Por que é tão difícil vender os nossos talentos?
“Fale-me sobre seus pontos fortes” – diz o entrevistador. E aí está feita uma das perguntas mais difíceis de se responder para grande parte dos profissionais. Mas por que é tão difícil?
Mesmo em uma realidade em que atualmente tudo parece tão espontâneo e mais objetivo – o currículo deixou de ser papel e se tornou uma página na internet, as reuniões já não são necessariamente presenciais, relacionamentos se tornaram conexões em redes sociais, e até o dinheiro que gastamos dificilmente passa em espécie por nossas mãos – ainda sentimos dificuldade em expor ao nosso círculo de convivência aquilo que verdadeiramente sabemos fazer bem.
Medo da exposição? Medo do que vão pensar de você? Medo de um dia fracassar naquilo que se pensava possuir uma habilidade e ter que se explicar?
Medo. Palavra pequena, mas que toma conta de nosso inconsciente de maneira tão devastadora se não soubermos como enfrenta-lo. Engana-se quem acha que é possível elimina-lo por completo. Mesmo quando já estamos super acostumados a fazer alguma coisa – como falar em público, participar de reuniões importantes, fazer entrevistas de emprego, viajar para um lugar desconhecido – quando menos se imagina, lá vem aquele friozinho na barriga. E é normal. É saudável. É nosso corpo nos lembrando que somos meramente humanos. Meramente, mas essa humanidade traz consigo coisas maravilhosas que valem a pena serem propagadas.
Perguntar em uma entrevista de emprego sobre seus pontos fortes pode ser uma maneira já um tanto antiquada de abordar o tema, mas seja desta forma ou por outro tipo de abordagem, esta resposta sempre será de interesse do recrutador. E é por isso que é importante saber responde-la bem, e sobretudo demonstrar o que você quer dizer através de exemplos consistentes. Não há necessidade de ser algo muito longo ou cheio de detalhes, mas é importante que fique claro a ação do seu talento naquela situação.
E por favor, não responda com timidez. A não ser que você esteja contando uma história falsa, não há porque se sentir envergonhado de dizer o quão bem você sabe realizar aquele trabalho.
O mesmo vale se você já está empregado e quer que as pessoas reconheçam o que você tem de melhor.
Pode ser uma questão da educação que recebemos, ou mesmo uma questão cultural. Não sei você, mas eu ouvi por diversas vezes de amigos, familiares, e até de colegas de trabalho: “Não advogue em causa própria”, “Fulano é muito ‘marqueteiro’”, “Poxa, como aquela pessoa é convencida”. É claro que há quem divulgue mais do que efetivamente entregue. Mas se você sabe que sua capacidade de realização e seu comprometimento são verdadeiros, marketing pessoal não só é correto como necessário. Promover-se de forma saudável, é um componente essencial da mente próspera, e por consequência do sucesso que ela traz.
Ter talento em determinada área não quer dizer que você esteja a prova de erros. Aliás, você irá errar por diversas vezes, até finalmente acertar e encontrar caminhos que lhe possibilitem menor margem de erro. Portanto, se seu medo é esse, fique tranquilo. Você, eu, e todo mundo estamos no mesmo barco. Apenas não erra aquele que nada faz – o que por si só já é um grande erro. Pode parecer um grande clichê, mas provavelmente não seria um clichê se não fosse verdade.
Se você busca fazer sempre o seu melhor, trabalha duro, faz o que é necessário e não o que é mais fácil, com certeza colherá muitos frutos. Então, qual o problema de divulga-los?
Ah sim, há um problema: aqueles que nada fazem, e que consequentemente não têm resultados para divulgar, certamente ficarão incomodados. E falarão frases como as que citei acima. O que fazer nesse caso? Discutir? Reclamar com outros colegas ou superiores? Acredito que não será necessário. O resultado destas pessoas, ou melhor, a falta deles falará por si só.
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7 aShow Carol!! Carolina Paiva Ribeiro
Marketing e Educação Corporativa | Estratégias e Auto-desenvolvimento com propósito | Exercitando saberes.
7 aCarolina Paiva Ribeiro, ótimo texto! Semana passada discutíamos sobre a dificuldade humana em aceitar bem os elogios, assim como reconhecer seu potencial, qualidades, talentos... E parece consequentemente óbvio. Se nós mesmos não "compramos" nossos talentos, certamente teremos dificuldades para "vendê-los"!