Pronúncia de espanhol: minhas dicas após um ano e meio na Espanha
O espanhol está presente na minha vida, para valer, desde que fui ao México de intercâmbio em 2013.
Um pouco antes, nos dois últimos anos do Ensino Médio, tive um contato inicial com a língua (foi por volta de 2005 que o Ministério da Educação sancionou a obrigatoriedade desse idioma na grade curricular).
Depois, no meu primeiro ano estudando Letras na USP, fiz um curso intensivo de espanhol, pois estava considerando este idioma como opção de habilitação (a escolha da língua estrangeira só era feita no segundo ano da graduação). Mas, no fim das contas, escolhi cursar português e inglês.
Do intercâmbio ao diploma de proficiência
Depois dos meses que passei no México, decidi inscrever-me em disciplinas optativas do espanhol na faculdade, já que tinha essa possibilidade para complementar meu currículo acadêmico. Foi uma forma de não perder o contato e prática da língua.
Isso me ajudou muito a alcançar um dos objetivos da minha viagem: tirar um certificado de proficiência. Escolhi o DELE, do Instituto Cervantes, e fiz as provas no final de 2013.
Três anos depois de ir ao México, acabei vindo morar em outro país, a Espanha, e como estou há um ano e meio praticando espanhol todos os dias, meu domínio evoluiu muito.
Compartilhar conhecimento
Foi baseada nessas experiências acadêmicas e pessoais que decidi compartilhar um pouco do meu conhecimento sobre a pronúncia de espanhol. Espero que seja útil a quem está aprendendo a língua.
Dicas de pronúncia de espanhol
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1) O L não tem som de U
Em português do Brasil o L é pronunciado como se fosse um U no final de sílabas, como em ALTO ("auto") ou FINAL ("finau"). No espanhol, isso não acontece. A pronúncia do L deve ser feita da maneira como o usamos no começo da palavra LEI, por exemplo. Para ter uma base de comparação, é similar à forma como a letra é pronuciada pelos falantes do português de Portugal.
2) O E não vira I e o O não vira U no final de palavras
Outra característica do português brasileiro é pronunciar o E como se fosse I e o O como se fosse U quando estão no final de palavras. Fazemos isso em ELE ("êli") ou em VINHO ("vinhu"). No espanhol, os sons "mais comuns" do E e do O devem permanecer. Por exemplo: NIÑO deve ser dito como "ninhô" e ESCAPARATE deve ser dito como "escaparatê".
3) B e V são iguais
Para quem fala português, há uma clara distinção entre B e V, mas no espanhol essa distinção não é tão notável, então ambos soam como B aos nossos ouvidos: VACA ("baca"), VENGA ("benga"), BARRIO ("bario"), BIEN ("bien").
4) G e J com som de R/RR
O G acompanhado de E ou I e o J acompanhado de qualquer vogal soam, no espanhol, como o R no início de palavras, ou como dois erres (RR) em português. Portanto, as seguintes palavras soam da seguinte maneira: GENTE ("rrente"); GINÁSIO ("rrinacio"); JAIME ("rraime"); JEREZ ("rrerês"); JITOMATE ("rritomate"); JOYA ("rroia"); JUNTA ("rrunta").
5) A sílaba tônica às vezes muda
Quando nos deparamos com palavras em espanhol iguais ou similares às do português, a tendência costuma ser pronunciá-las com a mesma sílaba tônica do português. Mas, nem sempre a sílaba mais forte (tônica) é a que estamos acostumados na nossa língua. Isso acontece, por exemplo, com: ALERGIA que soa "alér-rria" em espanhol); DEMOCRACIA (que soa "democrácia" em espanhol) ou POLÍCIA (que em espanhol se escreve "policía" e se fala "policía").
Por aqui vou deixar essas 5 dicas, mas se você gostou e quer conhecer mais 5 questões relacionadas à pronúncia do espanhol, clica aqui para entrar no meu blog e acessar o material completo que preparei sobre o assunto.