Proteção de Dados na Prática

Como frequentadora de lojas da Apple fora do país (o consumo de cabos na minha casa beira o ridículo, já que os cabos são pouco resistentes a crianças e adolescentes), sempre fiquei intrigada pelo fato de que ao usar o mesmo cartão de crédito, em qualquer lugar do planeta que fosse, eu era automaticamente identificada: endereço, e-mail, número de passaporte e vários outros dados não necessariamente relevantes para cada compra, mas que estavam lá, ao alcance de cada vendedor.

No entanto, desde meados do ano passado, foi possível notar uma mudança nesse reconhecimento automático. Em viagem recente, e ao usar o mesmo cartão em três lojas diferentes da Apple em um mesmo país, o reconhecimento não acontecia, o que obviamente acrescentava alguns minutos extras à “experiência de compra”.

Logo pensei que se tratava de alteração decorrente da GDPR (General Data Protection Regulation da União Europeia), que entrou em vigor em 25 de maio de 2018. Mas fiquei curiosa por saber se os vendedores sabiam a razão pela qual a “experiência de compra” tinha ficado um pouco mais longa. E, para minha surpresa, todos os vendedores que me atenderam, e com quem conversei, não só sabiam o que era a GDPR, e que de fato era em razão da GDPR que eles haviam alterado os sistemas, mas também dos benefícios da Regulação para o consumidor em geral: os dados são do cliente, e ao cliente pertencem.

Não só a Apple se adequou à nova realidade trazida pela GDPR, e passou a não manter em seus sistemas dados pessoais de clientes que não fossem necessários para o propósito de sua atividade, mas também treinou seus funcionários para que soubessem das razões das alterações.

E você, já está preparado para a Lei Geral de Proteção de Dados?


Elvira Cavalcanti Presta

Conselheira de Administração, Comitê de Auditoria, Conselheira Fiscal, CFO e RI

5 a

Muito interessante Fabíola Cammarota de Abreu!

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