Quando as Águas Baixarem: Reconstrução e Resiliência
Nosso Rio Grande do Sul segue enfrentando as consequências das enchentes, que deixam um rastro de destruição e desespero.
Inicio este texto sem sequer poder colocar essa frase no passado, pois a catástrofe que começou nos últimos dias de abril, infelizmente, segue causando sofrimentos. As chuvas foram, retornaram e, infelizmente, persistem em algumas regiões do estado.
Neste momento em que rezamos para o sol firmar e para as águas baixarem, sabemos que a recuperação será dura, pois milhares de pessoas perderam familiares, suas casas, bens materiais e, em muitos casos, seus empregos.
Como recomeçar quando as águas baixarem? Essa é uma daquelas perguntas que calam nossa voz, mas por mais difícil que seja, não tem jeito... teremos que encontrar respostas.
Esse cenário assustador trouxe à tona não apenas os desafios físicos e econômicos, mas também os profundos impactos psicológicos causados por essa situação extrema que afeta a todos em algum grau.
Temos muito a falar, temos um choro sufocado. Nada fácil.
As consequências emocionais das enchentes nos fazem refletir sobre o sofrimento de muitos gaúchos nesse momento, sendo que, infelizmente, um deles é o medo do desemprego.
Considerando os impacto na vida profissional de milhares de gaúchos, é importante falar sobre como esses eventos afetam a saúde mental das pessoas que já estavam ou passaram a buscar uma vaga, visando o apoio e a conscientização sobre o tema.
Para isso, conto aqui com a valiosa contribuição de alguns profissionais da psicologia, que gentilmente atenderam meu convite para compartilhar um pouquinho dos seus conhecimentos. Minha gratidão a essas mulheres que, diante das suas correrias individuais, encontraram tempo para colaborar e compartilhar.
Nos últimos anos, estamos todos aprendendo o quanto colaboração e solidariedade podem fazer a diferença, não é? Quando decidi fazer minha segunda graduação em psicologia, meu foco era totalmente direcionado ao organizacional. Hoje, como estudante do 5º semestre, tenho ainda mais clareza do quanto essa ciência nos ajudará a entender melhor como enfrentar e superar esses desafios difíceis e singulares.
Meu pedido para essas profissionais foi para que pudessem trazer: estratégias de enfrentamento, a importância do suporte comunitário e as ações que podem ser adotadas para construir resiliência e promover a recuperação emocional.
Em tempos de incerteza e perda, é importante que estejamos atentos aos sinais de sofrimento psicológico e saibamos como oferecer apoio àqueles que mais precisam.
Deixo aqui as contribuições recebidas:
“Não há dúvidas de que o fato de estar sem emprego afeta o bem-estar e pode até causar, ainda que leves, transtornos mentais que dificultam inclusive a retomada ao mercado. Em geral, manifestam-se a depressão, a baixa autoestima, questionamentos sobre o sentido da vida e até dificuldades cognitivas, além de dificuldades nos relacionamentos. Algumas técnicas específicas de manejo do estresse nessas situações são, além da terapia, evitar a culpa, lembrar que essa situação é impermanente, criar um cronograma de atividades diárias que incluam novos aprendizados, ativar sua rede de relacionamento e, sim, contar que está em busca de recolocação, pensar sobre empreendedorismo e se movimentar fisicamente. E se coloque em movimento, caminhar, pular corda e se alongar não tem custo. Respirar corretamente também é algo fundamental. Imagine que seu emprego é buscar emprego!” - Adélia Figueiredo
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“A situação de desemprego carrega consigo vários medos e incertezas que abalam as estruturas emocionais de qualquer ser humano. Às vezes, esse medo ainda não é real, mas só o fato de haver a possibilidade já é o suficiente para afetar a pessoa. Uma técnica que recomendo para reduzir ansiedade e o estresse promovido por esse pensamento do que 'pode acontecer' é a técnica de mindfulness. Ela consiste, basicamente, no controle da respiração vinculada à meditação para o aqui e agora, buscando manter seus pensamentos no momento presente e reduzir a ansiedade do futuro.” - Elis Almeida
"O medo de perder o emprego é uma preocupação comum, especialmente em tempos de incerteza. Muitas pessoas enfrentam ansiedade e tensão relacionadas a essa possibilidade. Porém, temos que estar atentos para que esse medo não se transforme em patologia, de forma que a preocupação excessiva paralise. A pessoa com ansiedade acima do considerado normal pode ter distúrbios significativos de sono, dores de cabeça, sudorese, tremores, esquecimentos... Minhas sugestões para que possamos aliviar a ansiedade são: 1) Está com medo mesmo? Em primeiro lugar, repartir os anseios com o gestor (caso seja possível) é uma boa saída; 2) Fazer uma lista de prós e contras, como: o que de pior pode acontecer ou o que de melhor pode vir a acontecer?; 3) Separar fatos de suposições, como por exemplo: é um fato que a empresa perdeu um cliente significativo e vai reduzir custos ou é uma suposição de que não terão lucro e, com isso, é suposição que eu vou ser a pessoa que vai sair?; 4) E, por último, lembrar que a mudança faz parte da vida e que só podemos controlar o que sentimos, pensamos e nos comportamos e fazer a nossa parte.” - Raquel Bandeira Bertoletti
"O trabalho é visto como uma ligação social fora do convívio familiar, sendo assim é importante fazer uma reflexão a respeito de como está o trabalhador fora do ambiente organizacional, pois existem consequências importantes para a saúde mental dele, uma vez que o labor traz sentido tanto para o indivíduo quanto para o coletivo.
Quando falamos em desemprego, percebemos o quanto o assunto é preocupante e relevante mundialmente, por isso existe um olhar subjetivo para a saúde mental e para trabalho como justificativas para investigações e produções científicas, porque o ser humano percebe o reconhecimento social como algo significativo e, o trabalho traz esse sentido tanto para o indivíduo quanto para o meio onde vive.
Embasamento teórico: Vasconcelos e Oliveira (2004), Sato & Bernardo (2005) e Seligmann – Silva (2006, 2011) e Borges e Tamayo (2001)." - Carolina Pinel
Desde o início, a colaboração e solidariedade têm se marcado presente no resgate das pessoas que foram atingidas, em doações, mas também através de ações que visam promover saúde mental e suporte nas mais diversas esferas. Se você de alguma forma pode ajudar, seja doando, sendo voluntário ou até promovendo conteúdo agregador por aqui e em outras redes, continue ajudando, pois o nosso Rio Grande do Sul precisa!
Mais uma vez, agradeço a colaboração das profissionais que aceitaram meu convite e doaram um pouquinho do seu tempo e expertise para essa causa tão nobre.
Encerro citando a ideia de uma parceira de negócios que se tornou uma querida amiga, e tomo a liberdade de fazer isso no formato de um convite:
Alô, turma do RH! Que tal fazer a diferença “adotando” um profissional atingido pelas enchentes? Você pode usar a sua expertise para suporte na estruturação de currículo e orientações para busca de vagas!
Os créditos são todos da Vanessa Silva !
Eu amei essa ideia! E vocês?
Sabemos que neste momento estamos todos envolvidos com ações voltadas às necessidades básicas. Mas sabemos também que o desemprego é uma preocupação que passará a fazer parte do solo gaúcho como nunca. Então, logo que tivermos um pouquinho mais de “normalidade” por aqui, vamos organizar um lindo projeto neste sentido!
"Bora lá, porque quando as águas baixarem, teremos ainda mais trabalho pela frente!"
Sócia e COO na rede RHF Talentos | Psicóloga | Mentora de Negócios | Gestão de Equipe | Liderança | T&D | Avaliação Psicológica | RH | Franquia
6 mÉ sempre um prazer contribuir contigo!
Consultor em RH | Palestrante | Segurança do Trabalho | Segurança com Base em Comportamentos | Palestra SIPAT | Membro Clube Bora Fazer
7 mPalavras de esperança e uma excelente ideia, Luisa Gonchoroski ! Conte comigo!
Liderança | Medical Devices | Mentoria de Carreira em Saúde | Conselho Consultivo
7 mParabéns pela atitude mão na massa de ajudar psicologicamente quem, neste momento tão duro, se questiona sobre o futuro. Contribuições valiosíssimas, principalmente para quem está dentro do olho do furacão, no caso do sul, mas tambem para além Luisa Gonchoroski.
Psicóloga Clínica e Organizacional CRP-RS 07/40168 | Palestrante | Treinamento & Desenvolvimento | Docência | Apoio & Gerenciamento de Carreira para Profissionais 50+ | Instagram @adeliafigueiredo.psi
7 mLuisa querida, excelente esse artigo, tema sensível e presente. O entendimento da importância e amplitude do que etá acontecendo em nosso Estado está em todos os contextos das perdas. Perda da casa, de pertences pessoais, em alguns caso perda de familiares, de animais de estimação e até amigos. Muitos perderam para a água - força da natureza - sua história traduzida em matéria - fotos, lembrancinhas, objetos diversos repletos de valor emocional- perderam o lar. Tudo isso é muito triste! MAS tem algo que não se perde: o conhecimento adquirido, as habilidades desenvolvidas e aquilo que se sabe fazer. E É nesse sentido que cada um com ou sem emprego pode se ancorar para mesmo com esse gigantesco desafio ir em busca de sua atividade profissional. Como cidadã e Psicóloga sei que não é fácil, mas AFIRMO QUE È POSSÍVEL. 01 abraço carinhoso
Consultora de RH | DHO | Recrutamento e Seleção | Analista Comportamental DISC | Mentora de Carreira | Apaixonada por gente | Apoiadora do projeto "A dona da carreira" | Mãe da Júlia.
7 mLuisa Gonchoroski não é de hoje que fazes a diferença na vida das pessoas. És um ser humano lindo, cheia de coragem e dedicação. Não está sendo fácil, mas aos poucos e com muita união vamos reconstruir nosso Estado. O Brasil está demonstrando sua irmandade e apoiando incansavelmente, tanto nos salvamentos, quanto na manutenção das vidas! Gratidão pelo texto incrível! ❤️💚💛