Porque eu deixei de escrever mesmo?

Porque eu deixei de escrever mesmo?

PROCRASTINAÇÃO!!! Não sei se acontece com você, mas comigo isso acontece o tempo todo, principalmente quando preciso fazer algo que é importante para mim. Um exemplo claro aconteceu esses dias. Embora adore escrever, eu me perdi daquilo que gostava de fazer, pela necessidade de responder prontamente pilhas de mensagens via redes multicanais: Instagram, Facebook, Linkedin WhatsApp, Telegram, e-mail, Skype...e por aí vai. A necessidade de responder prontamente foi maior do que produzir aquilo que me dá prazer (e resultado) a longo prazo. Neste momento estou escrevendo esse artigo, porque percebi que a mais de 90 dias eu não publico nada novo, justamente nesta rede que para mim é a mais importante de todas, o Linkedin. Mas a pergunta que faço é: Será que isso só acontece comigo?

Podemos pensar que a origem desse comportamento está na batalha interna que travamos de forma inconsciente sobre “Ser” ou “Não Ser”.

Deixa-me explicar melhor. Temos uma parte do nosso cérebro que de forma mais simples podemos chamar de cérebro racional, que está ligado à consciência e nos ajuda a pensar no futuro, e temos também o cérebro emocional, inconsciente, que só quer saber dos prazeres imediatos. Por causa desse “danadinho” do cérebro emocional; ele nos faz adiar recompensas futuras para nos focar em recompensas imediatas, fazendo com que parte daquilo que precisamos fazer por ser importante, seja substituído por outras atividades menos importantes, mas urgentes...tipo ficar horas e horas respondendo mensagens.

Se pararmos para pensar no porque isso (que não faz sentido nenhum) acontece, vamos concluir que nosso cérebro emocional é mais primitivo, ou seja, tem mais informações que nosso cérebro racional que foi desenvolvido a menos tempo por nós seres humanos.

Esse cérebro primitivo, é coordenado pelo sistema límbico, também conhecido por instintivo, que se desenvolveu a milhões de anos atrás, privilegiando recompensas de curto prazo.

Por isso esse meu comportamento de adiar a construção do meu novo artigo para responder pilhas de mensagens. Esse comportamento não faz sentido algum, mas mesmo não fazendo sentido, continuo fazendo para atender os anseios do meu sistema límbico.

Pensando ainda lá no passado, essas recompensas imediatas não eram só importantes, mas também eram boas, pois ofereciam sensação de bem-estar, que eram lançadas no sistema nervoso, saciando o que os cientistas chamam de sistema de recompensa. Ações de longo prazo, não lançavam nenhuma gota bem-estar imediato. Não é por acaso que Jung, um dos principais estudiosos do comportamento da história disse: “Só as tarefas ruins, tediosas, desinteressantes, estressantes, repetitivas, que são física e emocionalmente desagradáveis, serão procrastinadas”.

Uma pesquisa de 1997 investigou o lado ruim de adiar tarefas. Os pesquisadores Dianne Tice e Roy Baumeister, na época pesquisadores da Universidade Case Western, dos EUA, avaliaram as condições de saúde e o estresse de universitários durante seis meses. Nas medições feitas no decorrer do semestre, percebeu-se um grupo de alunos que levavam a faculdade sem muito compromisso, tinham muito tempo para festas e reuniões de amigos, enquanto outro grupo estava totalmente comprometido com os estudos, sem tempo para diversão, apostando no ganho a longo prazo. A escala de felicidade do primeiro grupo era muito maior do que do segundo grupo, mas no final da pesquisa foi percebido uma inversão na escala: o primeiro grupo terminava o período cheios de culpa e ansiedade.

Mas como pode ver, estou aqui escrevendo meu artigo, e por isso separei 4 passos que julguei ser importante nesse momento para mim e derepente pode fazer sentido para você também:

Olhar para a causa:

Entender o que pode estar acontecendo com você é o passo numero um para você mudar o jogo. Eu por exemplo percebi que fico em média 2 horas diárias respondendo mensagens, em horários diversos.

Faça uma lista de coisas importantes que você precisa fazer:

Não conheço formula melhor para mim do que um check list. Olhar para aquilo que preciso fazer, me estimula a fazer, mesmo que para parar de olhar para aquela lista terrível, rs.

Escolha como distribuir seu tempo para realizar tais tarefas:

Não tente fazer tudo de uma vez, e não deixe de começar só porque está longe de terminar. No meu caso, será que conseguiria pegar 2 horas por semana do emaranhado de mensagens para voltar a me dedicar aos meus artigos? Distribua seu tempo de forma que consiga perceber que está evoluindo em cada item do seu importante check list.

Crie suas próprias recompensas:

Se você conseguir evoluir em seu check list (evoluir não zerar...rs), se dê de presente um dia de folga por exemplo. Não corra encher de novas atividades sua lista de tarefas.

Bom desta forma eu consegui escrever esse artigo, e eu vou me programar para nunca mais ficar tanto tempo sem desenvolver uma atividade que eu amo tanto.

E você, o que escolhe fazer?

Fernanda Dutra

Criadora do Método Inovação Não Violenta . Formadora de Líderes, direciono empresas através de palestras e treinamentos para alcançar Alto Desempenho, Comunicação Eficaz, Segurança Psicológica e Alta Performance.

4 a

Não ver sentido no que faz pode levar a procrastinação

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