Projeções do governo apontam 23,1 bilhões de barris na Bacia da Foz do Amazonas

Projeções do governo apontam 23,1 bilhões de barris na Bacia da Foz do Amazonas


NESTA EDIÇÃO.

Estimativas da EPE apontam 10 bilhões de barris recuperáveis na Bacia da Foz do Amazonas. 

MME terá banco de dados para acelerar licenciamento ambiental.

Leilão de sistemas isolados será em maio de 2025

Diretrizes do leilão de potência devem sair ainda este ano, diz ministro. 

Operação de Angra 1 é prorrogada por 20 anos. 

Projeções do governo apontam 23,1 bilhões de barris na Bacia da Foz do Amazonas

Estudos da EPE indicaram que a Bacia da Foz do Amazonas tem 23,1 bilhões de barris de petróleo in place, dos quais 10 bilhões de barris são recuperáveis.  As projeções indicam que as porções noroeste e sudeste da bacia e o Cone do Amazonas podem chegar ao pico de produção de 303 mil barris/dia após 14 anos do início da extração

Como comparação, o campo de Búzios, maior produtor do pré-sal até hoje, tinha cerca de 30 milhões de barris de petróleo in place originalmente, segundo informações da ANP. 

Os dados são a primeira estimativa oficial do governo sobre o potencial da região, em meio às dificuldades da Petrobras para prosseguir com a perfuração de um poço exploratório. 

  • O pedido de licença para a perfuração foi negado pelo Ibama em 2023 e passa por nova análise desde então. 
  • Em outubro, a área técnica do órgão recomendou o indeferimento da licença e o arquivamento do processo, mas há disposição em receber as contrapartidas da companhia.  

A Bacia da Foz do Amazonas é a principal aposta dentro da região da Margem Equatorial para a continuidade da produção brasileira na próxima década, dado o declínio na extração do pré-sal previsto para os próximos anos. 

  • É importante ressaltar que a maior parte dos blocos na bacia ainda não foram leiloados. As áreas que já foram oferecidas ao mercado são operadas, em sua maioria, pela Petrobras. 
  • O restante do mercado aguarda os desdobramentos da perfuração (ou não) do primeiro poço da estatal em águas profundas na região. 

Em tempo, a Petrobras divulgou na noite de quinta (21/11) o Plano de Negócios 2025-2029, com a previsão de investir US$ 77,3 bilhões em exploração e produção. A maior parte do valor (60%) será destinada ao pré-sal

  • Maiores detalhes serão divulgados ao longo do dia de hoje, em entrevistas e teleconferências com analistas. 

Para acelerar o licenciamento. O MME está elaborando um banco de dados que servirá de referência para os processos de licenciamento ambiental. O objetivo é tornar mais célere a liberação das licenças de exploração, integrando o banco de dados com as diretrizes ambientais.

  • O sistema é desenvolvido em parceria com o IBP e deve reforçar o acompanhamento dos processos de licenciamento de novas fronteiras, em especial a Margem Equatorial.

Após visita de Xi Jiping ao Brasil, a Petrobras e a petroleira estatal chinesa CNOOC assinaram um memorando de entendimento para avaliar uma cooperação de longo prazo e criação de um Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação Brasil-China.

Efeitos colaterais. Reinjetar o gás natural produzido além do necessário para a gestão dos reservatórios e para elevar a produção de petróleo – isto é, a reinjeção pela falta de gasodutos – tende a levar a aumento de custos no futuro em razão da necessidade de investimentos crescentes para separação dos fluídos.

Leilão de sistemas isolados. O MME anunciou que o próximo certame para atender áreas que ainda não são conectadas ao Sistema Interligado Nacional deve ocorrer em maio de 2025. Ao todo, são previstos R$ 452 milhões em investimentos, para o fornecimento de energia elétrica a dez lugares dentro da Amazônia Legal. 

  • A capacidade total é de 49 MW, sendo pelo menos 22% de fontes renováveis em cada lote. Há possibilidade de participação de sistemas de baterias

Substituição do diesel na Amazônia. Em visita a Belém, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também lançou uma iniciativa para destinar R$ 372 milhões do Fundo Pró-Amazônia Legal para descarbonizar sistemas isolados. A medida visa financiar a interligação e a implantação de sistemas híbridos de geração, para reduzir a geração a diesel na região. 

Enquanto isso, leilão de potência segue indefinido. A portaria com as diretrizes para o leilão de reserva de capacidade deve ser publicada até o fim de dezembro, segundo Silveira. Antes previsto para agosto de 2024, o certame agora deve ficar para os primeiros meses de 2025. 

Mais duas décadas em Angra 1. O MME autorizou a prorrogação da operação da primeira usina nuclear brasileira por mais 20 anos. A aprovação atende a uma resolução da Comissão Nacional de Energia Nuclear, responsável pelo gerenciamento e uso seguro da energia nuclear no Brasil.

Peso no bolso. Uma pesquisa da Nexus apontou que o consumidor brasileiro tem uma percepção positiva sobre o papel dos biocombustíveis na economia, mas esse fator ainda não ganhou relevância na hora de abastecer.

  • Para 69% dos entrevistados, o aumento da produção de etanol e biodiesel no país está diretamente ligado ao crescimento econômico do Brasil, ao passo que 71% também concordam que a medida vai gerar mais empregos nas áreas rurais. No entanto, apenas 29% dos entrevistados usam hoje o etanol como principal combustível.

Emissões de metano. Sete dos dez maiores emissores de metano de resíduos orgânicos assinaram, na COP29, um compromisso para incluir em suas políticas climáticas metas quantificadas de redução de metano em sistemas de resíduos e alimentos. O Brasil está entre os signatários.

Eduardo Paes e líderes do setor debatem IA e o futuro da energia. A agência eixos, em parceria com a Visagio, convida para um evento exclusivo sobre energia e Inteligência Artificial na próxima terça-feira (26/11), das 9h às 12h, no Porto Maravalley. O evento vai reunir o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e líderes do setor. Inscreva-se para participar (vagas limitadas).

Opinião: Mudanças de interpretação sobre a tributação das receitas reguladas desafiam a segurança jurídica e ampliam judicializações no setor de transmissão, escrevem o sócio e o advogado de Tributário do Lefosse, Breno Sarpi e Luiz Loureiro.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Conferir tópicos