Privacidade de Dados & Segurança da Informação | Como demonstrar a relevância da Auditoria Interna
Em uma era de regulações, padrões e certificações fica cada vez mais incorporado ao cotidiano do mundo corporativo o termo compliance, que visa estabelecer, manter e demonstrar transparência nos processos executados por uma organização.
Em Privacidade de Dados e Segurança da Informação isso é algo intrínseco á função, uma vez somos norteados por uma gama infinita de componentes que delimitam o quê, quem, como, quando, onde e as medidas devem ser tomadas, monitoradas e melhoradas.
Isso requer uma grande mobilização que envolve - principalmente - a Alta Direção, passando pelo nível tático e chegando até a operação propriamente dita.
Esta mobilização compreende uma série de ações que, dentre as mais importantes, prevê a realização de auditorias internas como parte do processo de excelência para a demonstração do que já fora estabelecido como programas de Privacidade de Dados e Segurança da Informação.
Para isso, o time dedicado a este tema deve ser organizado, capacitado, treinado e fortalecido para que possa elaborar e executar um evento que dê respostas quanto à maturidade das pessoas e da própria corporação em relação a uma ou mais regulações, dando a oportunidade de identificação e correção de problemas, seja de forma preventiva ou mesmo corretiva.
Os meios sobre como isso deve ser feito não podem jamais seguir uma única linha de pensamento, já que cada estrutura requer uma estratégia e todas as suas especificidades devem ser levadas em consideração.
Fatores como a independência e imparcialidade dos auditores internos (que podem ou não ser da equipe de Privacidade de Dados e Segurança da Informação - há organizações que possuem times específicos para isso, o que é uma excelente prática), compatibilidade com as regulações as quais a corporação está submetida (ou seja, a regra do jogo) e ética tanto da parte dos auditores quanto dos auditados devem ser inegociáveis.
Como organizar uma auditoria interna?
Isso requer um trabalho funcional (inerente à área, com conhecimento avançado) e logístico, uma vez que pessoas externas a esta estrutura serão envolvidas.
Para que isso seja viável é necessário que o devido peso seja dado a esta atividade e a primeira coisa a se definir é que não se trata de algo irrelevante e sem consequências, devendo ser levado a sério pelos envolvidos (principalmente pelos convocados) e que as seguintes premissas seja seguidas à risca:
Definido o público, deve-se comunicar quais são os critérios de avaliação, que podem ser baseados em regulações, frameworks ou qualquer meio que possibilite uma clara medição de resultados. Alguns dos itens mais utilizados para isso:
É importante também informar qual é o escopo da auditoria, pois na maioria dos casos não é possíveis abranger toda a organização por motivos de capacidade humana para tal e, desta forma, delimitar é necessário, podendo seguir as seguintes formas de realizar isso:
O método de avaliação também deve ser comunicado com clareza e, dependendo da regulação utilizada como base, os seguintes métodos podem ser utilizados:
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A agenda da auditoria, embora seja algo que envolva várias pessoas, deve seguir um padrão de razoabilidade que atenda, em primeiro lugar, ao cumprimento do processo regulatório, seguido das necessidades da organização, sendo (dentro da medida do possível e no momento adequado) compreensivo com as agendas dos envolvidos e jamais em função das necessidades e limitações do time de auditoria.
Comunicar toda a linha do tempo do que se espera do processo é mais uma oportunidade de demonstração de profissionalismo e transparência que o time de auditoria tem perante seu público e a Alta Direção. Um exemplo disso pode ser visto abaixo:
O que deve constar no Relatório Executivo de Auditoria Interna?
O relatório deve ser muito objetivo e focado na demonstração do que foi avaliado, o que foi identificado como conformidade e não-conformidade e, no caso desta última, detalhar o que deve ser feito. Uma boa prática para isso consiste em estabelecer os seguintes tópicos no documento:
Como gerenciar as não-conformidades?
Uma vez disponibilizado o relatório de auditoria interna aos envolvidos, é função de cada um destes responsáveis tomar as medidas previamente alinhadas (plano de ação e prazo) de forma a proceder com o encerramento de cada não-conformidade.
O acompanhamento disso pode ser feito tanto pelo time de auditoria quanto pelos times de Privacidade de Dados e Segurança (caso não tenham sido estes os responsáveis pelo processo de avaliação), que também devem dar todo o suporte (sem interferir no resultado) para que as correções sejam devidamente efetuadas.
A forma como isso deve ser feito vai variar muito de organização para organização, mas normalmente são seguidos passos semelhantes a estes:
Por que a auditoria interna é importante?
Ela nos dá a oportunidade de detectarmos, por mais maduro que um programa seja, falhas sem os vícios de quem olha para isso de dentro para fora, além de permitir que o risco de sermos pegos de surpresa por uma auditoria externa ou mesmo uma fiscalização seja sensivelmente diminuída.
Portanto, investir neste tema, embora seja trabalhoso e gere uma série de desconfortos, é algo que contribui para a conformidade e o aumento de maturidade de uma organização.