A primeira palavra que falei não foi mamãe - foi Itaú. Sobre a presença de marcas fortes em nossa vida!
Umas das coisas que me lembro da minha infância no Alto de Pinheiros, em São Paulo, era ir quase todos os dias à agência do Itaú da Praça Panamericana com minha mãe e depois íamos ao Pão de Açúcar onde um simpático gerente me dava balinhas e um pequeno saquinho de papel pardo para eu fazer minhas "próprias" compras de doces e Ki-Suco. Era o que cabia no saquinho, mas era um mimo que o gerente fazia com as crianças fiéis daquela loja. Me lembro também que o Pão de Açúcar utilizava uma identidade visual alaranjada e não era 24h. Longe disso ainda.
O logo do Itaú ainda era aquele preto (ih, delatei minha idade), mas para mim era uma marca forte, pois meus pais citavam-na com grande frequência e apesar de tudo eu ainda achava a logo do Bradesco mais legal porque tinha um raio amarelo.
Mas voltando ainda mais no tempo, minha mãe conta que um belo dia quando eu deveria ter mais ou menos um ano de idade, estava eu me divertindo com algo inusitado, mas que eu gostava muito: folhear a lista telefônica pensando que aquilo era um grande livro. Acho que eles me deixavam brincar com a lista telefônica porque não era um livro importante ou caro e até podia rasgar algumas paginas por acidente sem causar maiores problemas.
Conta a lenda que em um determinado momento dessas minhas aventuras intelectuais com a lista telefônica, me deparei com uma grande página de anúncio com uma grande e familiar logo preta estampada. Eis que dou um belo grito e registro minha primeira palavra pronunciada em vida: I-T-A-Ú!!!
Minha mãe até hoje não se conforma com isso, mas damos boas risadas quando ela conta emputecida pela minha traição.
O Itaú acabou obviamente sendo o meu primeiro banco e meu primeiro carro foi financiado a poucos metros dali na falecida Hirai na Rua Cerro Corá. Anos depois financiei um imóvel por ali também, mas pelo Bank Boston, que meses depois foi comprado pelo Itaú.
Apesar de sempre ter sido fiel ao banco, fui migrando para outras marcas, pois nem sempre minha conta-salário era Itaú. Hoje sou heavy user de bancos digitais e até desconhecidos, mas ainda tenho uma conta inativa na velha agência da Panamericana, mas evito, pois infelizmente ela é uma das agências com maior índice de assalto em São Paulo.
Sobre o Pão de Açúcar, posso dizer que acompanhei a evolução daquela loja, que passou a ser referência de atendimento em São Paulo. Foi a primeira loja 24h do grupo e usei muito esse benefício em minha pós-adolescência para comprar bebidas antes da balada.
O simpático gerente do Pão de Açúcar - Sr. Pinho, aposentou-se naquela loja, mas me acompanhou como cliente durante umas boas duas décadas, talvez três. Uma vez até ralei meu carro em seu velho Fusca no pequeno estacionamento da loja, mas resolvemos tudo com tranquilidade.
Hoje tanto o Itaú quanto Pão de Açúcar são grandes anunciantes, talvez os maiores do mercado e ainda são duas grandes marcas nacionais de referência para mim e na medida do possível sou super fiel, mas o conceito de fidelidade mudou, pois hoje não tomo mais chazinho de erva-cidreira na agência porque não vou à agência e também não frequento somente o Pão de Açúcar porque uso Home Refill e similares.
E você? Qual marca traz boas lembranças da sua infância?