Quando a emoção virou incompatível com o profissionalismo?
Imagem: Luiz Galvez em Unsplash

Quando a emoção virou incompatível com o profissionalismo?

Agora nas Olimpíadas tenho visto muitos repórteres, âncoras e comentaristas chorando nas transmissões e no momento de entrevistar os atletas. Muitos pedem desculpas pelo choro e que não conseguiram segurar o profissionalismo.

Quando a emoção virou incompatível com o profissionalismo?

Nossa capacidade de nos emocionar e nos comover é a parte mais humana e bonita que podemos valorizar. Eu acho que não há nada mais cruel do que pedir desculpas por chorar, em qualquer situação.

Chorar não é sinal de fraqueza. É sinal de sensibilidade e a sensibilidade é o que nos diferencia dos robôs, das coisas inanimadas. 

Muitos alegam que não chorar é manter o controle emocional. No meu ponto de vista, controle emocional não é segurar o choro e nem abafar os sentimentos. É tentar entender e refletir como os sentimentos vão afetar as decisões, e qual a parcela de emoção e razão é necessária depositar nas ações.

Quem trabalhou comigo sabe que sou chorona e em nenhum momento me senti fraca por isso. Choro com as boas ideias, com falas bonitas, com elogios e críticas, choro de felicidade por um job realizado, choro de tristeza quando dá errado, choro com gestos de gentileza, de cuidado.

Tem muita gente que se aproveita disso, porque estar vulnerável é também estar aberto. Demonstrar a sensibilidade não é sinônimo também de ser trouxa, mas isso é um outro assunto.

Não peçam desculpas por se emocionarem. É o que nos faz humanos e ser humano anda raríssimo.

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