Porque seu projeto de self service bi está dando errado.
Primeiro acho importante buscarmos conceituar o que é self-service bi, segundo o Gartner, “self-service business intelligence” é quando o usuário não técnico pode criar suas próprias análises apoiado em uma arquitetura corporativa e ferramentas que possuem autonomia na concepção e modelagem para a implementação de relatórios e dashboards.
Traduzindo, podemos dizer que, quando um usuário normal precisa de dados e pode se servir das informações da empresa de modo a criar uma analise que o apoiará na tomada de decisões, neste caso, temos um self-service bi.
O problema é que na vida real não é bem assim que acontece, primeiramente eu percebo que existem 2 tipos de SSBI levando em conta as 4 camadas do BI Tradicional (Extração, Transformação, Modelagem, Apresentação), veja como os separo:
1) SSBI de 4ª camada
Este é o foco da maioria das empresas, ou deveria ser, este tipo de abordagem mira na real democracia dos dados, não porque retira totalmente o papel e importância da TI no processo, mas porque tenta trazer todo mundo para o banquete, e esse pode ser o ponto que nos leva a utopia. Aqui não podemos supor que o usuário comum tenha acesso aos dados e já saia criando uma análise de pareto ou utilizando box-plot, ele deve se sentir feliz criando analises simples onde possa explorar os dados em uma canoa dando uma remada por vez. Para necessidades ad-hoc* é simplesmente fantástico.
* Ad hoc significa “para esta finalidade", “para isso” ou "para este efeito", é uma expressão latina, geralmente usada para informar que determinado acontecimento tem caráter temporário e que se destina para um fim específico.
2) SSBI de 3ª camada
Neste tipo de ssbi podemos contar que o usuário possui mais facilidade com a manipulação de dados, porque a 3º camada é onde o modelo de dados é criado, então, em alguns casos onde são necessárias "tabelas de/para" ou buscar uma informação de mercado, este "power users" aparecem e são bem vindos, todo departamento tem um ou dois que se destacam e acabam se tornando os fornecedores de relatórios da "turma", acho que a empresa deve mapear e apoiar estes colaboradores pois são eles que, informalmente, apoiam os processos daqueles que precisam de respostas e dados.
Mas - agora que sabemos um pouco mais sobre o conceito - vamos para a lista de erros que você pode estar cometendo.
1) SSBI não é uma ferramenta, sempre a gente cai na mesma tecla, a ferramenta é bem vinda quando as pessoas e os processos estão preparados para ela.
2) A maioria dos usuários não querem esta responsabilidade, muitos dizem não terem sidos avisados no ato da contratação.
3) Aqueles que tentam uma vez e cometem erros ficam frustados e largam de mão.
4) Existem empresas com 6.000 relatórios diferentes atendendo a 450 usuários diferentes, a maioria dos relatórios são variações de alguns já existentes e a maioria não é mais utilizada em meses. Isso sobrecarrega o servidor de SSBI .
5) A não definição das principais métricas, regras de negócio e dimensões utilizadas fazem com que cada departamento fale uma língua, esta informação quando sobe para a diretoria ou presidência confunde os decisores e fazem a confiabilidade cair para quase zero.
Tudo isso tem um remédio, chama-se governança de dados somado a um plano de implantação de SSBI , neste plano a ferramenta é a última parte que se deve realizar, mas, como falei muito, vou deixar para falar do plano em outro momento.