Precisamos ressignificar a palavra VELHICE!

Amigos de cabelos prateados ou companheiros mais “clássicos” (gostei da expressão que ouvi outro dia de alguém, não me lembro quem!), penso que temos que começar a fazer barulho com respeito ao que queremos e necessitamos.

Sou da geração prateada e já me sinto  cansada de ir comprar jeans e só encontrar aquelas pernas super finas de calça para poucas brasileiras, praticamente todas na puberdade. Além disso, será que alguém pode falar para as farmacêuticas que depois dos 40 ninguém consegue ler a bula e que se querem continuar com o mesmo estilo, precisam colocar uma lupa junto com o medicamento? É até um descaso não existir certos produtos ou  serviços para o público acima de 60 anos! Você  quer um shampoo e não tem para os seus cabelos já sem muita ação dos hormônios; você vai a uma biblioteca, não tem sequer uma lupa para ajudar com os documentos históricos, muitos com letras mínimas; você sai na rua, a sinalização não é de um tamanho que você enxergue, mas os buracos são enormes e para você cair é fácil!

Quem esse povo pensa que  somos? É claro que já não ouvimos bem, enxergamos bem e sei lá mais o que, mas com certeza, queremos ler, aprender, passear, transar, nos vestir bem, usar acessórios, trabalhar, contribuir com a sociedade, gerar lucro, produzir, inventar, viajar, e sei lá mais o quê... enquanto estivermos com boa saúde, desejo e produzindo bem, ninguém deve nos parar e nem tanpouco nos esquecer.

Gente, é preciso deixar claro que temos plena consciência do que representamos ou estamos prestes a representar ao chegarmos aos 60, idade marco para sermos considerados idosos. Hoje os idosos no Brasil movimentam mais de 1trilhão de reais! Não podemos aceitar esta condição e esperar que as autoridades ou empresários tomem a iniciativa. Para falar a verdade, esperar me parece uma atitude muito inocente. Se ainda não perceberam que representamos um mar de oportunidades de negócios e que falta pourquíssimo para a pirâmide etária se inverter, significa que NÓS temos que fazer algo! Afinal, muitos idosos estão sustentando outros idosos mais novos que não conseguem emprego!!! Nessa hora não nos esquecem, não é mesmo?

Aos 45 já sentimos o “empurrão” para sairmos das empresas, daí não conseguimos nos recolocar mais, mesmo as empresas precisando tanto do tal do networking, contatos esses que é o que mais temos pela  jornada de 30 e tantos anos de trabalho. Também querem a todo custo inovação e eu pergunto, quer maior inovação do que quando juntamos gerações diferentes, com habilidades distintas e percepções também? Mas não, não servimos na geração prateada e nem na da terceira idade ou quarta, sei lá...

Nós temos que nos unir para agir. Não dá mais para esperar. Afinal, o que vamos fazer dos 45 aos 86 anos, no mínimo! Sim, porque a geração que está nascendo agora vai viver ainda bem mais!

Que tal mostrarmos que os esteriótipos com os quais querem nos rotular não fazem o menor sentido? Eu topo! Quem vem comigo?