentável de startups em um mercado altamente competitivo. Por meio dessa metodologia, os fundadores podem traçar metas claras e realistas, antecipar riscos e identificar oportunidades de mercado.

O primeiro passo desse planejamento estratégico, pode-se dizer que acontece “na sala do conselho”. Ou seja, o Conselho contribui definindo as competências estratégicas chaves, recolhe a visão dos acionistas e revisita a missão, visão e valores. Depois, o planeamento segue outras etapas junto à diretoria (análise de cenários, de competências, recursos e riscos, por exemplo) antes de ser aprovado pelo Conselho.

Mas as startups geralmente não possuem conselhos. Desta forma como fica a

execução do planejamento estratégico? Não havendo uma “Sala do Conselho”, a

startup pode optar pela contratação de empresa especializada no mercado ou por

fazer internamente com o seu corpo dirigente e apoio de instituições como o Sebrae. O importante é que se invista nessa etapa de planejamento, já que as empresas startups que fazem o planejamento estratégico trabalham as competências chaves

como:

- Excelência Operacional e Corporativa - Capacidade de Comercialização de Produtos & Serviços - Marketing & Comunicação (Interna e Externa) - Gestão de Pessoas (Liderança) - Atracão e Retenção - Relacionamento com o Cliente e o Mercado - Inovação & Tecnologia.

Por fim, é importante ressaltar que o mapa de gestão de riscos (riscos globais, regulatórios, financeiros, operacionais, estratégicos e cibernéticos) deve ser uma etapa a ser cumprida.

E, com o planejamento "em mãos", a startup deve seguir a mesma prática de mercado: de usá-lo como guia, mas sempre estar preparada para imprevistos e ajustes de rotas. Tão importante quanto planejar é executar, e, se a startup poder contar com o apoio de um Conselho Consultivo, as chances de ajustes mais rápidos e assertivos aumentam.

Incluir o mercado de startup na função e mercado de atuação do conselheiro não é uma visão de futuro. É uma visão de presente.

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