Por que o BIM é o futuro da construção

Por que o BIM é o futuro da construção

Desde que comecei a estudar sobre BIM, há mais de 7 anos, experimentei um forte sentimento de que estava presenciando uma mudança radical no exercício das profissões ligadas à construção civil.

Embora pareça um pouco vago e até dramático da minha parte, hoje isso é uma verdade na qual acredito totalmente, e frequentemente digo que, em breve, todo o mercado estará inserido no BIM.

Mas em que se baseia essa certeza?

A despeito das definições corriqueiras que vemos em uma já extensa literatura, podemos entender o BIM como uma nova maneira de projetar, avaliar, testar, planejar, executar e fazer a manutenção de uma edificação, desde sua concepção inicial, como uma intenção, até seu uso cotidiano, após a entrega. Isso, por si só, é algo inédito quando relacionado a um único conjunto de processos, ainda mais dentro da construção civil.

Para clarear a percepção, a essência do BIM, presente em seu acrônimo, é o modelo parametrizado (ou seja, não só uma representação geométrica, mas repleta de dados), uma réplica tridimensional feita em um ambiente virtual no qual temos todos os elementos construtivos com suas respectivas características (sejam de produto, geometria, resistência ou qualquer outra) dispostos para um infindável número de medições, testes, simulações e checagens – o grande ponto é que nada disso é novidade e a indústria 4.0 (na tríade CAD, CAE e CAM) já conhece há tempos.

Ora, no passado, os construtores pós-renascimento lançaram mão da geometria descritiva para conseguirem representar graficamente suas ideias e, assim, visualizar de modo mais abrangente aquilo que intencionavam construir. Tamanha eficácia esse processo obteve durante os séculos seguintes, que muitos profissionais passaram a confundir as pranchas de desenhos técnicos como o verdadeiro fim e não um meio na atividade projetual. Prova disso é que a grande maioria dos alunos de arquitetura vê o projeto arquitetônico (personificado no pacote de pranchas) como o produto do arquiteto, e não o edifício construído.

Entretanto, toda a atividade construtiva se baseia em algo que precisa ser construído para a concretização dessa intenção. Assim, a todo momento, buscam-se meios de tornar esta atividade de recriação do espaço a mais rápida, eficiente e viável possível, do ponto de vista técnico e econômico. E é neste ponto que temos a diferença crucial da metodologia BIM com a metodologia convencional: de modo assertivo, podemos projetar, simular, custear e registrar em um único modelo o que antes envolvia dezenas de planilhas e outros documentos.

Talvez, um dia, os domadores de cavalos jamais acreditaram no que o carro poderia se tornar em termos de transporte, e muitos profissionais ligados à construção ainda não entenderam o que é o BIM e o que ele proporciona, mas a necessidade junto à praticidade são forças irresistíveis, e o crescimento constante dessa metodologia mostra isso.

Nos próximos artigos, iremos abordar os diversos usos e possibilidades do BIM, bem como desafios e vantagens de sua implementação.

Mario Mancuso – Coordenador de BIM, certificado pela buildingSMART.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Precisa Engenharia e Consultoria

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos