PLANO REAL: 24 ANOS ENTRE O VELHO E O “NOVO”
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PLANO REAL: 24 ANOS ENTRE O VELHO E O “NOVO”

QUE BRASIL QUEREMOS VER SURGIR DAS URNAS?

Estamos na eminência de passar talvez pelo mais importante processo eleitoral dos últimos 50 anos. Isso se deve, não apenas ao quadro de deterioração política e institucional que vive o pais, mas também a um ambiente de deterioração econômica onde o Estado, inchado e incompetente, caminha para um patamar insustentável de dívida pública que já se aproxima, perigosamente dos 100% do PIB (75,1% um recode histórico registrado em Fevereiro ultimo, com projeção de 78% para 2018), algo assustador.

Está claro que um Regime Presidencialista de Coalizão, que não funciona muito bem em economias significativamente estruturadas como Alemanha, França e Inglaterra tem, no Brasil, um poder de destruição devastador.

Verdade é que nos últimos 24 anos (apenas para situar na linha do tempo a idade do Plano Real: um plano de salvação nacional, de cunho Liberal que evitou a destruição total de nossa economia) o país foi loteado e destruído pela corrupção e pela má gestão pública.

O Governo se agigantou, inchou e tomou conta de parcelas significativas da renda e do PIB, seja através de uma política fiscal perversa, seja mediante o controle de setores importantes da economia com flagrante incompetência, má gestão e é claro, tendo como principal objetivo o de distribuir riqueza entre os ricos, além das atividades espúrias patrocinadas pelo modelo toma-lá-dá-cá, típicos das coalizões que caracterizam o regime em vigor.

O que eu quero dizer é...

Estamos na eminencia de fazer uma grande “limpeza eleitoral”, ou seja, tirando o foro privilegiado (e a impunidade) de bandidos que historicamente “compram” seus mandatos com ilícitos de toda ordem, como sabemos.

E as próximas eleições, são SIM, uma oportunidade imperdível de trazer caras novas ao ambiente político brasileiro, como única forma de instaurar NOVAS POSSIBILIDADES de reconstrução de um Brasil, cujo potencial é indiscutível: MAS MUITO PRECISA SER FEITO e o futuro começa hoje.

QUANDO FALAMOS DE PLANO REAL e de como ele representou uma operação de salvamento, muitos de nós talvez não tenha em mente a verdadeira noção contextual dessa história.

Mesmo agora quando NOVOS POLÍTICOS, não gente inexperiente, mas GENTE NOVA na política, as “caras novas” de que o Brasil tanto precisa, DISPOSTOS A SURFAR A ONDA DA RENOVAÇÃO, é preciso entender MELHOR em que cenário isso ocorre e o que isso representa em termos históricos.

Se o PLANO REAL, algo que deu certo... que vem dando certo ao longo dos últimos 24 anos, mesmo com tantas tentativas de sabotagem (me refiro à subversão dos seus pilares e preceitos básicos), TEM UM CUNHO LIBERAL, temos que dar continuidade a essa proposta. Este pode ser o momento para reconduzir o Brasil para os trilhos do que dá certo no planeta. O Mundo está em ebulição, com imensas oportunidades, como é o caso da Aliança entre o Japão e a Comunidade Europeia, algo que representa cerca de 1/3 do PIB mundial. Mas como o Brasil pode se inserir sendo uma das economias mais fechadas do Planeta?

Não por acaso, muitos dos candidatos que aí estão, assumido uma ROUPAGEM LIBERAL mesmo que jamais, em tempo algum, tenham assumido posturas liberais e sim, CONSERVADORAS ou de ESQUERDA RADICAL (essa mesma que destruiu o Brasil).

Um pouco de História...

Rolava o ano de 1985 quando chegava ao fim um ciclo negro da história política Brasileira, uma ditadura militar que vigoraria de 1964, com o Golpe militar, até a eleição indireta de Tancredo Neves em disputa com Paulo Maluf, dessa forma, dando início ou restabelecendo uma nova linhagem de Presidentes Civis na nossa história.

Instaurava-se assim a NOVA REPÚBLICA (ou a Sexta República como também é chamada), com protagonistas nem tão novos assim, mas numa esperançada oxigenação diante do que se convencionou chamar dos “anos de chumbo” e pondo fim a um regime de exceção “provisório” que duraria mais de 20 anos.

A essa altura o Brasil convivia com o pesadelo de estagnação econômica, elevado endividamento público e hiperinflação, que destruía principalmente a economia popular, aqueles que não tinham a menor defesa numa economia indexada.

Reza a lenda (uma "H"istótia contada pelo eminente jornalista Sebastião Nery) que, assim que Tancredo Neves foi eleito, foi apresentado por um amigo ao Chico Lopes (Francisco Lopes, renomado economista) e o recebeu em sua residência em Brasília. Nessa ocasião, o Chico fez uma apresentação detalhada de um Plano Econômico, ao qual ele nominava como “Choque Heterodoxo” (idéias compartilhadas com o Pérsio Arida e outros dessa geração).

Tancredo, sempre educado e um bom ouvinte, ouviu atentamente todas as explicações e ao final, agradeceu calorosamente ao conduzir o Chico até a porta. Em seguida, chamou seu amigo num canto e disse: “inteligente o Francisco, né? Mas ele tem umas ideias esquisitas...”!

Assim como a História dos bastidores conta que supostamente, o Espiridião Amin, recusou ser o vice de Tancredo por se dizer um homem de princípios partidários, pudores que o José Sarney dispensou. Os desdobramentos incidentais disso determinaram um curso improvável que conduziu o Brasil para um outro enredo, que teria sido impossível com Tancredo e que acabou modelando a história econômica com a Presidência caindo no colo do Sarney (e não do Amin). No fim, de alguma forma o Chico venceu...

E foi assim que em fevereiro de 1986 tivemos a edição do chamado Plano Cruzado , um dos oito de nossa história. Que dentre outras medidas trouxe um congelamento radical de preços e provocou uma monetização extraordinária da nossa economia.

Eu que nessa época dirigia o Banco Real, lembro como se fosse hoje de como, uma economia com os preços congelados (artificialmente) produziram uma pressão de demanda e mais ainda, ficou evidente de como o BRASILEIRO É UM POVO EMPREENDEDOR. Uma das saídas para os Bancos, que perdiam as receitas dos "floatings", era voltar a emprestar ao setor privado (ou seja ser verdadeiramente bancos), e nesse aspecto, não faltavam tomadores: gente que queria incrementar seus negócios ou mesmo estabelecer-se por conta própria “demitindo seus patrões”, afinal, não faltavam compradores para o que quer que fosse, numa economia tão monetizada de primeiro momento.

É claro que nada disso tinha a consistência necessária para dar certo e sucessivas tentativas foram feitas, 5 só no Governo Sarney até que surgisse um novo processo sucessório em que concorreram Fernando Collor de Melo, “o caçador de marajás” e o eterno candidato da Esquerda radical, Luiz Inácio Lula da Silva.

E foi assim que chegamos à ERA COLLOR e dois novos Planos Econômicos (Collor e Collor II), com o inesquecível confisco da Poupança e o congelamento dos recursos depositados nos bancos. Eu, que nessa época dirigia o Banco na Região do ABCD e BX. Santista, lembro bem de como as empresas tentavam sacar seus recursos para pagar compromissos e folhas de pagamentos e não conseguiam.

Minha atitude nessa transição foi ligar para cada um dos meus gerentes e dar 5 minutos de risadas com a seguinte orientação: Na dúvida, pague...evitando linxamentos!

Folclore à parte... não resolveu!

A VELHA REPÚBLICA SIM, essa se mobilizou para destituir um Presidente Arrogante, totalmente isolado, sem nenhum respaldo partidário (até o FHC que o apoiara na campanha, acabou votado pelo impedimento) e assim, tivemos o impeachment baseado no episódio da Elba... (rssss). A essa época nem em sonho se imaginaria a forma como anos depois, uma quadrilha do PT se instalaria no poder, aparelharia o Estado e chegaria ao mesmo processo só que desviando Bilhões e, de quebra, destruindo os fundamentos da economia...de uma forma avassaladora.

A História Escreve certo por linhas tortas (assim como o Plano Real deu certo) ...

Ao assumir o Vice Itamar Franco, criaram-se certas condições para uma intrincada operação de salvamento que passaria pela criação de um grupo de trabalho com Economistas brilhantes e a improvável nomeação de Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Economia que acabaria alçando à condição de principal protagonista, um dos maiores talentos dentre os economistas dessa geração, refiro-me à Gustavo Franco a quem se deve, grandemente a implementação e desenvolvimento do Plano Real que erradicou, em definitivo a Hiperinflação no nosso País, alem de alçar, pouco tempo depois, o Fernando Henrique à presidência.

A PROPOSTA LIBERALISTA DO PARTIDO NOVO

A desilusão relativamente aos políticos que contaminaram as casas políticas do Brasil (Câmara e Senado), salvo honrosas exceções (e elas existem sim), abriu um espaço jamais visto no ambiente político Brasileiro para promover uma profunda renovação no quadro político.

Claro que estamos falando num processo que levará um certo tempo mas acontecerá e isso será fundamental para que haja um projeto de profunda revisão da GOVERNANÇA deste país seja no tamanho do Estado, na competência com que deve cumprir o seu papel em atividades inerentes a ele, na sua missão para criar as condições favoráveis para que o Brasil cumpra seu potencial e se apresente ao mundo como um jogador de primeira linha.

Depois de um imenso vácuo de Bons Políticos, está surgindo uma NOVA SAFRA, com gente JOVEM E GENTE COMO EU, JOVEM HÁ MAIS TEMPO, como é o caso do João Amoedo (55) e do Gustavo Franco (62). E é com eles que surge o PARTIDO NOVO cuja proposta LIBERAL, em muito se assemelha aos pilares do PLANO REAL e que está no DNA dos Países que deram certo nos últimos 50 anos.

O que vai salvar o BRASIL não são as IDEOLOGIAS LIBERALIZANTES, mas alguns dos princípios liberais que exigem um Governo menos empresário, intervencionista e que assuma o seu papel de facilitador para os homens e empresários de bem.

Assim, cuidado: SEU VOTO VALE UM PAIS!

SAIBA MAIS:

O PENSAMENTO VIVO DE JOÃO AMOEDO

O PENSAMENTO VIVO DE GUSTAVO FRANCO

O POSICIONAMENTO DO PARTIDO NOVO

Leonardo Rodrigues dos Santos

IT Sales Account Executive - Cloud Sales | Oracle Cloud | Huawei Cloud | Azure | GCP | ODA | EXADATA | FORTINET

6 a

Parabéns, excelente leitura. Abraços.  

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