Projeções Económicas para Portugal | junho de 2018
Segundo o Boletim Económico do Banco de Portugal, de junho de 2018, em Portugal, a atividade económica deverá continuar a expandir-se até 2020, embora a um ritmo progressivamente menor ao longo do horizonte de projeção. Estima-se que, depois de ter crescido 2,7% em 2017, o PIB aumente 2,3% em 2018, 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020. Na tabela seguinte apresenta-se um resumo das projeções económicas para Portugal e área Euro.
Gráfico n.º 1 – Projeções Económicas do Banco Portugal
Em 2018, o PIB deverá aumentar ligeiramente acima do estimado para o conjunto da área do euro, alcançando o nível observado antes da crise financeira internacional. Para os dois anos seguintes prevê-se um crescimento semelhante ao projetado para a área do euro. O PIB per capita em Portugal também deverá aumentar ao longo do horizonte de projeção, mantendo-se o processo muito gradual de convergência real face à área do euro (Banco de Portugal).
O crescimento da economia portuguesa insere-se numa dinâmica de recuperação observada desde 2013. O PIB em Portugal cresceu 2,1% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A taxa anual de crescimento do PIB em Portugal foi em média de 1,28% de 1996 a 2018, atingindo um máximo de 5% no segundo trimestre de 1998 e um mínimo de -4,50% no quarto trimestre de 2012.
Gráfico n.º 2 – Evolução do PIB anual em Portugal
O mercado de trabalho deverá continuar a recuperar. O emprego total deverá crescer 2,6% em 2018, 1,2% em 2019 e 0,9% em 2020. Apesar desta evolução, no final do horizonte de projeção, o número de indivíduos empregados deverá continuar aquém do observado antes da crise financeira. A taxa de desemprego também deverá diminuir, fixando-se em 5,6% em 2020, valor idêntico ao projetado em março e inferior à média registada em Portugal nos anos que precederam a crise. Antecipa-se ainda um crescimento contido da produtividade do trabalho ao longo do horizonte de projeção, que permanece baixa quando comparada com a observada nos demais países da união monetária (Banco de Portugal).
A taxa de inflação em Portugal deverá permanecer relativamente estável nos próximos anos, abaixo dos valores publicados pelo Banco Central Europeu para a área do euro. Os preços no consumidor deverão crescer 1,4% em 2018, 1,5% em 2019 e 1,4% em 2020 (Banco de Portugal).
Na reunião de junho do BCE, o Conselho do BCE procedeu a uma análise aprofundada dos progressos no sentido de um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, tendo também em conta as mais recentes projeções macroeconómicas elaboradas por especialistas do Eurosistema, medidas das pressões sobre os preços e os salários, bem como as incertezas em torno das perspetivas para a inflação. Com base nessa análise, o Conselho do BCE tomou as seguintes decisões:
No que respeita às medidas de política monetária não convencionais, o Conselho do BCE continuará a efetuar aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos atual ritmo mensal de €30 mil milhões até ao final de setembro de 2018.
O Conselho do BCE prevê que, após setembro de 2018, sob reserva de os dados entretanto disponibilizados confirmarem as perspetivas do Conselho do BCE relativamente à inflação no médio prazo, o ritmo mensal das aquisições líquidas de ativos seja reduzido para €15 mil milhões até ao final de dezembro de 2018 e que as aquisições líquidas cessem nesta data.
O Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de financiamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0.00%, 0.25% e -0.40%, respetivamente.
O Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais, pelo menos, até ao verão de 2019 e, em qualquer caso, enquanto for necessário para assegurar que a evolução da inflação permanece alinhada com as atuais expectativas de uma trajetória de ajustamento sustentada.
As decisões de política monetária mantêm o atual nível amplo de acomodação monetária, que assegurará a continuação da convergência sustentada da inflação no sentido de níveis abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo.
Fernando Marques
26/06/2018