Qual o papel da comunicação no Setembro Amarelo?

Qual o papel da comunicação no Setembro Amarelo?


Com a chegada de setembro, vemos o amarelo predominante: redes sociais com posts motivacionais, bombons entregues pela área de Recursos Humanos com a frase “estamos aqui”, e um infinito catálogo de ações feitas por inúmeras empresas com a assinatura: ‘você não está sozinho’. Tudo isso com o propósito de comunicar a conscientização da vida e a prevenção do suicido. Porém, será que de fato sabemos a importância de falar sobre esse tema? E mais: sabemos o papel da comunicação no combate ao suicídio?

Abordar um conteúdo como esse não é fácil e, com toda certeza não deve ser, pois as reuniões de pauta, briefing e planejamento precisam ser inundadas de cuidados e pontos de atenção, visto que não se trata de uma ação genérica ou folclórica, mas de um assunto que impacta toda uma sociedade – levando em consideração que, no ano de 2019, 700 mil pessoas tiraram a própria vida, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde - OMS. Ou seja, um assunto como esse exige uma responsabilidade acima da média e, que muitas vezes, vai além das nossas capacitações acadêmicas, empresariais e até mesmo de vida. Por isso, estar amparado de profissionais, acadêmicos e pessoas que entendem, experienciam e estudam essas campanhas, é de grandíssima importância.

A ideia aqui não é criar ou ditar regras de como falar sobre esse tema, mas pautar o cuidado e a responsabilidade que todo comunicador e empresa de comunicação deve ter ao postar qualquer coisa sobre o assunto, levando em consideração que com o surgimento das redes sociais, encontramos um espaço potente para falar sobre o suicídio, o que é ótimo, pois conseguimos quebrar tabus, trazer a luz casos que precisam de atenção e monitorar a vida social, principalmente, dos nossos adolescentes que são tão impactados por esse complexo fenômeno. Dados apontam que o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para acidente de trânsito, violência e tuberculose.

Um carrossel ajuda?

Como dito acima, as redes sociais aumentam a chance de falar sobre, mas exige atenção e monitoramento - inclusive por parte das grandes empresas que gerem essas redes, já que o Facebook, Instagram, Youtube e Twitter são cheios de menções e buscas sobre o tema. Infelizmente é fácil encontrar postagens que fazem memes sobre doenças mentais, induzem gatilho e até pessoas que vivem a dura realidade da depressão discorrendo sobre o tema, incentivando e ensinando como os seguidores devem atentar contra suas próprias vidas.

Devemos entender que um post, um reels, ou uma frase no stories pode ter grande impacto positivo ou negativo – dependendo muito de quem ler. Pois uma pessoa que está sofrendo, tem seus pensamentos, sentimentos e sensações distorcidos pela dor emocional.

O que podemos fazer?

Bem, se um dos nossos papéis é atrair, comunicar e engajar, devemos fazer isso, então! Vamos abordar as várias possibilidades existentes para falar sobre como, por exemplo, apresentando o lema “A vida é a melhor escolha!”, realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em conjunto com o Conselho Federal de Medicina, que desde 2014 toca a campanha Setembro Amarelo®. Essa campanha reúne materiais, informações, eventos e grupos de apoio que, não apenas em setembro, mas desde que surgiu, apoia pessoas e entidades que buscam mudar esse triste cenário.

Podemos falar também sobre o CVV  – Centro de Valorização a Vida, que desde 1962 faz um incrível serviço voluntário e gratuito, onde dá apoio emocional e direcionamento, para todos aqueles que se encontram necessitados de uma escuta ativa e conversa, garantindo total anonimato e sigilo.

E você, também, pode ajudar muito quem está ao seu lado, pois o suicídio é invisível e sensível à nossa época. Não sabemos do sentimento de quem está ao nosso lado, por isso, a atenção sincera é e sempre será um dos melhores caminhos. Mas é importante lembrar que nada que foi dito substitui a ajuda profissional. Essas campanhas e ações ajudam e apoiam, mas a diferença vai vir da força de quem passa e do acompanhamento de quem de fato entende dessa realidade.

A vida é a melhor escolha. Sempre! Se você precisa de ajuda, entre em contato pelo telefone 188.

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