PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO. SERÁ MESMO?…
Tenho ouvido com frequência de contratantes de coaching corporativos (RH e gestores) que um ponto muito relevante para o desenvolvimento dos colaboradores é a “comunicação”. Este, inclusive aparece como um dos principais temas dos programas de desenvolvimento de lideres de diversas organizações.
Quase como a “virose”, que hoje em dia é um diagnóstico quase onipresente para uma série de sintomas como febre, tosse, dores de cabeça, mal estar, entre outros, o “problema de comunicação” também aparece “resumindo” uma série de sinais e comportamentos apresentados pelos profissionais nas organizações.
Observei ao longo de inúmeros atendimentos em coaching executivo que a evidência do “problema de comunicação”, na verdade, era um relato do efeito de questões mais profundas desses colaboradores.
Expressões como: “tímido”, “agressivo demais”, …faz os liderados chorarem”, “muito bonzinho”, “inseguro”, “não sabe se portar como gerente…”, “enrola”, não toma decisão”, “não passa credibilidade”, etc., são na verdade efeitos de alguma competência não desenvolvida, de algum comportamento, e não a própria questão em si.
Muitas vezes essas expressões passam a ser associadas aos profissionais, e estes, por sua vez, passam a ter que lidar não somente com seus pontos de melhorias (muitas vezes ainda não compreendidos nem por eles mesmos), mas também com o peso dos rótulos e julgamentos contidos nessas palavras.
Gostaria de compartilhar com aqueles que atuam no mundo corporativo, tanto em cargos de gestão como nos RHs – ou mesmo com os próprios liderados – a importância de saber observar o grau de maturidade profissional dos colaboradores frente a seus desafios, cargos, área, tempo de cargo – tanto em competências técnicas como também comportamentais.
É importante termos um olhar mais benigno em direção ao próximo, ampliar nossas percepções sobre os seres humanos com quem convivemos. Acredito que desta forma seja possível observar e pontuar aspectos de desenvolvimento (que todos temos) com naturalidade e respeito, deixando de lado muitas vezes, interações reativas, sustentadas pelo fatos de termos “razão” – julgamentos e críticas que infelizmente contribuem para a piora dos relacionamentos no ambiente de trabalho.
As consequências nocivas de julgamentos que consideram somente o “visível” não param por aí… Causam um ambiente de trabalho desconfortável, criam uma imagem negativa dos profissionas, possibilitam o surgimento de rótulos pejorativos, impactam na produtividade das áreas e, pior, os pontos de desenvolvimento do indivíduo se transformam em problemáticas mais complexas, não só na empresa, mas extrapolando para suas vidas e carreiras.
Com isso, esses pontos de desenvolvimento deixam de ser o que de mais precioso eles são: uma importante oportunidade de crescimento e aprimoramento humano e profissional!
Um pressuposto do coaching é que os seres humanos possuem recursos internos ou podem desenvolver as habilidades necessárias diante de seus desafios diários, possibilitando que evoluam rumo ao seu potencial humano mais elevado, e desta forma contribuam proativamente consigo mesmo, com as pessoas que o cercam e com o mundo.
Diante deste ponto de vista, é natural todos termos sempre aspectos a serem desenvolvidos e aprimorados. Isso faz de todos nós simplesmente humanos.
Lúcia Korkes – Senior Coach, membro do ICF – Intenatinal Coaching Federation e sócia da Korkes & Cintra Coaching
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Fundadora da C4Y - Mentoria e Treinamentos Corporativos | Parceira da Valoare Consultoria em Gestão | Parceira da BTS Group
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