Procuram-se alfaiates e costureiras sociais.

Não é de hoje que percebemos um país polarizado entre “eles” e “nós”. Ironicamente, e independente de quem seja, o “nós” sempre tem a razão e o “eles” sempre está conspirando contra o “nós”.

A falta de confiança corrói uma família, uma empresa, um governo, enfim, destrói uma sociedade. Afinal, sem confiança não escutamos o outro — eu sei, já fui mestre no xadrez mental do argumento que desarma. Hoje? Sou aprendiz da escuta, da costura para unir partes para o entendimento, faixa branca da arte da confiança.

Há mais de 20 anos tenho transitado pelo Setor Privado e pelo Terceiro Setor — organizações sem fins lucrativos. Somente na Parceiros Voluntários já estou desde 1998. Recentemente, passei a contribuir voluntariamente com o Setor Público, por intermédio do Conselho de Desburocratização e Empreendedorismo do Rio Grande do Sul e, já começo a compreender as diferentes perspectivas entre os três. Os diversos modelos mentais, os matizes de cores de cada um, as dores e os incentivos — a regra do jogo, por assim dizer.

Também aprendi a perceber o que eles possuem de similaridade. Entre outras coisas: o medo. Aliás, o medo é o combustível da falta de confiança. O medo de perder recursos: financeiros, reputacionais e, até mesmo, de liberdade de ação. Aprendi também que em cada um deles há pessoas fantásticas, competentes, engajadas e determinadas a entregar o seu melhor. Por outro lado, há aquelas ainda não convertidas para o bem comum, mas, para cada uma dessas encontrei duas, três, dez mobilizadas pelo bem da coletividade.

Os problemas postos hoje são complexos demais para um único indivíduo, ou mesmo instituição, e fazer conexões, descobrir e costurar interesses em comum entre organizações e pessoas, tem feito parte do meu dia a dia, e da rotina da Parceiros Voluntários. E essa é a nossa crença. Só juntos, somente juntos, todos os Setores, todos os Poderes, todas as organizações e indivíduos vamos construir a sociedade que queremos e vamos realizar as costuras sociais que nosso Brasil tanto precisa. Para isso, estamos procurando Alfaiates e Costureiras Sociais Voluntários — você quer costurar conosco?


Ana Beatriz Goldstein

Chefe da Assessoria Especial da Cultura de Paz nas Escolas do Distrito Federal

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Excelente Daniel! Demorei a mandar o meu comentário, porque hoje finalizei um plano de trabalho para iniciar formações para costureiras, artesãs e jovens desempregados com ou sem deficiência ,que desejem empreendedor e entrar no mercado da moda sustentável. O projeto Moda Connect que tem conexões feitas com Brasília - Paris - São Paulo - Paraíba -Goiânia , terá um enorme prazer de conectar novamente com o Rio Grande do Sul também neste projeto ligado a moda. Iniciaremos formações voltadas para a economia criativa com foco na sustentabilidade, inovação e inclusão. Aderência total ao artigo. Vamos conversar??

Daniel Martin Ely

VP Executivo Randoncorp I COO da Rands I Autor do Livro - O Líder em Transformação I Colunista MIT Sloan Management Review Brasil

4 a

Parabéns Daniel!!! Excelente reflexão.

Daniel, adorei a forma como você traz o assunto. E concordo que estamos vivendo num momento complexo demais para tentarmos agir sozinhos. As conexões formadas na busca por soluções e os aprendizados coletivos e difundidos serão nosso presente no meio de tantas perdas. Parabéns pelo trabalho de agregar pessoas. É um lindo e difícil trabalho.

Arthur Bender

Palestrante, Escritor, Mentor, Criador do Conceito de Personal Branding. Especialista em posicionamento de marcas.

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Excelente, Daniel. A gente precisa muito de gente disposta a ouvir e a costurar. Eu adorei esta metáfora. Perfeito. Conta sempre comigo no que eu puder contribuir com linha, agulha e muito boa vontade! Forte abraço!

Reinaldo Mirco Aronis

Sócio-Diretor Cabanellos / Advocacia

4 a

Disse tudo!!! 💪🏽💪🏽💪🏽

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