Qualificação produtiva e um novo modelo econômico
Com a desindustrialização que assola grande parte das nações, a vocação brasileira em áreas como agropecuária e mineração deve ser explorada por meio de um modelo econômico que privilegie métodos de produção inovadores, que seriam resultado de um novo paradigma político-social moldado na coletividade.
Segundo o professor Roberto Mangabeira Unger , que leciona na prestigiada Universidade de Harvard e participou na noite desta segunda-feira de um encontro com nossos associados, em São Paulo, essa seria uma das formas de combater o agravamento das desigualdades sociais, que na visão dele está diretamente relacionado à dominância do cenário econômico pelo sistema financeiro, e políticas de distribuição de renda que “distribuem migalhas” aos mais pobres.
“No Brasil, quem malogra como produtor pode continuar a prosperar como rentista. Tem que haver um outro elemento, a consciência nacional, por meio de uma ideia de país e ideia de grandeza. Sem isso, não há salvação”, sentenciou.
Pensando além da instrumentalização de conceitos que poderiam eventualmente pertencer a correntes partidárias de esquerda ou de direita, o crescimento econômico dependeria da ascensão do que o pensador define como uma “elite produtivista”, que teria a missão de oferecer alternativas aspiracionais ao restante da população. Nesta cadeia, é mandatório que a implementação de políticas sociais esteja unida à ampliação do acesso ao conhecimento, por meio de uma modificação profunda no sistema de educação, que deixaria de ser “enciclopédico” para se tornar “analítico”.
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“O Brasil é um dos países onde a indústria se desintegra mais radical e rapidamente. A economia do conhecimento é a alternativa que surge, vocacionada ao experimentalismo produtivo. Não só em manufatura avançada, como também em serviços intelectualmente densos ou na agricultura”, sustentou.
“Metade da população economicamente ativa trabalha na informalidade. Se juntarmos os informais e os precarizados, é a grande maioria da força de trabalho. Isso leva ao barateamento do fator trabalho. Precisamos trabalhar pelos interesses da maioria, para que a flexibilização não signifique um barateamento do fator trabalho”, prosseguiu.
"O Brasil é um dos países onde a indústria se desintegra mais radical e rapidamente. A economia do conhecimento é a alternativa que surge, vocacionada ao experimentalismo produtivo." (Roberto Magabeira Unger)
Somado a isso, uma estratégia produtivista nacional para um país de proporções continentais como o Brasil só se torna realista quando há diferentes estratégias a serem aplicadas de acordo com as potencialidades de cada região. No geral, essa mudança de paradigma, que seria alcançada gradativamente, exige dos governantes clareza programática e vontade política.
“Sem a coragem outras virtudes são neutralizadas. É necessária uma combinação”, afirmou Mangabeira Unger, que em décadas de trabalho influenciou a construção do pensamento político de líderes como Leonel Brizola, Ciro Gomes e Luiz Inácio Lula da Silva, além do mexicano Vicente Fox, e vê a divisão ideológica entre direita e esquerda como algo ilusório no mundo contemporâneo.
“Muitos países são governados por social-democratas. Como a mudança para o socialismo não é factível, a saída é humanizar o mundo e dourar a pílula. A proposta deles é a proposta do adversário conservador com verniz humanista. E assim, por essência, todos os progressistas são conservadores”, ilustrou.
Pesquisador dos documentos do Fórum Econômico Mundial: Inovação Tecnológica, Mudança do Clima e Marketing Digital
3 mConcordo 100% com o Professor Roberto Mangabeira Unger: “a dominância do cenário econômico pelo sistema financeiro, e políticas de distribuição de renda “distribuem migalhas” aos mais pobres”. Mal sabem os “ricos deste mundo” que, diante do Senhor de Todas as Riquezas, o Cristo Rei do Universo, esses pobres e desprezados, que hoje se alimentam de migalhas, serão gloriosamente exaltados para sempre, no Céu. Leiam Lc 16, 19-31: este Evangelho mostra o triste futuro dos “ricos deste mundo”. PAX CHRISTI !
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