Por que o frete marítimo aumentou?
Quando a pandemia ocasionada pela Covid-19 chegou, não imaginávamos as proporções que ela tomaria em todos os setores profissionais. Logo quando as medidas de prevenção foram estabelecidas pelo governo, levando a maior parte da população a adotarem o isolamento social, vimos os segmentos serem paralisados e resultando em grandes prejuízos, perdas e desvantagens por consequência da queda de demanda.
Contudo, em meados de julho de 2020, essa retomada progressiva do mercado se destacou e alavancou a economia em diversos países por meio de uma disparada de compras eletrônicas que resultou, especialmente, no “boom” do e-commerce, afetando, em grande escala, o setor de transporte de cargas e logística. Com isso, as mercadorias se concentraram na China, a maior exportadora de produtos do mundo, acumulando esses produtos nos armazéns ou nos portos e evidenciando a falta de contêineres vazios para sustentar essas demandas.
Esse resultado, transformou o cenário do transporte de contêineres que começou a se tornar mais delicado do que o esperado, iniciando uma crise global afetada justamente por esse aumento de consumo e escassez de equipamentos. Junto a isso, consequentemente, o valor do frete foi disparado.
Enviar um contêiner de 40 pés da China, por exemplo, custava, em média, US$ 1.500 antes da chegada da pandemia. Atualmente, por essa grande procura, o custo pode chegar a US$ 10.500, visto que a rota para o Brasil se tornou o frete mais caro com origem no país chines. Vale lembrar que o território brasileiro se encontra em estado de vulnerabilidade em relação às ofertas ao responder por apenas 1% dos contêineres globalmente movimentados, bem como ao se encontrar fora das mais importantes rotas de navegação.
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No Grupo Rodonery, começamos a sentir esse impacto significativamente, visto que atendemos diariamente clientes importadores e exportadores, isto é, que estão realizando negociações internacionais. Devido a essa ausência de contêineres, os clientes não estão conseguindo escoar a sua demanda da forma que gostariam, e isso está refletindo no acúmulo de cargas e no desabastecimento a nível global.
Além disso, esse aumento no frete marítimo faz com que os clientes percam competitividade no cenário internacional, fazendo com que haja uma diminuição dos fluxos de negócios no setor de transporte, principalmente na área de comércio exterior, como é o nosso caso.
Analisando o progresso dessa crise, penso que não há uma válvula de escape para regularizar a situação e, como sempre, quem dita a regra é a lei da oferta e da demanda. Eu acredito que o que poderá acontecer é que, conforme o mercado for retomando a normalidade nos fluxos de atendimento, os preços dos fretes tendem a cair na mesma proporção.
Temos que viver um dia de cada vez, pois é um cenário incerto para todo mundo. São diversos fatores que podem prejudicar ou alavancar o cenário mundial, isto passa pelo equilíbrio entre oferta e demanda, questões cambiais, conflitos entre nações e aspectos políticos e mercadológicos. O que jamais podemos deixar de lado é a nossa atenção para esses aspectos citados e sempre estar muito alinhado com o cliente para não frustrar as suas expectativas.