Quando as vulnerabilidades individuais interagem com ambientes de stress

Juntos, fatores individuais, familiares, comunitários e estruturais determinam nossa saúde mental. Esses determinantes interagem dinamicamente, por exemplo, a autoestima de uma pessoa pode ser aumentada ou diminuída com base no apoio social e na segurança econômica em nível doméstico, que por sua vez pode depender da estabilidade política, justiça social e crescimento econômico em um país. A saúde mental é influenciada por uma interação complexa desses fatores.

Apesar da influência significativa dos determinantes biológicos e sociais na saúde mental, as pessoas vão além de sua biologia e do ambiente externo. Fatores psicológicos individuais também desempenham um papel, e as pessoas têm escolhas e alguma gerência sobre sua existência, mesmo que essas escolhas possam ser muito limitadas para aqueles que enfrentam adversidades extremas.

Cada determinante isolado tem força preditiva limitada. A maioria das pessoas em risco não desenvolverá condições de saúde mental, e muitas pessoas sem fatores de risco conhecidos ainda podem desenvolver condições de saúde mental. No entanto, em todas essas esferas de influência, os determinantes interativos da saúde mental podem fortalecer ou prejudicar a saúde mental.

Os riscos que minam a saúde mental estão presentes, especialmente para aqueles expostos a circunstâncias desfavoráveis, como conflitos, surtos de doenças, injustiça social, discriminação e desvantagens. Esses macro-riscos podem resultar em novas condições de saúde mental para muitas pessoas e agravar a vulnerabilidade.

Os fatores estruturais relacionam-se ao ambiente sociocultural, geopolítico e ambiental mais amplo das pessoas, como infraestrutura, desigualdade, estabilidade social e qualidade ambiental. Eles moldam as condições de vida diárias e são fundamentais para a saúde mental, incluindo o acesso a serviços básicos, alimentos, água, abrigo, saúde e o estado de direito. Políticas sociais e econômicas nacionais também desempenham um papel, como evidenciado pelas consequências mentais significativas durante a pandemia de COVID-19, incluindo estresse, ansiedade e depressão devido ao isolamento social, desconexão e incerteza sobre o futuro. Fatores estruturais como segurança e valores prevalentes, especialmente em relação a gênero, raça e sexualidade, também exercem uma influência significativa, assim como legados históricos de colonialismo em vários países e crises climáticas e ecológicas.

Guilherme Benites - Fundador e CEO da 4lifee