Por Que Apoiar o Dia Mundial do TDAH?
Foto de Carla Douglass

Por Que Apoiar o Dia Mundial do TDAH?

Hoje, dia 13 de julho, celebramos o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). No Brasil, temos a Semana de Conscientização Nacional, que começa no dia 1º de agosto. Ambas as datas têm como objetivo promover a conscientização sobre o TDAH, desmistificar preconceitos e abrir diálogos importantes sobre o tema.

O TDAH, também conhecido como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção), é uma condição neurobiológica com raízes genéticas que impacta a vida de aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). No entanto, apesar de sua relevância, ainda é cercado por preconceitos e tabus, resultando em silêncio e falta de compreensão.

Por isso, quero compartilhar minha própria jornada, que começou com a descoberta do meu diagnóstico aos 29 anos. Confesso que hoje, aos 31 anos, ainda sinto que estou me entendendo nessa jornada.

Como uma mulher negra e periférica, o TDAH nunca foi um tema discutido abertamente no meu ambiente. Lembro-me da época em que meus professores levantaram a possibilidade de eu ter o transtorno, mas meus pais, surpresos, optaram por não investigar mais, já que eu estava me saindo bem na escola, do meu jeito.

Apesar das dificuldades, segui adiante, lutando para me encaixar e superando obstáculos significativos para atingir meus objetivos, mas com a sensação de nunca ser suficiente e de estar sempre exausta e no limite.

Quando finalmente recebi meu diagnóstico, esse entendimento se tornou um ponto de virada na minha vida. A terapia e a medicação trouxeram melhorias significativas na minha qualidade de vida, especialmente no ambiente de trabalho. A culpa e o medo deram lugar ao autoconhecimento, fortalecimento da minha autoestima.

E o caminho não é fácil. Já ouvi frases vindas de colegas de trabalho e de amigos próximos como:

“Não conte a ninguém sobre seu diagnóstico!”

“Isso é frescura!”

“Esses medicamentos vão te viciar!”

Mas não podemos parar. Conversar abertamente sobre o TDAH ajuda a desconstruir esses estereótipos e nos fortalece para enfrentar os preconceitos que circulam em torno dessa condição.

Se você enfrenta desafios com foco e concentração, e se as tarefas mais simples parecem exigir uma energia descomunal, recomendo buscar ajuda profissional. Você pode encontrar mais informações através da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

Quando nos entendemos e nos aceitamos, descobrimos a capacidade de criar estratégias para explorar ao máximo nosso potencial. Somos muito mais do que nossos diagnósticos, e a jornada de autodescoberta é uma das mais poderosas que podemos empreender.

Neste mês de conscientização, vamos nos aprofundar na compreensão do TDAH, superar barreiras e construir pontes para que possamos caminhar lado a lado em direção a um futuro de aceitação e apoio mútuo.

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