Quando acabar isso eu vou ...

Atire a primeira pedra quem não pensou ou falou isso nesse momento de pandemia em que vivemos.

O fato de termos que parar de fazer o que fazíamos, do jeito que fazíamos, gerou um grande desconforto para todos. Mudar requer atitude e muitas vezes sacrifícios. No entanto, quando mudar vem com uma dose de “obrigatoriedade”, isso tem um peso muito maior.

Devido a toda nossos esforços e sacrifícios para se encaixar nessa nova realidade, aparece uma vontade natural de recompensa. E por isso pensamos em Quando acabar isso eu vou fazer isso e/ou aquilo.

Atualmente nos deparamos com situações que vimos que o essencial nos basta. Mas o que é o essencial? O essencial é o mesmo para todos? Ou melhor, as pessoas sabem realmente o que é essencial para si? Curiosos são alguns dados que já vem aparecendo e vou listar abaixo alguns.

Com quem converso ou vejo nos noticiários, depois de visitar a família, as pessoas querem viajar, comprar algo que já estava desejando antes da pandemia, ir ao cinema, shopping e por aí vai.

Na China, os dados de venda mostram claramente esse efeito, que deve se repetir em muitos outros países:

Carros: abril foi o melhor mês dos últimos 21 meses

Imóveis: 37% mais do que o período pré-coronavírus

Hotelaria: 88% dos hotéis já estão recebendo hóspedes

Luxo: loja da Hèrmes vendeu US$ 2,7 milhões em 1 dia

Na França, que acaba de reabrir o comércio, as filas em lojas como Zara e Louis Vuitton estão enormes. E nenhuma dessas lojas vendem artigos essenciais. Elas vendem artigos de desejo.

E no Brasil? Como será o comportamento do consumidor no pós-crise? E quais empresas estão preparadas para aproveitar essa primeira grande onda de consumo?

A onda de consumo é curiosa. As empresas que estão perdendo suas vendas agora já pensaram no que vão fazer para quando a onda chegar?

E o RH dessas empresas como está? Infelizmente conheço várias empresas que por conta do cenário atual, vários desligamentos foram realizados, entre eles o do RH, ficando somente com o departamento pessoal para fazer outros desligamentos e garantir a folha de pagamento dos que ficaram.

Para agir estrategicamente, as empresas precisam se prevenir e agir antes. Pode ser arriscado agir somente quando avistar a onda de oportunidades chegando.

Reflitam comigo:

Se o RH foi desligado, quem fará as novas contratações? Essas pessoas saberão fazer um bom trabalho?

Estamos prontos para acelerar quando for a hora?

Entendemos o novo comportamento do consumidor?

Estivemos perto dos nossos clientes e colaboradores, nesse período?

Já foi pensado o que se espera dos colaboradores em seu retorno e que mudanças serão necessárias?

As empresas que se retraíram demais e fizeram muitos desligamentos, não terão força para acelerar rápido. A economia que foi necessária agora, poderá gerar perda de vendas futuramente e isso requer refazer seu planejamento feito para 2020.

Meu objetivo aqui foi de expor um pouco o que vejo e penso. Como RH, fico preocupada demais com o novo comportamento que a empresa e o RH terão que ter para a uma nova realidade e novas mudanças que com certeza aparecerão.

O RH também não poderá mais ser o mesmo. Fazer mais com menos, frase já conhecida da gente e muitas vezes tão criticada, dessa vez terá que ser refletida porque fará muito sentido. De fato, fazer mais com menos será uma atitude estratégica para o RH e Cia.

Não sou muito de postar, mas de fato queria ouvir o que meus amigos de RH e outras áreas pensam sobre isso.

O que vocês pensam sobre o "essencial"? Que postura o RH já tem que estar tomando desde agora? Pode compartilhar sua experiência?

Obrigada por ter permitido falar para você.

Grande abraço.

Ramon Salas Roldan Neto

Caldeireiro/Montador mecânico/Soldador MIG-MAG/ TIG/ SMAW.

4 a

Alessandra, eu acredito que a maioria sofre do imediatismo, principalmente, devido à ansiedade potencializada pela presença do Covid19. Também creio que teremos que conviver com a doença por muito mais tempo do que gostaríamos, o H1N1, ZICA VÍRUS e outros estão aí para comprovar esta realidade. Realmente saímos de nossa zona de conforto e isso traz mudanças para quem é adaptável. Nada muda para quem cristaliza numa postura ou pensamento, excetuando, diante do golpear incessante do destino na base do indivíduo. Está ocorrendo por toda parte e o setor de Recursos Humanos, obviamente, terá que HUMANIZAR-SE. O desenvolvimento do método, o processo de adaptação e cooperação entre o setor RH com outras lideranças, serão complexas, já que nem todos são capazes de empatia. Desejo que o resultado seja produtivo à todos. Abraço.

Camilla Rodovalho

Gerente de Recursos Humanos / Consultora de RH / Psicóloga Organizacional / Gerente de DHO / Mentora de Carreira - RH e Liderança

4 a

Alê, não é que o mundo não será, mas já não é mais o mesmo. Como RH, mais do que nunca, entendo que precisamos atuar como parceiros do negócio e usar de muita criatividade, afinal fizemos “milagres”: pensamos rápido, agimos com transparência, criamos soluções, experimentamos novas formas de trabalho e novas formas de aprendizado. Que lembremos de toda essa capacidade que tivemos de reinventar e que olhemos mais adiante, inclusive considerando até aquilo que não é tão palpável e que nem saberemos se será nosso concorrente.

Kamila Raulino

HRBP | RH estratégico | Desenvolvimento de Líderes | Líder Pilar de Educação&Desenvolvimento

4 a

Verdade Alê, depois disso tudo o RH não será (poderá) ser o mesmo. Sou grata por fazer parte de um time e de uma empresa do segmento “essencial”, indo contra a realidade de diversas que estão com dificuldades. Mas particularmente eu percebo que algumas ações internas encabeçadas pelo RH nesse período tem fortalecido a credibilidade, transparência e conquistado o respeito dos nossos colaboradores e acionistas. Bem feliz de compartilhar esse resultado com vcs. Parabéns pelo artigo!

Nilton Barros

Gestor e Líder de Unidade

4 a

Alessandra Costa, Seus questionamentos são válidos, não tenho uma formação especifica em RH, mas compartilho de suas colocações. Realmente o papel do RH será alterado, será mais amplo e as empresas precisam perceber isso. As empresas que possuírem uma visão privilegiada, trabalharão vantajosamente, as que não percebem essa alteração de comportamento estão sempre atrás, “apagando incêndio”. Nesse momento de COVID-19 o que as empresas devem fazer é um equilíbrio entre Quadro de Funcionário + Saúde financeira da empresa + Manutenção da equipe certa e preparada para quando voltarmos conseguimos manter o ritmo até a chegada de reforços, pois entendo que será necessário. Parabéns pelo Artigo.  

Karliane Severo

Gerente de RH | Desenvolvimento Humano | Cultura e Clima | Talent Acquisition | Employer Branding e Employee Experience

4 a

Alê, achei seu texto super estratégico e pertinente para esse momento em que precisamos olhar para o futuro. 🎯 👏🏼

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Alessandra Costa

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos