Qual o segredo de grandes espaços para reduzir o consumo de água?
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Qual o segredo de grandes espaços para reduzir o consumo de água?

O longo período de estiagem e a consequente queda no volume dos reservatórios de água religaram o sinal de alerta em todo o país. Com índices cada vez mais baixos, é preciso reduzir ainda mais o consumo de água e evitar um desabastecimento geral que afete não apenas o nosso dia a dia, mas que também coloque em risco a sobrevivência de empresas e o próprio desenvolvimento socioeconômico nacional.

Em situações assim, a palavra de ordem é economizar. Isto é, adotar medidas capazes de diminuir o desperdício e garantir maior eficiência hídrica. Diversas campanhas são lançadas para conscientizar a população, ao mesmo tempo que o poder público busca alternativas para evitar racionamento de energia e de água.

Porém, a teoria é bem mais fácil do que a prática nestes casos.

Afinal, diminuir o consumo de água dentro de um microcosmo como nossa casa é uma tarefa até comum. O simples ato de desligar a torneira ao lavar a louça ou escovar os dentes, por exemplo, já traz uma economia significativa. Este esforço, somado ao de outras casas dentro de uma cidade, proporciona uma redução considerável. Entretanto, nenhuma dedicação extra será suficiente se os grandes espaços também não reduzirem o desperdício em seus processos.

Você já parou para pensar no total de água que circula em locais como aeroportos, terminais rodoviários ou mesmo shopping centers? São edifícios que criam espaços “vivos”, ou seja, possuem uma dinâmica própria capaz de se moldar aos interesses das pessoas que eventualmente passam por eles. São praticamente minicidades e, por conta disso, exigem maior atenção e cuidado.

Nestes lugares, economizar água demanda muito mais do que força de vontade para atingir metas de redução. Para adotar medidas efetivas, é necessário dar alguns passos para trás e dedicar maior investimento na elaboração de projetos e de planos. Assim, estes locais serão capazes de promover um consumo adequado, condizente com a nova realidade e, principalmente, sem afetar o abastecimento durante o vai-e-vem diário das pessoas.

 

Gigantismo marca consumo de água em grandes edificações

Um milhão e novecentos mil litros de água por dia. Este foi o volume tratado em 2022 pela concessionária responsável pelo Aeroporto de Guarulhos, principal ponto de acesso aéreo do Brasil. Essa quantidade é proveniente da média de 110 mil passageiros que passam pelo local todos os dias. Para se ter uma ideia, quase encheria uma piscina olímpica de 50 metros (que demanda uma média de 2,5 milhões de litros de água).

Como se vê, trata-se de uma operação maior até do que muitas cidades menores do interior do Brasil – e que passa imperceptível para a maioria das pessoas. Do ar-condicionado em todos os terminais às descargas dos inúmeros banheiros, passando pelas cozinhas dos restaurantes, o consumo de energia elétrica e a limpeza do local, ninguém pensa no consumo nestes grandes espaços e nas estratégias necessárias para reduzir.

É justamente a combinação entre o gigantismo no volume de água utilizado com a falta de consciência dos cidadãos a respeito dessa quantidade que coloca o assunto como item prioritário no debate sobre eficiência hídrica. As grandes edificações possuem um papel vital no uso adequado dos recursos naturais, principalmente em um tão escasso quanto a água. Uma economia significativa nestes espaços traz resultados melhores a curto, médio e longo prazo do que apenas os esforços de uma determinada comunidade. 

Tanto que não se trata de um problema exclusivo de aeroportos. Vocês já pensaram na quantidade de água utilizada em um simples passeio em um shopping center? Pois bem, para o Cantareira Norte Shopping, referência na economia de água no setor, possui um consumo diário de 70 a 75 mil litros. Em um ano, todos os shopping centers do Brasil tratam incríveis 18,6 bilhões de litros – mais do que suficiente para encher 620 piscinas olímpicas todos os meses. Volume grande demais para ser ignorado, não é mesmo?

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Economia no consumo de água passa pelo planejamento estratégico

Em nossas casas, a economia no consumo de água passa pelas ações dos próprios moradores. Porém, como reduzir essa quantidade quando os principais “ocupantes” destas grandes edificações só estão de “passagem” e, consequentemente, não se preocupam e nem tem consciência da quantidade que estão consumindo em suas interações?

Nestes casos, a redução no volume gasto depende do planejamento feito pelo local para atender esta demanda. Ou seja, não adianta adotar ações práticas após o problema aparecer; é preciso pensar nestas iniciativas antes de qualquer urgência

Isso implica que os responsáveis pela gestão destes grandes espaços têm que incluir a sustentabilidade, o consumo consciente e a eficiência hídrica como pilares da administração. Parte deles o estímulo ao consumo consciente entre os colaboradores e, principalmente, a adoção de medidas para reduzir o volume gasto pelas pessoas, mesmo que elas nem percebam no dia a dia.

É por isso, por exemplo, que o Aeroporto de Guarulhos economizou 63 milhões de litros de água no mesmo ano de 2022 graças à reutilização da água da chuva. Ou que o Cantareira Norte Shopping tenha um sistema hídrico autossuficiente capaz de tratar e economizar 2,5 milhões de litros de água todos os meses. Mais do que o desenvolvimento de ações, há o investimento estratégico em enxergar aquilo que pode ser economizado e melhorado.

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Como grandes edificações conseguem reduzir o consumo de água?

Não faltam exemplos de grandes espaços que geram uma maior economia no consumo de água ao redor do mundo. Entre as medidas de maior sucesso estão:

  • Estação de tratamento de efluentes: se a operação destes locais é semelhante à de uma cidade pequena, é natural pensar que necessitem de uma própria estação de tratamento de efluentes. Por meio de filtros e processos químicos e biológicos, é possível tratar o esgoto gerado e reutilizar esta água em diversos fins, como limpeza de pátios e jardinagem.
  • Sistema de captação e tratamento de águas pluviais: outra medida simples e eficiente é a instalação de sistemas de captação de águas da chuva. Normalmente estes ambientes possuem telhados largos, permitindo que o volume captado pela precipitação seja considerável e atenda diversas situações no dia a dia.
  • Controles de vazão em torneiras e descargas: por fim, outra iniciativa bastante utilizada é a instalação de controle de vazão em torneiras e descargas nos banheiros. É uma solução que contribui para maior economia de água sem depender de campanhas de conscientização entre as pessoas.

 

Certificação ambiental coloca consumo de água em evidência nos grandes espaços

Se o planejamento estratégico é fundamental para as grandes edificações reduzirem o consumo de água, é evidente, portanto, que o tema deve estar presente na cultura, missão e valores do local. Afinal, é muito difícil pensar em medidas para economizar água quando não há preocupação genuína com os recursos naturais.

Para auxiliar nesse processo, a certificação ambiental surge como uma ferramenta fundamental para estes espaços. Ao mesmo tempo em que cria mecanismos de avaliação da sustentabilidade do local em todas as operações, um selo de boas práticas também se transforma em um chamariz importante de investimentos, posicionando o espaço dentro das normas responsáveis e legais de respeito ao meio ambiente e ao desenvolvimento socioeconômico.

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