Qual a sua contribuição para o futuro?

A minha é tentar fazer a coisa certa, do jeito certo, sempre! Presunçoso e pretencioso? Talvez... mas é o que eu quero no meu trabalho, nas relações com a minha família, meus amigos e colegas, enfim, na minha vida. Mas como já dizia o sábio Raul Seixas: eu sou humano, limitado e só uso 10% da minha “cabeça animal”. Somos falíveis, erramos. Todos nós. Mas me parece que estar consciente do que é preciso ser feito e tentar sempre fazer certo, é um grande começo! E integridade é um norte!

Para as empresas, agir de forma ética, respeitando as leis dos lugares onde se faz negócio, deveria ser condição de atuação. Como se fosse uma licença de operação.

Faz parte da “função social” de qualquer empresa promover um ambiente de negócios ético, onde a competição acontece “dentro das quatro linhas” em que ninguém tem vantagens que não foram conquistadas de forma legal e transparente, através de, entre outras coisas, esforço, investimento, inovação, estratégia e inteligência de mercado.

Para mim está claro que, pensando no momento que atravessamos no nosso país, empresas que cultivam uma cultura de ética e de integridade, saem na frente dos concorrentes. Mas é até engraçado pensar que até bem pouco tempo atrás, a “lógica” era bem diferente e empresas que tomavam “rotas alternativas”, eram admiradas por serem mais “ágeis e agressivas”. Entendam-me, acredito firmemente em agilidade e agressividade nos negócios (especialmente em tempos de mudança como esses), mas ninguém pode operar sem licença!

E aqui vai um recado especial para os meus colegas, profissionais de compliance: esse é o mundo que vivemos (rápido e muitas vezes agressivo) e nós, como uma das engrenagens desses complexos mecanismos que são as nossas organizações, temos que estar sempre atentos e rodar no mesmo ritmo! Pois, se formos vistos como um elemento que retarda tomada de decisões ou cria obstáculos injustificados (ênfase em “injustificados”), muito rapidamente deixamos de ser consultados e todo o conforto que podemos aportar através da nossa atuação, se perderá.

Empresas que desejam ser sustentáveis e construir um legado, precisam pensar em integridade como parte essencial da sua cultura e da sua estratégia de negócios. O caminho é longo e muitas vezes árido. Enxergar outros tomando atalhos e obtendo resultados melhores de forma mais rápida e imediatista, parece injusto e chega a nos fazer duvidar das nossas escolhas. Mas se o objetivo é realmente construir algo que dure e seja lembrado, não há outra rota. Há exemplos recentes que provam essa teoria. Para os dois lados.

Mas para que esse valor seja incorporado como uma parte essencial da estratégia da empresa, entendo que é preciso construir uma “cultura de integridade”.

E como se faz isso? Através do comprometimento de todos os níveis da organização, tanto vertical como horizontalmente, através da demonstração cabal que o comportamento ético gera melhores resultados a longo prazo.

Vejam se faz sentido: se influenciamos todos os stakeholders com quem interagimos, quando fazemos questão que quaisquer tratativas com a companhia onde trabalhamos sejam pautadas pela ética, fica mais fácil reproduzir o modelo, pois os nossos parceiros eventualmente terão que repensar as estratégias deles e, sabendo que não admitiremos desvios, tenderão a preferir trabalhar conosco, pois saberão que não haverá “custos ocultos” - no conceito mais amplo possível. E fazendo isso, estimularão os parceiros de negócio deles a agir da mesma forma. Isso cria uma espiral positiva, que potencialmente, influencia toda a sociedade.

Na ABB, estamos ajudando a escrever o futuro, com produtos e soluções inovadoras e tecnologia de ponta, a serviço dos grandes desafios de infraestrutura, energia e automação. Somos líderes mundiais em muitos dos mercados onde atuamos e estamos fazendo isso pautados em uma cultura de integridade. Agindo dessa forma, acreditamos que estamos colaborando para que o futuro do nosso país possa ser diferente, com mais oportunidades para todos e menos desigualdades.

Assim, empresas e colaboradores efetivamente contribuem para mudar as coisas. Se mais empresas se engajarem, não tenho dúvida que, apesar de um passado complicado, um futuro melhor é plenamente possível para o nosso país!