Por que o impeachment é uma motivação? #DaquiPorDiante

Estava na minha cabeleireira outro dia quando escutei um senhor, também cliente,  comentar com ela sobre o impeachment. Ele tem uma micro empresa de entregas, pelo que pude entender. "O povo está triste, desanimado. Precisa acontecer alguma coisa". 

Este não é um texto sobre política, apesar de acabar sendo. Mas não serve para discutir pontos de vista ou vislumbrar o futuro próximo, seja pós impeachment ou sem ele. Não é para ficar no muro entre o sim e o não, dando prós e contras de ambos, nem pra ficar de camarote só apontando fatos, tentando abrir os olhos dos que são a favor para o que não estão vendo. Não sei porquê, vejo uma moda de textos no Linkedin que parecem querer dizer para tomarmos cuidado com o posicionamento pró-impeachment, e não vejo quase texto algum dizendo o contrário.

Só quero falar sobre o comentário deste homem. Para mim, ele resumiu em duas frases a maior utilidade que o impeachment vai ter: motivar as pessoas. Afastar a Dilma não é a solução de todos os problemas, não é a grande salvação, e não vai nem colocar no lugar alguém melhor do que ela. Afastar a Dilma é dar ouvidos à população, aos apelos, aos domingos de folga dos quais as pessoas abriram mão para estar nas manifestações. Se a massa foi manipulada? Qual não é? A sua? Não tem informação pura, ela por si só já cria lados pra gente optar. Se vamos falar sobre a manipulação, o oportunismo, a ressonância com o público, vamos abrir muitos leques de discussão. Como se leva um povo a fazer algo? Convencendo. Manipulando. Sempre foi assim, não tem como movimentar muita gente, se você não convence as pessoas a te seguir. E você não convence mostrando seus defeitos, concorda? Isso é assim em qualquer liderança. 

O que quero dizer é que o efeito simbólico, na minha opinião, será o mais importante. Não importa nada. Só importa que o povo foi ouvido. Comprou uma ideia e foi nela. E está participando, discutindo, entendendo e até vibrando como nunca. Pessoas alienadas à política agora sabem opinar, sabem do que se trata. Crianças e adolescentes estão vendo e sendo envolvidos, como acontece na Copa do Mundo... 

Esse momento, culminando com a saída de uma presidente, será um divisor de águas. Não para a estrutura política num primeiro momento, mas para a participação e conscientização popular sobre política. Escolha o cidadão o partido que for, o brasileiro nunca mais será uma vítima calada, passiva e tolerante.