Por Que Alguns Heróis Usam Capa?

Por Que Alguns Heróis Usam Capa?


The red capes are coming…

De todos os acessórios que um super-herói clássico precisa ter, a capa é sem dúvida um dos mais fundamentais. De preferência vermelha. Mas você já se perguntou por quê?

Em primeiro lugar, vamos combinar aqui: Salvo raras exceções, a capa não oferece qualquer vantagem aerodinâmica ou tática. Taí Os Incríveis que não me deixa mentir. É praticamente impossível combater o crime ou voar em grande velocidade com um edredom king-size preso nas costas. Se você é um nerd mais apegado à funcionalidade dos trajes, então tamo junto.

Spawn, Dr. Estranho e outros personagens cujas capas são mais que um mero adereço (por serem mágicas ou estarem “vivas”), a gente deixa passar.

Por outro lado, a capa engrandece o herói e é uma excelente ferramenta de intimidação, já que atribuímos inconscientemente aos encapuzados valores de superioridade e mistério.

Como assim, tio?

Vamos lá. À título de estudo, vamos separar os heróis em duas classes: Os altos e baixos.

Os heróis altos são aqueles que inspiram superioridade. Geralmente lutam por ideais que estão longe do alcance de nós, meros mortais. Lidam com o que podemos chamar de macro cosmo. Estão associados à ordens, civilizações ou nichos sociais mais elevados. O cara pode tanto vir de Kripton, Asgard ou ser um bilionário. Há uma clara distinção entre os heróis altos e o cidadão comum.

Os heróis baixos são o oposto. Atuam no nosso cotidiano, nas ruas. Defendem os ideais do povão e frequentemente nos sentimos melhor representados por eles. Apesar de tão nobres quanto os heróis altos, os baixos experimentam a discriminação, são tratados como párias e estão, de uma forma ou de outra, às margens da sociedade. São eles que lidam com o microcosmo.

Percebe como a capa está bastante associada ao status social de cada personagem? Claro que estamos generalizando aqui. Não existe regra, mas essa tendência tem um motivo… Alguns, na verdade.

Desde os primórdios, aprendemos a usar nosso senso estético para nos distinguir dos demais. Capas, túnicas e togas, além de oferecerem proteção útil, se tornaram adereços para destacar reis, rainhas, líderes religiosos, cavaleiros, generais, juízes, santos/figuras míticas.

O adorno da capa cria a impressão de grandeza, o que era bastante útil para simbolizar respeito e gerar distanciamento. Afinal, ninguém quer pisar no manto sagrado do rei ou sacerdote, certo?

Não há consenso quanto a predileção da cor vermelha, mas sabe-se que certas pigmentações eram mais difíceis (e caras) de serem encontradas. Por um bom tempo, a cor impressa em determinados tipos de tecidos (como vermelha e roxa) era praticamente um atestado de relevância social.

As cores das túnicas variavam conforme época, localização, tecido ou tendência. Mas o conceito nunca mudou: Em quase toda civilização, a capa vestia àqueles que tinham um link direto com os deuses (ou autoridade suprema), além de distinguir quem é quem dentro de uma organização hierárquica importante.

Voltando aos dias atuais, essa ideia se aplica também aos vilões. Mas ao invés de classifica-los como altos e baixos, vamos chama-los de aristocráticos/mentores (que usam capa) e combatentes/capangas (que não).

Mas, de novo, isso não é exatamente uma regra. Lex Luthor, por exemplo, é um vilão aristocrático que dispensa capas e túnicas. Mas acho que à esta altura você já captou a mensagem.

Do Egito à Roma Antiga, da Idade Média à mitologia popular atual (histórias em quadrinhos), as capas estão aí, atrapalhando o voo nosso de cada dia, mas deixando nossos heróis e vilões cada dia mais badass.

Fala aí: Quem nunca amarrou uma toalha no pescoço?

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