Procurando bem, todo mundo tem.
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Como uma criança que cresceu nos anos 90 fazendo aulas de balé com saia de tutu cor-de-rosa, foi muito difícil passar incólume pela canção “Ciranda da Bailarina”.
Escrita pelo Chico Buarque em parceria com o Edu Lobo, a música foi imortalizada nas novas gerações pela Adriana Calcanhoto no álbum infantil Adriana Partimpim.
A letra lista uma série de perrengues humanos, demasiado humanos, que todo mundo nessa vida já enfrentou ou ainda vai enfrentar: pereba, piriri, verruga, frieira, piolho, unha encardida - procurando bem, todo mundo tem.
Quer dizer - todo mundo, menos a bailarina. Coitada!
Uma vida sem perrengues a princípio parece um sonho (quem não gostaria de passar pelo mundo sem remela nos olhos, risco de piolho ou problemas na família?), mas, na prática, esse tipo de expectativa tira bastante da nossa humanidade, transforma em vergonha o que deveria ser natural, apesar do inconveniente.
A verdade é que a “Ciranda da Bailarina” é uma canção de protesto que usou dessa metáfora de ser inatingível para criticar o governo na época da ditadura, mas te convido pra viajar na maionese comigo e pensar que a tal bailarina também pode ser mais ou menos aquilo que se espera das pessoas do sexo feminino.
Crescemos ouvindo que existe algo de errado com nosso corpo e, principalmente, com nossas partes íntimas. O resultado é uma vergonha enorme de tudo que acontece lá embaixo, seja algo natural (como os pelos ou o muco nosso de cada dia) ou um daqueles probleminhas que, mais dia, menos dia, todo mundo vai enfrentar. Corrimento, coceira, BOs e “perebas” de maneira geral: quem nunca?
Temos uma prova disso nas planilhas de atendimento do SOS Ginecologista Oya, uma consulta online pensada exclusivamente para socorrer esses perrengues rotineiros. De maio até agora, nossa triagem virtual - onde as oyanas relatam suas queixas - registrou 23% de casos de corrimentos, coceiras ou um cheirinho suspeito nas partes baixas.
Dores e desconfortos na hora do sexo ficam em terceiro lugar com 9,5% de queixas registradas e os incômodos na hora de fazer xixi somam 7,3% de casos.
Esses números mostram que BOs da vulva são mais do que normais. Procurando bem, todo mundo tem. Em outras palavras, passar por isso não deveria ser motivo de vergonha para ninguém.
Ainda assim, sabemos que tem uma mulherada se sentindo suja, inadequada ou errada por enfrentar situações assim. Quer um exemplo?
Casos assim mostram como a vergonha e o estigma nos levam a deixar o cuidado com a saúde de lado ou então a cair nas garras do autodiagnóstico e da automedicação com a ajuda da internet. Uma vida sem perrengues seria mesmo mais fácil, mas será que queremos mesmo ser como a bailarina da música, girando e girando, eternamente presa numa caixinha de música?
Metáforas exageradas a parte, meu objetivo hoje é te convidar a fazer as pazes com esse lado humano, demasiado humano, que todas carregamos, acolhendo o corpo que nos carrega numa relação de mais cuidado e menos vergonha.
Pode ter certeza: você não está sozinha nessa.
Com carinho,
Anna Vitória, a editora
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Nessa edição aprendemos que os BOs da vulva acontecem até nas melhores famílias, não há nada de errado com isso. Mas normalizar esses problemas não significa negligenciá-los, hein! Dores, coceiras, secreções e cheiros estranhos são sinais que seu corpo envia para te avisar de que algo não vai bem e é importante ficar atenta a eles.
Sentiu algo suspeito por aí? Conte com o SOS Ginecologista Oya! Uma consulta online acolhedora, com agendamento rápido e prático, para que você receba o atendimento que precisa de forma simples, descomplicada e o mais importante: sem julgamentos!
Vamos juntas?
“Chegar ao fim do dia com a calcinha suja é motivo de vergonha, sinal de falta de higiene, de doença”. NÃO! Pega na mentira - e uma das maiores mentiras que já nos contaram sobre corpos femininos. Nem sempre aquele muco vaginal percebido nas roupas íntimas é, de fato, corrimento. E, quando é, o fluido incômodo pode desaparecer com o tratamento e cuidados certos.
Vem que a gente te explica quando é hora de se preocupar e como entender o comportamento natural e saudável do seu corpo.
Já que estamos falando de perrengues, que tal uma descontraída para dar risada dos maus bocados que vivemos? É como diz o ditado: “depois que passa, a gente ri”. Esse é o tema do episódio mais recente do nosso podcast: coisas que já perguntamos para o Google e as situações ridículas e desesperadoras que nosso buscador favorito nos enfia.
Pode confessar: quantas vezes você já recorreu ao Google (ou melhor, ao Doutor Google) quando precisou tirar alguma dúvida a respeito da sua saúde? E quantas vezes essa "consulta" te deixou com mais dúvidas e inseguranças do que antes? Quase todo mundo já viveu uma (ou várias) situações assim e nesse episódio reunimos depoimentos das nossas ouvintes que toparam dividir com a gente seus momentos de ansiedade e autodiagnóstico na web.