Qual é o Dilema?
Neste final de semana assisti "O Dilema das Redes", terminei o filme com um grande incômodo e uma convicção: temos um dilema maior que o das redes, temos o dilema da condição humana.
O filme propõe ações importantes a serem tomadas para corrigir o problema, como por exemplo regulação, revisitar o modelo de negócio destas empresas, etc. Porém, aqui gostaria de compartilhar minha perspectiva sob a ótica do indivíduo: há um problema que vem antes e que não envolve somente as redes, mas nossas atitudes perante a vida. Nenhuma ferramenta, método ou tecnologia é boa ou ruim em si, o uso que se faz dela é que define sua efetividade, é como uma faca que pode ser boa ou ruim a depender do uso que dela se faz. E por trás desse uso está o ser humano.
A tecnologia evoluiu mas nós, em nossa condição humana, não; apesar de possuirmos um grande potencial para tanto.
Enquanto estivermos operando com nossa “consciência animal” guiada pelos instintos e pelas emoções, estaremos sempre em busca do prazer ou fugindo da dor. É por isso que passamos tanto tempo nas redes, sendo influenciados e esvaziando nosso bem mais preciso que é o tempo. É uma vida guiada pelo automatismo, ações de repetição sem sentido, ou pior, ações que nos levam na direção oposta aos nossos valores, não há aprendizado nem transformação. Os animais funcionam assim. Apesar de parecer mais cômodo agir pelo automatismo porque não nos exige mudanças nem esforço, gera um enorme desconforto e vazio. É uma falsa felicidade.
Já a consciência humana é aquela que coloca uma lanterna voltada para nossas atitudes, nossas emoções e para as situações trazendo discernimento e um guia para tomarmos as decisões que nos levam não para o que é fácil, mas sim para o que é correto. Neste processo, nossa principal arma são os questionamentos – O que estou sentindo? Qual o significado disto para mim? Para que estou fazendo isso? E por aí vai.
Pode dar mais trabalho, mas é uma vida com muito mais realização.
Assim como somos manipulados pelas redes podemos ser por qualquer outra circunstância, por isso precisamos ter clareza de que existe um sentido para estarmos aqui, fazendo o que estamos fazendo, nosso propósito, nossos objetivos e nossos valores. Eita, e lá vai a Patricia falar de propósito de novo... Sim, ele está aí novamente.
É um esforço grande para alcançar este centro, esta nossa essência em meio a tantas forças tentando nos distanciar dela. No caso do documentário, eles dão boas dicas para nos ajudar com as redes, mas precisamos buscar esta força interna para lidar de maneira mais saudável não só com as redes, mas com nossa vida, nosso trabalho, nossa carreira, etc. E isso será através do olhar para dentro, buscar o autoconhecimento e nossa evolução sob a ótica da condição humana.
Parece simples, mas não é fácil. Estou no meu processo. E você?
Até a próxima ;-)
Patricia Almeida
Em pleno acordo e sincronia com seus comentários. O que fazemos com o fator humano nesse cenário, já que a tecnologia é só a ferramenta
Advisor de Expansão | Executiva | Real Estate
4 aLindo texto e ótima reflexão, Paty! Estou assistindo mas ainda não concluí o filme. Compartilho contigo minha percepção, em breve. 💡