Por uma liderança mais humanizada nas organizações
Um dos maiores desafios dos líderes contemporâneos tem sido garantir a produtividade do negócio e encontrar um ponto de equilíbrio entre a disciplina corporativa e uma gestão mais próxima às relações humanas, garantindo o respeito, a ética e a individualidade dos colaboradores.
A boa notícia é que esses pontos não são excludentes. Muito pelo contrário. Mobilizar equipes e pessoas, promovendo a comunicação horizontal, o engajamento coletivo e a compreensão no fator humano, não apenas é chave para o desenvolvimento interno como também principal meio para alcançar os objetivos estratégicos e financeiros nas empresas.
Uma pesquisa promovida pelo Gartner com executivos de RH aponta que 90% dos entrevistados avaliam que o sucesso de um empreendimento está relacionado diretamente a uma gestão orientada para os aspectos humanos.
Atualmente, a maioria das relações profissionais bem-sucedidas vem sendo construída à base de confiança e colaboração. Nesse contexto, a liderança, baseada em atitudes empáticas, busca alcançar metas e desenvolvimento pessoal com impacto, valor e propósito.
Todos ganham
Os frutos de uma organização moderna, voltada para atender às expectativas e necessidades de seus funcionários, podem ser traduzidos em números. Uma pesquisa divulgada pela Harvard Business Review, por exemplo, mostra que colaboradores são 25% mais engajados em seus trabalhos, 20% mais comprometidos com a organização e 11% menos propensos a se esgotar quando liderados com empatia e orientação.
Nesse aspecto, em minha visão, entra a importância de uma disciplina construtiva, transparente e alinhada fortemente à cultura organizacional, imprescindível para conduzir equipes e para atender às expectativas individuais dos colaboradores, com respeito, escuta e empatia.
Os benefícios de uma gestão sensível e humana também se refletem na produtividade do negócio, necessária para a sustentabilidade financeira. Recentemente, um artigo da revista digital CIO apontou que organizações com funcionários satisfeitos têm 48% mais chances de atingir as metas de satisfação do cliente, 89% mais chances de alcançar inovação e 56% mais chances de conquistar reputação de marca.
Embora boa parte das corporações tenha percebido para onde deve ir, o processo de mudança não é rápido e passa necessariamente por um equilíbrio no perfil da gestão, que precisa garantir prazos e entregas, sem esquecer de oferecer aos colaboradores uma cultura organizacional verdadeiramente sadia e inclusiva.
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Novas habilidades
De acordo com um relatório da McKinsey, estamos passando de uma era de líderes individuais para uma era de equipes de liderança participativa, com um ambiente colaborativo que permite às pessoas trabalhar e aprender juntas para construir e operar um sistema de inovação e criação de valor — 72% dos profissionais ouvidos pela consultoria afirmam que uma gestão consultiva e participativa auxilia o desenvolvimento e cria uma atmosfera segura para correr os riscos necessários que estimulem a criatividade.
Esse novo modelo de trabalho, entretanto, exige, da gestão, mudanças fundamentais de comportamento e desenvolvimento de habilidades interpessoais, até então não valorizadas nas organizações focadas em ganhos, resultados, autoridade e controle.
Para encorajar e capacitar pessoas, promovendo assim uma transparência horizontal, o estudo da McKinsey recomenda que os líderes reavaliem os velhos hábitos de autoridade e sejam aceleradores de talentos, orientando equipes autogeridas, promovendo conexões e diálogos.
“Essa abordagem evoluída cultiva confiança, respeito e compaixão; requer abandonar o poder que vem com a autoridade posicional para adotar uma postura de abertura; e permite a conexão humana dentro das equipes e entre as hierarquias formais”, diz o relatório.
Vale lembrar que essas transformações geralmente não são naturais, requerem tempo, orientação, treinamento e persistência, além do comprometimento de todo o C-Level.
Afinal, construir uma liderança mais humanizada, empática e diversa é um processo diário de conscientização individual e coletiva, imprescindível para os novos tempos e benéfica para empresas e para a nossa sociedade.
Gerente Empresas & Corporate | Gestão Alta Renda | Gestão Comercial e Negócios | Crédito e Risco | Investimentos | Liderança e Pessoas | Gestão Estratégica | Consórcio | Farmer | Hunter | CEA |
1 aSensacional. Realmente uma abordagem de como a liderança deve atuar nos tempos atuais.
Auditora Sênior / Projetos e Processos / Controles Internos / Governança /Políticas e Normativas / ESG
1 aSempre muito bom seus textos…
Otiele
1 aSensacional, vale também lembrar que seria muito válido , valorizar o funcionário ajudando no seu desenvolvimento como profissional seja lá qual for a sua competência dentro da corporação. Exemplo: Eu sempre gostei de arte e design, dentro da empresa onde trabalhei havia um departamento voltado para isso, conversei com os gestores pedindo uma oportunidade para aprender, na época me disseram que eu teria que oferecer isso para a empresa, teria que ser capacitado para tentar uma vaga, ou seja porque valorizar um funcionário disposto a crescer? Obviamente que se eu tivesse em condições de buscar uma capacitação, não precisaria me expor a esse ponto de pedir ajuda. Fiquei muito chateado, eu não tinha a intenção de ser apenas um número. Faltou realmente um olhar mais humanizado por parte dessas pessoas. Muitas vezes as empresas perdem talentos incríveis por esse tipo de atitude.
Analista de Ouvidoria PL
1 aSensacional Ana! Obrigada por compartilhar!!
Diretor de Vendas Regional @ Maven7 - OrgMapper | Sales Management
1 aAcredito muito no Modelo Teal de gestão organizacional que foi desenvolvido pelo Frederic Laloux (Reinventando as Organizações). Organizações Teal estão baseadas em 3 pilares fundamentais: 1-Autogestão, 2- Integralidade e 3- Propósito evolutivo. Trazendo essa inspiração para a nossa realidade, aqui no Brasil tive a oportunidade de acompanhar o movimento "Open Leaders" que pratica genuinamente esses ensinamentos e já ajudou muitas empresas a reinventar o seu modelo de gestão e alavancar a satisfação dos colaboradores e a respectiva produtividade. Obrigado por trazer essa pauta tão relevante e parabéns pelo artigo Ana Karina Bortoni.