Prêmio de PIOR escritório para se trabalhar

Prêmio de PIOR escritório para se trabalhar

Sim, é isso que você acabou de ler: o PIOR escritório.

Esse artigo tem por escopo fazer uma verdadeira crítica construtiva aos milhares de escritórios de advocacia espalhados por todo o Brasil, na esperança (talvez utópica) de que seus profissionais sejam devidamente valorizados.

Anualmente a “Análise Editorial” publica os 500 escritórios mais admirados segundo as grandes companhias, sem dúvida, uma importante ferramenta para o reconhecimento e premiação dos grandes escritórios.

Porém, alguém já parou para analisar “por detrás das cortinas”? Na frente dos clientes o escritório faz um grandioso espetáculo, digno de muitos aplausos. E no que tange à formação e valorização dos profissionais que fazem esse espetáculo acontecer (os advogados)?

Desse questionamento surgem algumas rotinas que vários colegas de profissão me relatam:

· O escritório não incentiva a qualificação (Pós-graduação, Mestrado, Doutorado).

·   Advogados que trabalham 12, 15, 20 horas por dia.

·   Advogados que trabalham finais de semana.

·  Advogados que sofrem assédio moral dentro do escritório que, somados aos tópicos anteriores, dão ensejo a inúmeros problemas de saúde: síndrome do pânico, depressão, úlcera, etc.

Alguns já devem estar se perguntando: Mas nenhum advogado reclamou da remuneração?

Parece loucura, mas o que leva o profissional a pedir demissão ou partir para o setor público (concursos) não é a remuneração, mas, sim, diversos outros fatores como: falta de reconhecimento; ausência de crescimento intelectual; falta da meritocracia no momento de uma promoção; excesso de trabalho. Nesse contexto, existem diversas pesquisas que corroboram o fato de que a remuneração não é a razão determinante para que o profissional esteja insatisfeito com o seu emprego.

Sob outro prisma encontram-se as grandes empresas, que por diversas vezes aparecem no prestigiado “Ranking Melhores Empresas para Trabalhar” (Great Place to Work).

Parece que estamos falando de planetas distintos, pois é cruel imaginar o abismo existente entre as empresas e os escritórios de advocacia, de um lado os funcionários possuem um excelente ambiente de trabalho (empresas), e de outro, os advogados encontram-se frustrados com o mercado de trabalho.

Dois fatores confirmam a frustração desses profissionais. O primeiro, é a constante troca de emprego, onde alguns não chegam a ficar 6 meses em um mesmo escritório, o segundo, é o fato de que inúmeras pessoas estão decididas a ingressar em alguma carreira pública, seja pelo trauma de algum escritório, ou mesmo pela busca de uma estabilidade profissional.

Diante desse cenário, para que os escritórios de advocacia sejam admirados também por seus profissionais, precisam evoluir nesse sentido, serem mais humanos e, sobretudo, precisam incentivar a qualificação, subsidiando moral ou financeiramente seus advogados para um curso de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado, afinal, um bom profissional sabe reconhecer quem o valoriza.

Excelente!

Gonzalo Martin Salcedo

Advogado e docente (no Brasil). Doutorando na Universidade de Granada (Espanha). gonzalo@salcedo.adv.br

6 a

Grande volume de mão de obra disponível. Uma legislação que permite abusos e precarização, e que ainda se pretende agravar com novos projetos de lei, a fim de tentar afastar a aplicação da CLT. Incontáveis gestores que olham apenas o resultado enquanto número e não enquanto processo, não importando o que se faz para atingir a meta (inclusive no âmbito da redução de custos). Sinceramente? Em minha pessimista (ou realista) visão, o quadro só tende a piorar (veja-se ofertas por escritórios de outras regiões de diligências a R$ 80,00 ou menos). 

No nosso escritório todos os advogados são sócios, não para burlar a lei, mas por que recebem um percentual do lucro. Desta maneira, são donos do seu tempo e participam das decisões. Passamos oito horas juntos e, por isto, só chamamos amigos para o nosso time. Não é utopia. Dá para ser feliz, respeitando e valorizando as pessoas à nossa volta.

Mariana Horta

Advogada Tributarista na De Gusmão | Santa Cruz | Scaletsky Advogados

6 a

É a mais pura verdade esse artigo que descreve de forma até suave a exploração que os grandes escritórios de advocacia imprimem aos seus advogados. Triste de ser ver.😢

Wiliam Miguel

Ajudo meus clientes a superar seus desafios de tecnologia e segurança

6 a

Se o advogado se sente assim, imagina quem trabalha no backoffice...

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