PRESSÃO OU COOPERAÇÃO?

PRESSÃO OU COOPERAÇÃO?

Tenho me deparado com empresas que adotam um modelo agressivo de gestão, com metas elevadas, altas bonificações, pressão em tempo integral sobre os gestores de todos os níveis. Por outro lado, tenho me deparado com empresas que adotam um modelo de gestão baseado na cooperação, na confiança e no engajamento, com metas definidas em comum acordo entre os detentores do capital e os gestores, com forte motivação e sem a pressão permanente sobre as pessoas. Há quem defenda o modelo de gestão mais agressivo, da pressão e altos ganhos seja melhor, apesar de criar um ambiente de burnout. Há que defenda que o modelo de gestão mais colaborativo, baseado na confiança, engajador, motivador, de segurança emocional.

Modelo Agressivo de Gestão: foco em metas elevadas, bonificações atraentes e a pressão contínua para desempenho superior.

Benefícios percebidos: rapidez nos resultados e crescimento.

Impactos negativos: burnout, rotatividade elevada e ambiente de trabalho tenso.

Modelo de Gestão Baseado na Cooperação, Confiança e Engajamento: foco na segurança psicológica, confiança e metas negociadas, em um ambiente menos competitivo.

Vantagens: menor rotatividade, maior motivação, bem-estar e sustentabilidade organizacional.

Desafios: o tempo necessário para resultados visíveis.

Cada modelo de gestão afeta o ambiente de trabalho e a motivação dos colaboradores, considerando os impactos na saúde mental dos colaboradores, o efeito no nível de engajamento, a construção de confiança, a cultura de inovação e a colaboração.

O modelo baseado na cooperação, na confiança e no engajamento tende a ser mais sustentável e favorece a retenção de talentos. Adicionalmente não carrega o custo do burnout e carrega as vantagens de um ambiente emocionalmente seguro para a produtividade de longo prazo.

Embora o modelo agressivo de gestão, com metas elevadas e recompensas financeiras, possa parecer atrativo no curto prazo, ele tem um custo elevado para a saúde organizacional. A pressão constante e o incentivo financeiro como principal motivador frequentemente criam um ambiente de trabalho tóxico, desencadeando altos níveis de estresse, esgotamento e até mesmo a rotatividade dos talentos. Esse modelo, embora possa gerar resultados financeiros rápidos, não é sustentável em termos humanos nem organizacionais.

O modelo baseado em cooperação, confiança e engajamento, por outro lado, prioriza o bem-estar dos colaboradores e o senso de propósito, levando a uma série de vantagens.

Quando os colaboradores sentem que trabalham em um ambiente de confiança e segurança psicológica, eles tendem a permanecer na organização por mais tempo. Esse engajamento contínuo e a lealdade, não como uma algema financeira e sim ao propósito da empresa, impactam positivamente tanto na qualidade quanto na consistência e a sustentabilidade dos resultados.

Em um ambiente seguro, onde a pressão e o medo de perder o emprego e o “dinheiro” não predominam, as pessoas são mais propensas a contribuir com ideias inovadoras e assumir riscos calculados. Esse tipo de ambiente é fundamental para empresas que desejam crescer de forma sustentável e se adaptar a mudanças rápidas.

Segundo estudos sobre burnout, o estresse contínuo e o foco intenso em recompensas financeiras estão entre as principais causas de esgotamento. Em contrapartida, o modelo de confiança e cooperação cria um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, promovendo bem-estar e saúde mental, o que é essencial para manter a produtividade no longo prazo. Uma equipe de alto desempenho é uma equipe que faz mais e melhor ... porque quer!

Empresas que constroem culturas de confiança e cooperação inspiram lealdade e propósito nos colaboradores. Esses fatores ajudam a atrair talentos de qualidade e a criar uma marca empregadora forte, o que aumenta a competitividade organizacional. A cultura é a alma da empresa e a alma é o segredo do negócio

A confiança e a cooperação não são apenas valores abstratos. Elas impactam diretamente os resultados financeiros a longo prazo, bem como sua sustentabilidade, pois colaboradores satisfeitos e motivados geram uma performance consistente e resiliente, diminuindo custos associados à rotatividade e ao absenteísmo, que são típicos em ambientes de alta pressão.

Em resumo, o modelo de gestão baseado na cooperação e na confiança transcende o curto prazo, permitindo que a empresa evolua como um organismo coeso e preparado para enfrentar os desafios do mercado. Essa é uma abordagem que beneficia não só o desempenho financeiro, mas também o bem-estar dos indivíduos, levando a uma verdadeira sustentabilidade organizacional.

Dhiego Lofiego

Gerente Sênior na Siemens Healthineers

1 m

A neurociência mostra que enfrentar desafios em um contexto de apoio ativa a liberação equilibrada de dopamina, neurotransmissor que estimula a motivação e a busca por objetivos de longo prazo. Quando a pressão é saudável—desafiadora, mas não desgastante—ela promove a criatividade, a aprendizagem e a resiliência. Paralelamente, a colaboração em um ambiente de confiança libera oxitocina, fortalecendo os laços sociais e incentivando a empatia e a comunicação aberta. Essa sinergia entre pressão positiva e colaboração cria as condições ideais para a transcendência no ambiente de trabalho. As pessoas sentem-se motivadas a inovar e contribuir, sabendo que estão em um espaço seguro para compartilhar ideias e assumir riscos calculados. Organizações que promovem essa dinâmica não apenas alcançam melhores resultados, mas também fomentam o bem-estar e a satisfação de seus colaboradores. Ao definir metas significativas, oferecer suporte adequado e cultivar uma cultura de confiança e cooperação, as empresas podem liberar todo o potencial de suas equipes e garantir um desempenho sustentável e de alto nível.

Daniel Báril

Head da área de Insolvência e Reestruturação | Silveiro Advogados

1 m

Pois é, Wladimir Rodney Palermo, mas o mundo corporativo de fato exige um pouco de pressão, não? Assim, entre pressão, ou cooperação, talvez um meio do caminho, tipo um neologismo "cooperapressão"?

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