Precisamos de interação para educar
A responsabilidade pela educação de um país é de todos.
Os resultados do Brasil em avaliações nacionais e internacionais de escolaridade não tiveram resultados satisfatórios. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) nossos índices pioraram ou se mantiveram estagnados nas últimas pesquisas, e segundo o Ministro da Educação, Mendonça Filho, “Esse resultado é uma tragédia”, afirmou, lamentando os resultados. “E confirma exatamente o diagnóstico que fizemos, desde o início da nossa gestão, de que, apesar de termos multiplicado por três o orçamento do Ministério da Educação, em termos reais, o desempenho ficou estagnado ou até retrocedeu, como é o caso específico de matemática”.
Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=42741
Abaixo temos uma tabela que mostra os resultados de nosso país nas últimas 3 pesquisas do PISA:
Os dados foram retirados da Fonte: http://portal.mec.gov.br
Assim, diversas discussões surgem sobre como desenvolver a educação no País, e no Movimento Empresa Júnior não é diferente, no último final de semana ocorreu o Encontro de Líderes 2018, em São Paulo, e essas questões foram muito presentes. As ideias que foram compartilhadas lá, me fizeram pensar no que podemos fazer hoje como educadores, alunos e pais.
Primeiramente compartilho minha visão de qual o objetivo da educação. O objetivo da educação deve ser formar melhores pessoas, pois assim, essas serão melhores profissionais. E esse é um ponto essencial na discussão de formação de pessoas, porque nos últimos anos em que estive na sala de aula, dificilmente o professor se demonstrava interessados em nos educar para a vida, eles estavam certamente preocupados com nossa capacidade de racionalizar o conhecimento e de certa forma decorar informações para serem reproduzidas nas provas.
Hoje não irei discutir sobre os métodos de avaliação que temos, mas vou discutir sobre como a responsabilidade dos resultados do PISA 2015 é compartilhada entre todos. No ensino primário é visível que o acompanhamento dos pais na educação dos filhos, junto da instituição de ensino, tem papel fundamental na qualidade de formação das crianças. Porém, esse relacionamento, pais e escola se perdem com o passar dos anos. No ensino fundamental esse contato é quase inexistente, na maioria dos casos. Assim, os pais estão tirando suas responsabilidades junto da instituição de ensino e os educadores de formar seus filhos da melhor maneira possível.
Nas Universidades, o relacionamento é ainda pior, pois nesse momento os jovens são vistos como adultos, e assim, responsáveis pelo seu futuro. Com problemas em infraestrutura, no ensino público, professores desmotivados, a sala de aula se torna um local pouco inspirador para o conhecimento. Com aulas cada vez mais expositivas e pouca prática, os universitários caminham durante sua formação para um mar de incertezas que encontraram no mercado de trabalho.
Então como tangibilizar, agora, uma formação mais produtiva? A resposta está nos relacionamentos. Colocando as responsabilidades em todos, o papel de cada um está no estímulo de formar melhores pessoas para o nosso País. Na Universidade temos diversas atividades extra curso que são disponibilizadas aos alunos, temos: Pesquisas Científicas, Atléticas, Grupos de Oração, Movimento Empresa Júnior, Técnicos Sem Fronteiras, Grupos de Leitura e Cultura, entre outras atividades. Porque essas atividades que geram resultados diariamente na Universidade não são compartilhadas dentro da sala de aula?
Se colocarmos estudos de casos, em algumas disciplinas e aulas, dessas outras atividades estaremos estimulando os alunos a participarem cada vez mais ativamente delas, agregando bagagem a sua formação, ou seja, coloca os alunos para compartilharem seus conhecimentos com exercícios práticos em sala de aula. Um exemplo: em vez de um professor de Circuítos Elétricos colocar em sala de aula, apenas, exercícios do livro didático, coloca um exercício executado pelas pesquisas dos alunos ou pelos projetos da empresa júnior, e coloca os alunos responsáveis por esses conteúdos como seu tutor. Esse breve momento em sala de aula gerará muito mais conexão de conhecimento dentro do ambiente.
Obviamente, que as aulas não precisarem ser todas dessa forma e cada atividade tem uma forma de contribuir com alguma disciplina, não quero trazer aqui uma fórmula mágica de ensino, mas um questionamento de inovar e motivar novas didáticas dentro da sala de aula.
Para evoluirmos precisamos inovar, colocar as outras formas de inteligência para trabalharem, se não iremos continuar estimulando apenas as pessoas com aptidão a inteligência racional e desmotivando os outros estudantes, que possuem, sempre, algo para compartilhar e contribuir.
Em 2018, temos diversos desafios pela frente, entre eles, está em encontrar uma maneira de avançar na implementação de metodologias mais ativas de ensino. Essas que já são realidade em outros locais, como nos Estados Unidos. Com processos mais personalizados, interativos, motivadores e inspiradores.
Vamos formar através do dia a dia da sala de aula melhores pessoas e não apenas mais pessoas.
Pedro Henrique Passos Catini
Vamos acreditar mais no nosso país e trabalhar para solucionar nossas falhas e superar nossas dificuldades, unidos somos mais fortes.
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6 aExatamente Pedro, metodologias ativas como PBL ou aprendizagem por competências, e estudos de casos são estratégias simples e principalmente baratas. O esforço inicial é mínimo pois requer apenas uma disposição da comunidade acadêmica (pais, professores, coordenadores pedagógicos e alunos) em implementar essas práticas.