Planos de saúde passam a cobrir embolização de próstata

A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou aumento da próstata é uma condição bastante frequente e atinge cerca de 14 milhões de homens acima dos 45 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Quando aumentada, a próstata pode levar a uma compressão da uretra, canal que leva a urina da bexiga até a ponta do pênis.

Quando a compressão é acentuada, a pessoa fica com dificuldade para esvaziar a bexiga e apresenta sintomas como jato fraco, necessidade de fazer força para urinar, micção entrecortada e descontínua, múltiplas micções durante a noite e urgência urinária em alguns casos. Essa doença acaba afetando a qualidade de vida e ainda pode levar a complicações da função da bexiga, infecções urinárias e em casos mais graves a perda de função renal.

Os tratamentos tradicionais consistem em remédios à base de relaxantes da musculatura da bexiga e bloqueadores de testosterona e cirurgia de ressecção transuretral da próstata, a chamada RTU. Os remédios costumam ter efeito limitado e muitos pacientes sofrem com efeitos colaterais relacionados à disfunção ejaculatória e tonturas. Já a cirurgia, método consagrado para estas situações, é um tratamento mais invasivo que usualmente leva a disfunção ejaculatória e raramente incontinência urinária, além de necessitar de  internação hospitalar e anestesia geral. 

A embolização da próstata é uma terapia minimamente invasiva, realizada pelo radiologista intervencionista. Consiste na introdução de um pequeno cateter através da artéria com objetivo de ocluir os vasos que irrigam a porção aumentada. Esta falta de sangue provoca uma redução de volume e consequente melhora no jato urinário. A grande vantagem disto é não alterar morfologicamente a próstata, mantendo a ejaculação praticamente inalterada na maior parte dos pacientes e sem risco de incontinência urinária. O procedimento é feito em regime de hospital-dia sob anestesia local ou mínima sedação. Assim o paciente acaba voltando para casa poucas horas após o procedimento. O CERTA Expert Care Hospital, por exemplo, é um dos hospitais pioneiros que mais realiza essa técnica e posso perceber que além dos pacientes retomarem sua qualidade de vida, eles também recuperam sua autoestima. 

Embora a técnica tenha sido desenvolvida no Brasil há mais de 10 anos e já conste como parte integrante do arsenal de tratamentos desses pacientes em diversas diretrizes internacionais, a cobertura por parte dos convênios não era obrigatória.

Após um trabalho intenso da SOBRICE, sociedade brasileira de radiologia intervencionista e cirurgia endovascular, em recente publicação da resolução normativa 465/21 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a embolização passa a ser entendida como código sinônimo da embolização tumoral não especificado e passa então a ter cobertura obrigatória. Vale ressaltar que a embolização das artérias prostáticas já consta na tabela TUSS.

Sendo assim, a embolização da próstata agora é um procedimento de cobertura obrigatória para as operadoras de saúde, que devem custear todo o tratamento aos seus beneficiários. Esse é um grande marco para os homens com Hiperplasia Prostática Benigna e vai agregar qualidade de vida e reduzir impactos relacionados a cirurgias mais invasivas nestes homens.

Denis Szejnfeld é médico radiologista intervencionista, graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa Casa de São Paulo, com Residência Médica em Radiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Especialização em Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular pela Faculdade de Medicina da USP e doutorado pela Unifesp, onde atualmente coordena o setor de Radiologia Intervencionista Vascular, além de diretor da sociedade brasileira de radiologia intervencionista, Sobrice (CRM 108.885).

Silvio Velludo, MD, M.Sc

Diretor Médico Diagnóstico / Black Belt / Mestre em ADM MACKENZIE

2 a

Parabéns Denis!!! Sucesso

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