Quais as diferenças entre ArcGIS e QGIS?

Em mais de dez anos de experiência profissional, tive a oportunidade de aprender sobre várias técnicas e ferramentas que me auxiliaram em inúmeras atividades nos lugares onde trabalhei. Uma delas é o ArcGIS onde fiz várias análises vetoriais, mapas temáticos e entre outras tarefas. Contudo, nos últimos anos fiz uso de uma ferramenta também bastante utilizada no geoprocessamento, o QGIS, e pude conhecer e aprender mais sobre ela e de como usá-la no dia-a-dia. No início foi desafiador, já que estava habituado ao ArcGIS, porém percebi que podia tranquilamente trabalhar nela, pois conseguia atender as minhas necessidades.

Entretanto, com o aumento da curva de aprendizagem do QGIS percebi que os dois softwares possuem características semelhantes, mas também há aspectos completamente diferentes, fazendo com que as duas ferramentas ser tornem únicas, e cada uma com a sua base de fãs.

Assim, objetivo deste artigo é comentar sobre as principais diferenças entre essas duas ferramentas tão utilizadas no ambiente profissional e acadêmico que são o ArcGIS e o QGIS, destacando suas particularidades gerais e específicas e as minhas impressões sobre cada um.

1. Elaboração de mapas:

Uma das coisas que mais fiz nas duas ferramentas foi a elaboração de mapas, e nesse aspecto o ArGIS se destaca por apresentar uma série de recursos gráficos, permitindo uma maior liberdade e criatividade. Porém, cabe destacar que o QGIS evoluiu nesse aspecto.

2. Análises geoespaciais:

Também algo que fiz muito e extremamente necessário em qualquer software de GIS. Nesse aspecto, as duas conseguiram entregar de forma satisfatória. Todavia, o ArcGIS possui muitos recursos complementares e que, na maioria das vezes, já está disponível para o usuário, sem necessidade de instalação. Ao contrário do QGIS que, em algumas situações, é necessário instalar complementos e outras funcionalidades.

3. Experiência do usuário:

Algo polêmico entre os fãs das duas ferramentas, já que muitos acham o QGIS mais complicado de aprender no início do que o ArcGIS. Como havia dito, no começo tive problemas de adaptação ao QGIS, porém a medida em que a ferramenta é operada, mais ia aprendendo como usá-la e me acostumando com esse ambiente novo, já que era um usuário do ArcGIS. Dessa forma, acredito que as pessoas tendem achar o QGIS mais complicado que o ArcGIS devido a "mudança de cultura", pois como o primeiro é muito difundido a transição para uma nova ferramenta pode ser mais dolorida no início. Para mim, as duas ferramentas atendem bem no quesito de usabilidade.

4. Suporte:

Apesar da quantidade de usuários do ArcGIS ser maior, os usuários do QGIS são mais engajados, já que é uma ferramenta Open Source e que permite que voluntários possam contribuir com melhorias. Diferente do ArcGIS, onde as versões são desenvolvidas por profissionais de desenvolvimento da ESRI, empresa americana proprietária do software. Assim, é muito mais comum buscar esclarecimentos sobre as funcionalidades do QGIS do que do ArcGIS.

5. Licenciamento:

Como dito logo acima, o QGIS é Open Source que pode ser baixada de forma gratuita no endereço eletrônico do QGIS . Já para ter o ArcGIS é necessário comprar uma licença de instalação junto que permitirá fazer a ativação. Devido a isso, o ArcGIS é mais utilizado no ambiente profissional, por empresas e governos.

6. Instalação:

O processo de instalação do ArcGIS é muito mais complexo do que o QGIS. Além disso, o QGIS pode ser usado e funcionar de forma satisfatória na maioria dos computadores, já que não exige muito espaço na memória das máquinas em comparação ao ArcGIS.

8. Conexão com outras ferramentas:

Este é um diferencial que faz com que também o ArcGIS seja adotado por empresas de grande porte, já que também utilizam outras ferramentas para atividades administrativas, financeiras, etc. Portanto, plataformas de Enterprise Resource Planning (ERP) como SAP, TOTVS e Stoq podem se conectar com o ArcGIS. Assim como outras ferramentas como Power BI, Adobe Acrobat Reader, entre outras.

Não me atrevo a dizer qual é o melhor, já que dependerá muito das atividades desenvolvidas pelo profissional de GIS. Contudo, fica claro que por mais diferenças que possam ter, elas são convergentes quanto ao objetivo de entrega de valor ao usuário à sua maneira. Acredito que cada profissional de GIS terá a sua ferramenta de preferência, porém destaco a importância de explorar outros serviços existentes como SAGA, SPRING, entre outras.