Proteção de Dados: Os diferentes pontos de vista somam na compreensão do todo!

Anekāntavāda é uma história sobre sete cegos e um elefante. Ela é uma das mais importantes e fundamentais doutrinas de uma religião indiana muito antiga, chamada jainismo. Ela faz referência aos princípios do pluralismo e da multiplicidade de pontos de vista. Esta história ajuda a compreender que a verdade e a realidade costumam ser entendidas de forma diferente, a partir das diferentes perspectivas de quem está olhando para uma situação e que nenhum ponto de vista consegue abranger toda a verdade.

Utilizei essa história para ilustrar a complexidade dos projetos de proteção de dados, porque esse assunto reverbera de formas diferentes em cada uma das áreas envolvidas.

Dentro de uma empresa, as áreas mapeadas como canais de entrada de dados pessoais precisam estar tão envolvidas quanto, por exemplo, a área de Tecnologia, que não costuma ter canais de entrada mas que se preocupa, dentre outros assuntos, com a adaptação dos sistemas da empresa e com os riscos de vazamento de dados pessoais a partir da invasão de algum hacker. Já o Jurídico, precisa se preocupar com as justificativas legais para os tratamentos de dados e também com as revisões dos contratos com empresas parceiras e terceirizadas. Cada um apalpando um pedaço do grande elefante.

Em empresas de maior porte, a formação de um comitê de proteção de dados contribui para dar as diretrizes e definir prioridades para esse assunto. Já o grupo de trabalho, busca soluções objetivas para atender a essas orientações no dia a dia da empresa. O Encarregado dos Dados, por sua vez, é fundamental por ter uma visão especificamente da proteção de dados, mas em todas as áreas da empresa, relembrando constantemente a todos que o elefante é um só, composto por cada uma das partes que cada um está enxergando.