Ponto de Equilíbrio: “A Empresa Se Pagando”
Ponto de Equilíbrio: “A Empresa Se Pagando”
O início de uma empresa no Brasil hoje não é fácil. Estima-se que durante os 2 primeiros anos de vida de uma empresa são mantidos pelos investimentos dos sócios, o qual resultam em 2 destinos distintos a partir do terceiro ano: Ou as empresas não se mantém e sucumbem no mercado ou passam ser auto-sustentadas, ou seja, a sua operação já passa a quitar todas as suas obrigações sem a intervenção externa, e o momento em que a mesma passa ao famoso “zerar as suas contas” chamamos de ponto de equilíbrio. Chegar a este nível não é uma simples tarefas, porém encontrar este número é muito mais fácil do que se imagina.
Em um primeiro momento, devemos encontrar algo chamado margem de contribuição, que nada mais é do que a diferença entre o seu preço de venda subtraído dos tributos indiretos incidentes sobre a venda e o custo das matérias-primas, conforme exemplificamos abaixo:
Receita Bruta: R$ 125.000,00
(-) Tributos Incidentes sobre as vendas
PIS 1,65% (-) R$ 1,650,00
COFINS 7,60% (-) R$ 7.600,00
ICMS 18,00% (-) R$ 18.000,00
IPI 10,00% (-) R$ 10.000,00
ICMS ST (-) R$ 15.000,00
(=) Receita Líquida R$ 72.750,00
Após identificar os tributos incidentes sobre a venda e encontrar a receita líquida, efetuamos o levantamento dos custos diretos, ou seja os valores que podem ser facilmente identificados e atribuídos em quantidade e valores aos produtos e não necessitam de rateios para locação aos itens, como mão de obra direta, matéria prima, material de embalagens dentre outros, conforme exemplificamos abaixo:
Matéria Prima: R$ 20.000,00
Mão de Obra Direta com Encargos: R$ 18.000,00
Material de Embalagem R$ 3.000,00
TOTAL R$ 41.000,00
OBS: O valor da matéria prima já está líquido dos impostos recuperáveis (PIS, COFINS, ICMS e IPI considerando uma empresa optante pelo Lucro Real)
Margem de Contribuição:
R$ 72.750,00 - R$ 41.000,00 = R$ 31.750,00
Em nosso exemplo, vamos adotar uma quantidade de 10 itens vendidos, ou seja, a Margem de Contribuição (MC) por produto é de R$ 3.175,00.
Após encontrar a margem de contribuição, efetuar um levantamento de todos os custos e despesas fixas, que são aquelas que não variam conforme a produção e são exigíveis mesmo que a fábrica não funcione. Algumas destas despesas podem ser fixas, porem com uma parcela variável, como água, luz dentre outros.
DESPESAS
Água R$ 2.000,00
Luz R$ 5.000,00
Aluguel R$ 10.0000,00
Telefone R$ 1.000,00
Outros R$ 3.000,00
TOTAL R$ 21.000,00
Com estas informações, já é possível calcularmos o ponto de equilíbrio da empresa. Os custos/despesas totais fixos somam R$ 21.000,00, e a Margem de Contribuição é de R$ 3.175,00, e com estas informações em mãos conseguiremos calcular o ponto de equilíbrio, ou seja, a quantidade de produtos que a empresa deverá vender para conseguir pagar suas contas:
R$ 21.000,00/R$ 3.175,00 = 6,61 (tratando-se de previsões, arredondamos sempre para 7)
Para que a empresa possa pagar todas as suas contas, a mesma deve vender por mês 7 unidades, pois ela conseguirá cobrir a totalidade dos seus custos, pagará sua matéria prima e mão de obra direta e os tributos sem a necessidade de capital externo, e a partir da 8 unidade vendida, a empresa passará a ter um resultado positivo (lucro) de R$ 3.175,00 por unidade vendida.
Claro que devemos levar em conta outro fator importante antes de concluirmos este artigo o fluxo de caixa, uma vez que esta conta é realizada sempre em termos de resultado, lembrando que os prazos de pagamentos e recebimentos são extremamente importantes para que a empresa realmente não necessite recorrer a financeiras ou a aporte dos sócios, por isto a elaboração do fluxo de caixa é fundamental para o sucesso de sua companhia.
Qualquer dúvida, estamos a disposição.
Lincoln Santos Lopes.