Precisamos falar sobre ética nos negócios
Estamos passando por mudanças de paradigmas nas quais uma consciência coletiva é convocada. Responsabilidade ambiental, equidade, justiça social, transparência são alguns dos valores que emergem para toda a sociedade repensar o modo de agir daqui em diante.
É nesse contexto que a ética (res)surge para o debate, em especial para o mundo do trabalho, com o adicional da amplificação e da descentralização proporcionadas pela era digital. A exposição, a documentação e o rastreio de atividades, além da possibilidade de qualquer pessoa ser porta-voz de um evento, faz com que a conduta ética, mais do que um valor abstrato, seja monitorada e avaliada constantemente.
As pessoas estão exigindo das empresas formas de atuação transparentes e coadunadas com as urgências locais e globais, portanto, a lógica do lucro a qualquer custo não pode mais ser a única premissa das ações de uma companhia.
Em termos práticos, a ética deve permear as decisões de negócio, o trato com colaboradores, acordos com todos os stakeholders, assim como impulsionar as contribuições para demandas sociais. Nesse sentido, além da ética ser um princípio básico para as relações e um balizador de nossas atitudes, também se torna um fator de sobrevivência e de sustentabilidade dos negócios.
Um exemplo são as associações que as empresas fazem para construir sua cadeia de valor e de suprimentos. É preciso certificar que parceiros atendem a requisitos éticos e agem com transparência quanto a condições de trabalho dignas, tratamento humano e sem discriminação por qualquer motivo, responsabilidade ambiental e políticas antissuborno — para citar alguns tópicos.
Em plena transformação digital, outro tema que converge muito com a ética é a privacidade dos dados. A segurança digital é uma preocupação para 6 em cada 10 brasileiros e, com a nova Lei Geral de Proteção de Dados, empresas podem pagar multas significativas e ter suas reputações arranhadas, caso não cumpram as diretrizes da legislação e coloquem em risco informações sobre as pessoas — de colaboradores a clientes.
Para agir eticamente, e efetivamente, organizações precisam desenvolver estratégias de ESG a fim de garantir que suas próprias ações, processos e relacionamentos sejam pautados pela consciência coletiva. Como Country Manager no ManpowerGroup Brasil, tenho muito orgulho em fazer parte de um grupo que, pelo 13º ano, é considerado um dos mais éticos do mundo por suas práticas calcadas na transparência e que levam em conta as demandas das comunidades onde estamos instalados, o compromisso ambiental e a empregabilidade, a governança, a diversidade e a inclusão.
No mais recente relatório sobre as políticas ESG do ManpowerGroup, “Working to Change the World”, apresentamos objetivos já conquistados e novas empreitadas que seguiremos para elevar a contribuição em relação a esses aspectos. Em um recorte sobre a governança, o grupo se compromete e se dedica a três pilares que visam estabelecer um alto padrão ético para o nosso setor e para as condutas empresariais, considerando desafios atuais e futuros do mundo do trabalho. A seguir, compartilho os principais pontos de cada um desses alicerces, para que também seja uma forma de encorajar mais organizações nessas responsabilidades.
Direitos Humanos
Acreditamos que o trabalho é fonte de dignidade e de propósito, por isso, respeitamos e promovemos a declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), bem como nos tornamos signatários do Pacto Global da ONU para garantir os direitos humanos em todas as nossas esferas de atuação. No mercado, nossas lideranças agem como defensores de práticas éticas, do recrutamento a oferta de oportunidades de emprego e de desenvolvimento para populações sub-representadas e vulneráveis.
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Código de Conduta e Ética Empresarial
Cientes da amplitude da nossa cadeia global, prezamos para que colaboradores e parceiros de negócio sigam condutas éticas e pratiquem valores de responsabilidade e sustentabilidade para com a sociedade. Para isso, criamos um Código de Conduta do Fornecedor e também disponibilizamos uma linha direta de ética global em tempo integral para que qualquer pessoa — seja colaborador ou prestador de serviço — possa denunciar ou levantar discussões sobre a ética em nossa rede. Relatórios gerados a partir dessa comunicação segura e transparente são direcionados a uma Equipe de Ética e Conformidade e compartilhados com o Comitê de Auditoria do Conselho Administrativo.
Ética e Inovação
Tecnologias emergentes geram oportunidades para os negócios, mas também requerem abordagens éticas e conectadas com a equidade. Com este foco, convocamos uma força-tarefa de Inteligência Artificial Ética, liderada pela diretoria jurídica e de segurança da informação, para assegurar que as inovações das quais lançamos mão atendam a questões como a privacidade de dados, a segurança cibernética, a responsabilidade legal e a robustez técnica.
Ações como essas traduzem e concretizam os esforços em mobilizar o mundo do trabalho, ascendendo os níveis de confiabilidade do mercado, das relações e das transações. Afinal, como bem disse Ana Guimarães, Diretora de Operações no Manpowergroup Brasil, em seu artigo sobre temas que impactam a sociedade, as organizações estão circunscritas no mundo e, portanto, precisam assumir seus deveres, partindo da ética para pactuar com reivindicações para além de seus muros. O desafio é sair do discurso se mantendo vigilante a todo momento para não desviar desta rota, com líderes encabeçando esta postura em práticas diárias, preservando relações, promovendo benefícios socioambientais e cultivando negócios mais prósperos.
A discussão sobre ética nos negócios faz parte do dia a dia da sua empresa? Espero seu comentário para que possamos continuar a conversa.
Abraços,
Nilson Pereira
Country Manager no ManpowerGroup Brasil