Quando COLABORAR é uma saga, o que fazer?
Perseverar e demonstrar este caminho! É o que dá razão à inovação como um fator humano, em essência. Traduzido na tecnologia, nas soluções e na evolução do mundo em velocidade da luz.
Lembro-me do seu Nestor de Paula, ex-diretor da saudosa Azaléia, fábrica de calçados que tomou o mundo e foi incorporada: tem gente atrás das máquinas.
O ser humano foi treinado à sobrevivência. Seus instintos, seu cérebro e sua educação, até pouco tempo, na sua grande maioria, foi: o forte vencendo o fraco; o maior esmagando o menor; seja o primeiro em tudo; mais inteligente é o que tem mais sucesso; pense primeiro em si e não seja idiota; ser bom é ser bobo e só os melhores sobrevivem.
As competições mais antigas sempre exortam a capacidade dos vencedores, muitas das vezes, a qualquer preço: Olimpíadas e afins, Copas, Campeonatos e jogos eletrônicos. Os programas de televisão, as selfies, as lives, tem muito o foco em demonstrar que “eu sou o melhor de todos”.
Como ensinar colaboração a quem sempre precisa vencer individualmente?
As palmas da plateia sempre vão àqueles que, de uma maneira ou outra, conseguem desbravar alguma possibilidade além do normal, sempre relacionado a sua capacidade individual. "The best", "F*dão"...
Cegos seguindo cegos. É como cantar para a sua mãe: você sempre será aplaudido!
Este mundo, com a tecnologia, expôs o melhor e o pior de cada profissão, condição pessoal e filosofia.
Eis que surgem novos tempos de abundância em que a colaboração é um comportamento fundamental. A exponencialidade e a quebra de paradigmas a cada dia, derrubou os muros da ignorância e ampliou o acesso a cada ser humano do planeta, a um conjunto de informações astronômicas.
Neste quesito ainda estamos em evolução. Mas o ponto é:
Nunca houve tantas iniciativas de inserção social, diversidade e valorização do ser humano na história.
Os “corações” se ampliaram e abriram possibilidades nos quatro cantos do planeta. Ser bom não significa ser bobo, e, sim, ter posição clara em relação ao que é justo e melhor ao conjunto integrado.
E então vem o embate da transição:
Quero competir, mas tenho que colaborar. Coopetir?
Colaborar é uma soft skill, em essência. Atitude. Comportamento. Relacionamento consigo e com o mundo.
O faz de conta começa a se ampliar, pois a lição de casa não foi realizada: mudou o mercado, a tecnologia e muitos ainda não se conhecem, não abriram sua mente ao novo e, principalmente, são egoístas até o último fio de cabelo.
Isto não encaixa mais! Enganar a si antes de tudo e ao mundo em consequência. São tempos de ampliação da autenticidade real.
É preciso aprender que somos interdependentes, do mais simples ao mais complexo dos mortais.
- “Eu fiz tudo sozinho”, berra-se em alto brado. Talvez se refiram a sua solidão desconectada de si mesmo, da verdade da vida que aparece no espelho.
Pois quando ligam a luz, a água e colocam seu lixo no pátio externo de sua residência, ou comum de seu condomínio, não tem noção de quantos trabalham e se dedicam nestas, aparentes, simples tarefas.
Puro orgulho!
Aprender a colaborar é um esforço pessoal que impacta no coletivo em forma de benefício ao todo. Livros, pessoas, empresas gritam ao universo:
- Qual o seu Propósito? Por que estar contigo? Simon Sinek que o diga!
Nosso esforço pessoal exige que encaremos nossas maiores qualidades e defeitos de forma franca e aberta, sem exceções. Ter uma vida planificada, conectada com o seu âmago como pessoa e ligado às principais necessidades da comunidade global.
Ser feliz sozinho não é felicidade: é ser avarento.
A plenitude individual é um dos passos à expansão de um sentimento universal de amor. Exemplos na história passada e recente não faltam: Buda, Krishna, Jesus, Madre Tereza, Francisco de Assis e assim vai. Falta artigo para tanta referência.
A mensagem é clara e fazemos ouvidos moucos, há muito tempo:
A sociedade sem amor corre perigo!
Por mais feliz que você esteja, que utilidade tem se os mais próximos também não o são? Ou os que mais precisam?
A pandemia provou que estamos na mesma aldeia, como se fosse a outra esquina de nossa casa: rápido e rasteiro!
Por isto, adoro poesia: a sua simplicidade traduz uma complexidade resolvida. E para citar um ícone, libanês, Kahlil Gibran:
“O trabalho é o amor que se torna visível. O objetivo não é viver para sempre; o objetivo é criar algo que viverá para sempre.”
E para criar algo que viverá para sempre, pois somos passageiros no trem da vida, precisamos de pessoas à construir e carregar conosco um legado amplo.
Muitas teorias de diversas áreas do conhecimento exortam a plenitude do ser como alavanca de suporte e apoio ao todo. Uma delas vem da psicologia positiva, com a teoria do Flow e seu arcabouço propositivo e testado. Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco, traduz as bases em seu livro Em busca de Sentido.
Ele e tantos outros, inauguram uma fase em que o ser humano é olhado de forma integral e que, além do aspecto racional, há outras questões a serem consideradas: é preciso fazer sentido. A própria evolução da Administração com as teorias humanísticas se encaixam neste aspecto.
O psicólogo cognitivo e educacional estadunidense, Howard Gardner, traduz na teoria das inteligências múltiplas, com seu livro Estruturas da Mente, de 1983, e amplia na sua bibliografia, o estudo e a prática que vai além da inteligência lógica-matemática: a Linguística, Musical, Espacial, Corporal-cinestésica, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista e Existencial.
Em termos de colaboração e competição, não seria uma grande miopia balizar toda uma cadeia de valores e decisões em somente uma das inteligências? O ser humano está além? E a sua espiritualidade?
Também podemos citar Daniel Golleman com a Teoria da Inteligência Emocional, com seu livro Inteligência Emocional de 1995 e seguintes. E Nassim Taleb com o conceito de Antifragilidade, em seu livro O Cisne Negro de 2007 e Antifrágil de 2012.
Interessante perceber que fatos, dados e exemplos nos passam largamente na história. Se lembrarmos de Francisco de Assis, frade franciscano, afirmando na sua eterna oração: é dando que se recebe.
A expansão do ser humano para além de si traz consigo uma série de benefícios que são traduzidos, modernamente, no ato de colaborar. É preciso desprendimento, empoderamento e confiança. E além de tudo, boa vontade e um propósito real.
Por falar em desprendimento, o primeiro deles diz respeito às crenças. Para colaborar, precisamos estar abertos, sem julgamentos, a todos que se aproximam. Uma equipe que colabora, evita o julgamento precipitado, mas não deixa de lado a franqueza, sem afetação.
Também temos a confiança, objeto que não se compra na esquina: se conquista. Sem ela, nenhuma iniciativa será plena e perene. É aquela máxima: faço porque preciso, mas não porque acredito.
Ninguém faz o seu melhor em algo sem sentido!
Em decorrência, o principal insumo: a maturidade. Ela conecta a necessidade pessoal de aprimoramento, com o desprendimento em ajudar, sem largar o senso crítico, mas com respeito.
Não permita que as ilusões e julgamentos do mundo se tornem obstáculos ao seu desejo real em colaborar. Em exercer o seu propósito. Em viver plenamente consigo e em sociedade.
A despeito do título, se colaborar é uma saga, o primeiro passo é saber: a vida não é uma guerra permanente de egos e sim um jogo infinito, já afirma Simon Sinek em seu livro homônimo, com pessoas extraordinárias em diversos estágios evolutivos interessantes.
Por isso: chega de reclamar. Colabore! Basta experimentar!
Ouse em SI Maior: criativo, colaborativo e consciente!
Artigo originalmente publicado em Martinbehrend.com.br.
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Gestor | Consultor Empresarial | Mentor de Pessoas e Negócios | Professor Universitário
3 aUm texto incrível e que nos leva diversas reflexões, mas para quem lhe conhece não se surpreende... Fraterno abraço e parabéns!
Fundador e Executivo master EFL mais FBL Consultoria, Empresa certificadora Cerne, Embaixador do Clube de Negociadores, Consultor/Avaliador/Mentor de Inovação, Negócios Empresariais e NIS
3 aAs culturas indígenas já tinham como um valor de grupo a colaboração como fator de sobrevivência da sua turma. Hoje a sociedade resultante está percebendo a necessidade de colaboração de TODOS, independente do grupo a que se identificam. Ninguém perderá a sua individualidade nem o valor do seu grupo. Ser fraterno, ser humano hoje é TEC; ser gente como a gente é tudo.