PRAZO DE VALIDADE DAS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS

Vivemos numa era incerta, volátil, ambígua, onde todos os dias existem novidades sobre tecnologia. Novas profissões surgem, outras desaparecem, a uma velocidade que é difícil perceber em que investir, como nos reinventar, o que aprender, o que desaprender e o que reaprender.

O mercado está constantemente com necessidades diferentes, essas necessidades, por vezes, são até mais rápidas que a atualização da descrição dos cargos. Já para não falar na evolução exponencial da inteligência artificial, onde qualquer robot/software poderá ter qualquer competência técnica, para qualquer função.

Nós humanos estamos a ficar cada vez melhores a compreender o cérebro, a inteligência, mas cada vez menos a desenvolver a consciência. Se, por um lado a inteligência é a capacidade de resolvermos problemas, por outro a consciência é a nossa capacidade de sentir.

No meu entender, as competências técnicas não serão as mais procuradas por recrutadores, mas sim, as habilidades comportamentais. Cada vez mais, é mais importante saber "como pensar" e não "o que pensar". Claro, que teremos sempre que nos desenvolver tecnicamente, mas o prazo de validade dessas competências é cada vez mais curto, tamanha a velocidade da evolução.

As pessoas começam a estar mais interessadas em saber com quem vão trabalhar, do que o que vão fazer ou o que vão ganhar. Tal como uma marca forte cria conexão com os seus seguidores, as pessoas começam a priorizar as relações humanas, a priorizar conexões. A conexão tem por base a confiança e é por isso, que a capacidade de criar conexão é que fará bons gestores de pessoas, bons gestores de negócios, bons empreendedores.

Um profissional nos dias de hoje tem que estar preparado para aprender sempre, e ser cada vez mais humano, desenvolvendo a consciência e a capacidade de reflexão. Porque se agir como um robot, uma vez que estes são muito melhores que humanos, vai ficar para trás. Os problemas de hoje não são "técnicos", são "éticos".