Por trás da Covid-19: o que o planeta quer nos ensinar
Observando já há algum tempo as mudanças climáticas e relações humanas em geral, me tornei o tipo de pessoa que acredita que de fato estamos à beira do fim do mundo.
Não, não será o coronavírus que vai dizimar a raça humana, ao menos não em sua totalidade.
Assim como foi com a peste negra, a bubônica, a gripe espanhola e outras maledicências que estudamos nos livros de história.
Essas pandemias acontecem em certos momentos, e eles não são por acaso. A gente acha que os animais não humanos emitem sons para se comunicar, e que nós temos voz, nosso lugar de fala, né?
Então. O lugar de fala do planeta é esse: é a fala que a todos cala.
E antes de um vírus letal aparecer como um grito da Natureza em nossos ouvidos, o Universo dá sinais.
O grito apenas chega depois, fruto da negligência humana frente aos sinais.
Sabe aquela ignorada nos incêndios de grande escala? Sabe aquele deixa pra lá quando vemos calotas polares derretendo? Sabe aquela preocupação que não temos com enchentes fora de época e temperaturas anormais ao redor do mundo?
Ou em um nível mais particular: sabe a preguiça em separar o lixo e a nossa negligência com economia de água e gasto excessivo de luz?
Ah, e aquela sensaçãozinha boa de termos na garagem da família dois ou três carros consumindo energia porca fazendo-nos experimentar uma vibe de riqueza, e consequentemente de sucesso?
Então. Essas atitudes, coletivamente e constantemente, são o gatilho que o planeta precisa para deixar de dar sinais e começar a gritar. Como está acontecendo agora. Como já aconteceu antes.
E infelizmente o planeta nos vê em conjunto, sem distinções. E nós, tolos que somos, o vemos como uma entidade singular. Vários contra um, certo? Não vamos perder essa luta... Tontos que somos.
O que fazer, então? Três opções: aceitar o fim, não aceitar e angariar sequelas no processo, ou aguentar aceitando de forma humilde, colhendo todos os frutos podres e comendo com gosto, sabendo que ao cessar do grito, devemos individualmente e em sociedade, tratar melhor o planeta.
Porque ele, inteiro e único, é muito, muito mais forte do que qualquer um de nós. Ainda que todos nós juntos, pobres e ricos.
Hoje não discutimos mais quem foi o imbecil que matou Marielle, não é mesmo? Uhum. Não que o tema tenha perdido significância. Mas porque estamos mais preocupados em sobreviver. E esse é o instinto mais primitivo e eloquente de todos.
Então, por favor, me poupem.
Ao invés de enlouquecer pensando nos efeitos que sofreremos, pensemos em qual é o nosso papel nas causas que fizeram o planeta gritar.
E em tudo que temos que fazer para que ele permaneça mudo. Íntegro e mudo, em comunhão conosco que é como deve ser.
Tudo é causa e efeito. E no caso, nós somos a causa e o coronavírus, o efeito.
Sei que ninguém vai ler isso aqui mesmo, porque todos estão com suas calculadoras contabilizando doentes e mortos. História que se repete, ciclicamente.
Mas se você leu, reflita um pouco. Só um pouco. E perceba o sentido por trás de tudo.
Grato. Disponha.
E que Deus nos proteja. Porque o Universo não vai.