Qual o momento correto para você poupar o seu dinheiro? E qual o momento correto para você começar a usar o dinheiro poupado?
Infelizmente, a grande maioria das pessoas administram seus recursos financeiros baseados em crenças oriundas do passado e influenciadas por alguém próximo.
Cansei de ver pessoas com a competência de gastar todo o seu dinheiro com as seguintes crenças: “não sei se amanhã vou estar vivo; não sei passar vontade de nada; não sei se era necessária essa compra”, e por aí vai….. Sempre com alguma justificativa na ponta da língua. Como se fossem morrer amanhã.
Outras poupam muito e a crença é: “preciso poupar muito para garantir o futuro dos meus filhos (como se eles não fossem capazes de gerar recursos); preciso guardar dinheiro para o futuro (só que o futuro dessas pessoas nunca chega); preciso deixar um imóvel para cada um dos meus filhos e depois vou aproveitar a vida.” Como se fossem eternos.
Você poderia me perguntar: “Gilberto, não é bom poupar o máximo possível? Qual é o meio termo de tudo isso?”
Sim, é excelente poupar, o quanto antes melhor, desde que esteja dentro de um bom senso, dentro das suas possibilidades da fase atual da sua vida.
A maioria das pessoas não consegue enxergar que a vida é feita de fases, também na área financeira.
Talvez se conseguissem enxergar com um olhar mais estratégico, analisando a fase atual, as suas vidas seriam diferentes.
Em nossa vida financeira vivemos duas fases quase ao mesmo tempo. É muito importante tomar a decisão assertiva na fase correta.
Fase da tomada de decisão assertiva.
Você concorda comigo que deveríamos guardar dinheiro na nossa fase área de vida? Aquele momento em que estamos ganhando bem?
O que eu vejo é o contrário, as pessoas só pensam em poupar quando o dinheiro está curto, quando percebem que fizeram besteiras. É depois de grandes sustos que a grande maioria das pessoas começa a pensar nisso.
Estamos exatamente nessa fase em nosso país. As pessoas estão aprendendo a poupar em meio a crise. Quando deveria ser o contrário; passar por esses momentos mais conturbados com uma reserva.
Vamos supor que no meio de uma fase boa, ganhando dinheiro, a vida vem e te prega uma peça.
Todo mundo está sujeito a perder o emprego , ficar doente, sofrer uma concorrência desleal , ser roubado por um sócio ou outras situações inesperadas… Tudo isso pode acontecer na sua melhor fase de ganho financeiro.
Por isso que você precisa ser bem responsável no momento de maior produtividade. É na fase boa que você precisa poupar 80%, 90% do total poupado durante sua vida inteira.
Muitos educadores financeiros falam para você começar a poupar desde muito cedo. Concordo, mas é na sua fase de maior produtividade que vai fazer a diferença como um todo.
Nesse artigo falo da sua capacidade de gerar renda financeira, não considero a ajuda dos seus pais ou outra fonte de renda.
Além da fase da oportunidade acima, paralelamente existem as fases naturais da Vida
Se tudo der certo na sua vida, você irá passar por 3 fases: a juventude, a fase adulta e a terceira idade.
Na juventude investimos dinheiro, na fase adulta recuperamos o dinheiro com o trabalho e na velhice gastamos o que poupamos.
Por isso reforço: Preste bem atenção aos momentos de pico de ganhos na sua fase adulta, é nessa fase que você recupera o dinheiro investido na juventude, e é nessa fase que você vai ter que criar a sua renda passiva.
Renda passiva nada mais é do que ganhar um dinheiro sem trabalhar.
Tem outra coisa que gostaria de alertar você.
Existem dois caminhos e você precisa optar por um deles na sua vida financeira, o que vai fazer toda a diferença no seu planejamento. Morrer com patrimônio e deixar para os seus herdeiros (brigando ou não ); ou morrer sem patrimônio, acreditando que seus filhos são capazes de gerar renda.
Qual das duas hipóteses seus filhos iriam estar mais preparados para enfrentar?
Sei que é uma decisão difícil que pode causar muita discórdia.
Quando eu falo que você precisa gastar mais no momento correto, que foi o tema desse artigo, quero dizer que é injusto consigo mesmo não aproveitar certos confortos depois de anos trabalhando.
A finalidade desse artigo é mesmo levantar essas questões do consumismo inteligente, de aproveitar a vida baseado em um planejamento, de respeitar e ficar ligado nas oportunidades da vida.
A vida passa rápido e ninguém está aqui para sofrer.
Repito, não sou contra uma pessoa que queira deixar herança para alguém. Estou simplesmente trazendo a possibilidade de tentar terminar a sua vida com menos patrimônio e com muita história de vida. Ser sábio e enxergar que a vida traz oportunidades pontuais que podem não voltar; aproveitá-las elaborando um planejamento financeiro baseado nos seus valores de vida, pode ser o melhor caminho.
Essa é minha opinião.
Abraço a todos.
Gilberto Sampaio