Previsões para advocacia em 2025: Adapte-se Ao Novo [artigo]

No Advocash News de julho, nos basearemos nas previsões que profissionais da KPMG Legal Operations Transformation Services em firmas-membro ao redor do mundo fizeram em relação a como a função jurídica poderá estar em 2025, divulgadas no site oficial KPMG em matéria escrita por Stuart Fuller. 

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Os indicadores de performance darão norte aos profissionais, assim como a automatização de suas rotinas dará ainda mais condição para que tal performance seja obtida de forma satisfatória, tanto para equipes jurídicas e internas em organizações, assim como para escritórios por si só.

Todo esse contexto foi parte da nossa reflexão na semana anterior, em que Fuller trata sobre o cenário jurídico com uma saudável aliança com a tecnologia de dados.

Observar que tal movimento deva levar o advogado a se expor a novos conhecimentos, rotinas, habilidades e surpresas, nos leva a crer que em 2025 o mercado exigirá não apenas profundidade jurídica do profissional, suas competências complementares, ou tidas como secundárias, serão a base para que a atividade legal consiga se sustentar com mais linearidade, além de sua evolução natural.

Em mais uma de suas previsões, e a que vamos nos basear para o artigo de hoje, traz o peso na mudança da mentalidade para o abraçar da transformação que ocorrerá. 

Gerenciar a Cultura e Mudar a Mentalidade Será Essencial

Durante o ano, no Advocash News de março, em nossa newsletter, nos aprofundamos muito na questão de a criação da cultura do escritório não ser apenas uma tarefa corporativa com ar de formalidade e obrigação, colocando-a como parte fundamental para o crescimento do escritório em todas as suas esferas: da qualidade do serviço jurídico entregue e na redução da rotatividade, até questões de lucratividade e proteção no mercado.

Trouxemos, naquela ocasião, o que é chamado de Modelo Barrett, de autoria de Richard Barrett, que nos auxilia no entendimento de como funciona o pensamento de indivíduos em organizações, sendo uma ferramenta interessante para conseguir trazer à superfície esse olhar sobre a cultura dos profissionais que fazem parte do escritório ou equipe jurídica.

Quanto à mentalidade abordada por Fuller, os profissionais “precisarão se armar com novas habilidades e seus líderes precisarão demonstrar seu compromisso com a realização dos benefícios da transformação”.

A Transformação da Profissão e do Profissional

A palavra citada pelo autor, “transformação”, nos faz ir para um caminho de entendimento de que, em 2025, o mercado poderá ter se transformado tanto a ponto de que coisas que vemos hoje, ou parte delas, serão diferentes.

É claro que considerar que essa diferença será exponencial ou total seria muito complexo dentro de uma janela de 3 anos na profissão, entretanto, considerar que alguns fatores que hoje são ideias poderão ser comuns para a rotina do advogado, ou estarem em um processo de maturação bem avançado.

Como no exemplo da possível maior participação de softwares como apoiadores da rotina jurídica, sendo que, atualmente, 46,2% dos advogados não utiliza nenhum software em seu escritório, ao mesmo tempo em que 37% já os implementaram, e 16,4% desistiram do uso, segundo Censo Jurídico 2022, desenvolvido pela Projuris em parceria com a SAJ ADV.

Tal dado nos faz observar que quase metade dos profissionais já utiliza alguma ferramenta tecnologia, como no caso dos softwares, para apoio da atividade jurídica diretamente, sem contar, obviamente, ferramentas digitais já conhecidas como planilhas, nuvem e assinatura digital.

> Seria uma transformação inevitável?

Segundo a própria KPMG, em sua série Future of Legal, com artigos, publicações e podcasts criados para líderes jurídicos, “poucas organizações estão capitalizando totalmente as oportunidades apresentadas por seus dados”.

A considerar que os dados deverão ser mais frequentes, complexos e cada vez mais precisos, o profissional estará exposto a um cenário tecnológico em que: ou busca os frutos que tal transformação trará para a profissão ou tenta, à duras penas, manter-se vivo em um mercado inteiramente composto por eles.

A adaptação ao novo deverá exigir energia do profissional do Direito no quesito aprendizado e flexibilidade, assim como Fuller menciona a questão da mentalidade, que será crucial para que a inovação de processos já sólidos não seja vista como barreira para algum tipo de mudança.

Conclusão

Olhar para o futuro sempre foi um superpoder desejado em nosso imaginário e mundialmente discutido dentro da própria Filosofia, a previsibilidade de algo pode ser considerada uma vantagem inimaginável, ainda mais no quesito empresarial.

Ainda que não seja possível ter exatidão em todas as previsões, a profundidade dos profissionais que as levantaram nos fazem refletir que há uma grande chance de tais cenários se tornarem reais, ou perto disso, exigindo a adaptação do profissional em meio às novidades.

O mundo deverá mudar em alguns anos, o Direito deverá ganhar novas ferramentas ou características, conseguir enxergar isso e ter como premissa para seus estudos, discussões com colegas e mentalidade pode ser o melhor caminho a ser tomado hoje.

Acompanhar a evolução da profissão de perto pode fazer com que saia na frente, é o que nos leva a entender quando Fuller cita sobre “armar-se de habilidades”, mesmo que a ideia possa parecer disruptiva demais, como no caso da Inteligência Artificial no apoio ao advogado ou a consolidação futura do metaverso.

O advogado deverá munir-se de novos conhecimentos tanto para conhecer e usufruir do que será novo ao Direito, assim como operacionalizar e liderar equipes não jurídicas, o que nos faz concluir que o desafio futuro não está atrelado apenas ao âmbito legal.

Na próxima semana faremos o fechamento do tema.

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