Prisão Fiscal

Prisão Fiscal

Estimados portugueses e estimadas portuguesas, não tenhamos mais ilusões, neste momento estamos todos condenados à prisão fiscal.

Seja que orçamento for, seja que partido político for, nós, ou melhor dizendo o Estado que somos todos nós, gastamos muito mais do que aquilo que produzimos e neste sentido temos sempre a consequência deste excesso de despesismo. É com enorme estupefação que apenas vejo discussões sobre o montante do défice do Orçamento do Estado e não vejo assiduamente ninguém do campo político defender que um défice contínuo é extremamente negativo. Afinal de contas a nossa preocupação não deveria ser se o nosso défice é de um, dois ou três porcento, mas sim como poderemos ter um orçamento com superavit. Depois ainda existe o outro delírio doutrinal que é quem deve pagar mais impostos, ou seja, onde devemos subir mais os impostos. Independentemente de quem sejam os destinatários existe sempre um efeito "boomerang" que acaba por nos afetar a todos nós, vejamos o exemplo da subida dos impostos nos combustíveis de forma a poder beneficiar o rendimento de alguns portugueses.

Operacionalizando o exemplo: o casal x que ganha o ordenado mínimo e este ano terá um aumento de cinquenta euros no seu rendimento mensal, ou seja, o seu rendimento disponível aumenta. Neste contexto, o Governo para poder aumentar o salário mínimo nacional terá de ter uma fonte de rendimento alternativa, e uma das soluções é aumentar o preço dos combustíveis gasolina e gasóleo. Como o casal tem um automóvel que até nem utiliza todos os dias, mas que enche um depósito mensal de cinquenta litros e como o combustível subiu cinco cêntimos o litro, gasta mensalmente mais dois euros e meio em combustível, ou seja, sobram quarenta e sete euros e cinquenta cêntimos. No entanto, a família também vai ao supermercado e como sabemos a maioria dos nossos produtos são distribuído por camiões, e as empresas detentoras dos mesmos terão de ajustar os preços dos produtos e naturalmente existirá uma inflação. A mesma família gasta em média quatrocentos euros mensais e haverá um aumento médio de quatro porcento o que representará um aumento de encargo mensal na ordem dos dezasseis euros, ou seja, sobram ainda trinta e um euros e meio. Como em Portugal a nossa economia está baseada nos combustíveis fósseis teremos um aumento generalizado dos preços, e a nossa família com o dinheiro que ainda lhe sobra ainda utilizará os transportes públicos, pagará água, eletricidade, gás, farmácia, despesas escolares etc., etc. Ressalvamos ainda que neste contexto o preço do crude/petróleo está atualmente excecionalmente baixo. No âmbito da subida de impostos os bancos também serão sobrecarregados, o que acarretará um aumento do preço do crédito e dos serviços bancários. Como para adquirir casa própria, carro, etc., a maioria das famílias recorre à banca, este aumento será pago por todos os que utilizam os serviços bancários.

 Enfim chegaremos à triste conclusão de que após as contas feitas a família que ficou feliz com o seu aumento de salário mínimo ficou ao final de poucos meses com menos rendimento disponível do que há um ano… Mas infelizmente não será apenas esta família a única prejudicada, seremos todos nós que vivemos nesta verdadeira prisão fiscal e que suplicamos que não seja perpétua…

Alexandre Real in Jornal de Negócios

Gabriela Lima

Coach - Crescimento Pessoal e Profissional, Time Managment, Stress Managment

8 a

Isto se não resolverem aumentar o IVA, sobre o tabaco, bebidas alcoólicas, refrigerantes etc.

Sofia Sousa

HR | Single-use Medical Devices

8 a

e quem sempre viveu dentro das suas possiblidades, sem nada dever a ninguem ainda é chamado a pagar por aqueles que viveram acima dos rendimentos! isto é verdadeiramente de perder as estribeiras!

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