Quanto custa desenvolver um Módulo de conectividade?
Antes de iniciar o artigo, quero dizer que qualquer valor que é atribuído ao artigo, é estimado e varia de acordo com o projeto, integração do veículo e as exigências de validação, cuja algumas fontes estão disponíveis na internet e estimativas pelo tempo médio de um módulo eletrônico, mas irá dar uma base de sustentação para todos terem ideia de quanto custa entrar neste trabalho, mas deixo o alerta que se entrar, vão ter que sustentar, e não entrar, alguém fará no lugar.
Se pegar a rodilha tem que aguentar o peso do balaio – Ditado Nordestino
No artigo anterior falamos sobre o desenvolvimento embarcado no Brasil, Marketplace e a ideia é tentar incorporar este como continuidade, tendo os 3 pilares cobertos, hardware, Plataforma e serviços.
Meu escopo de abordagem também não inclui módulos de segurança para atendimento ao mercado de furto de casco ou carga, que não tem um padrão de homologação legislado no Brasil, que possuem nível de requerimento técnico alto e exigências de validações muito baixas, como alguns vindos da China que podem ser comprados por sites internacionais ou módulo acadêmicos, como a plataforma Arduino, ambos não tem a robustez e segurança técnica para trabalhar no ambiente automotivo, onde a responsabilidade e a operacionalidade, obrigam uma qualidade regulamentadas com penalizações rígidas e caras (Recall). Acredito que podemos encontra módulos bem profissionais, mas só saberemos quando submetidos as validações.
Meu escopo baseia-se na aplicação que requer atendimento as validações automotivas elétricas e de EMI (Interferência Eletromagnéticas), que sob estes critérios temos a garantia que estará pronto para suportar intensidades altas de Campo eletromagnético, descarga eletrostática e uma vasta faixa de frequências e as agressões físico-químicas do ambiente do qual ele foi submetido e foi validade. É possível pelo layout da placa multilayer com uma base de aterramento com área grande, dopagem de partículas condutoras ou semicondutoras na carcaça, como também o uso de carcaça metálica, reduzir os efeitos da interferência recebida/irradiada pelo módulo, mas isso fica para os projetistas explicarem melhor.
Obviamente, se pode optar estrategicamente por um requerimento baixo e com o risco alto, mas tenha em mente a “Dor de Cabeça” que pode ser criada.
Meu entendimento para a solução ideal é aquela onde você coloca o módulo e esquece que ela existe onde foi aplicada – Ambas as soluções podem ser usadas.
Outro fator importante é a vida útil do módulo, que também está relacionada a antecipação de tecnologias previstas para os serviços no futuro, aplicadas para o Módulo atual. Por um lado, vamos penalizar o custo do box, mas podemos “esticar” o tempo de vida sem desenvolvimento, que pode ir para 10 Anos ou mais.
A meu ver a segunda opção é a mais atrativa, considerando características automotivas, bem como uma frota que pode ter até 18 anos de vida no caso de veículos utilitários, e volumes bem diferentes de um celular lançado, o que justifica uma corrida de lançamentos. Seu custo elevado pode ser mitigado, na venda fidelizada de serviços e uma estratégia de “Depopulação – retirada de componentes” da placa do módulo, baseada em variantes e impactos comerciais.
Para explicar melhor, vou usar um comparativo com um avião, com as seguintes considerações.
Um avião não voa com uma asa, precisa das 2 iguais para ter o equilíbrio, uma das asas são os requerimentos, a outra são os investimentos e custo variável.
À medida que os requerimentos vão aumentando, para compensar o desequilíbrio, teremos que aumentar a outra asa para mantê-lo. Essa é uma decisão estratégica que cada companhia tem que adotar, vindo da alta gerência e com o suporte da engenharia.
Baseado nisto, como é de conhecimento de todos, os tanques de combustível, que são posicionados nas asas darão o ciclo de vida do produto.
Desta forma, as relações estratégicas ficam fáceis de entender, e a alta gerência pode tomar uma decisão sábia, pelo menos esperamos.
Mas com relação aos requerimentos o que mais pesa no custo variável?
Para isso vou recorrer a essa distribuição de custos médios de um módulo de conectividade de desenvolvido, conforme figura abaixo:
Notem que os componentes sinalizados em vermelho correspondem a 80% do custo total de um módulo, e são imprescindíveis para a sua confecção, ou seja não pode faltar dentro do requerimento, consequentemente será muito difícil reduzir retirando os mesmos, principalmente entendendo as necessidades de um mercado como o Brasil, onde existe uma mistura ou conflito no entendimento do que é serviço de telemetria e o serviço de segurança/rastreamento. Portanto, a dependência do volume é extremamente alta, mesmo se conseguimos trabalhar para uma nacionalização e atuar no ex-tarifário trazendo-o de 16% para 2%, como a maioria das peças importadas, o volume é muitíssimo influenciador do custo. Ainda não encontrei um fornecedor que consegue fabricar no Brasil, com o volume do Brasil e ser mais competitivo fora do Brasil. Quem conseguiu trazer o volume mundial para uma planta do Brasil, pode chegar a ser mais competitiva.
Dependência do volume é extremamente alta, por conta dos componentes importados e custo Brasil
Existe, no entanto, o sistema de e-Call que é a chamada automática na operação de resgate, que estão implementando em alguns países, e é uma função para salvar vidas e requer Bateria interna para realizar a operação, sem necessitar usar a bateria do veículo que pode ter sido danificada ou desacoplada no sinistro, a adição deste componente equivale é aproximadamente 6% do custo total do Módulo de Conectividade com padrões automotivos.
Segue uma estimativa de Módulos com alojamento OBD II básico (menor requerimento) até Módulos Top, com pelo menos uma saída CAN, como também as variantes com características Não-Automotivas e Automotivas.
A diferença é grande em relação os requerimentos automotivos, mas o risco também, se tornando assim uma decisão estratégica/financeira e não técnica.
Porém, quando a montadora decide suportar com 100% dos módulos montados, um frontend para um MVP com aplicativos mobile e WEB com fácil integração por API´s, uma rede de concessionárias dispostas e treinadas para vender, uma estratégia de fidelização para mitigar o impacto do preço do box no veículo, o cliente se rende ao proposto.
Um paralelo sobre o assunto, se perguntem, após as montadoras colocarem um rádio multimídia com integração com o Apple Carplay, Android auto e possíveis outras integrações em conectividade, onde foram gastos Milhões, qual cliente pede para substituir pelos famosos Pioneer?
Volume com serviços associados e uma estratégia de fábrica, faz o cliente aderir a solução.
Mithermayer
CEO Brasil na act digital
3 aMuito bom! Seja bem vindo a ACT Digital !
Diretor administrativo | Autônomo
3 aMuito bom
Board Member BBM Logística, Sócio proprietário AWRO Logística e Participações, Investidor Angel
3 aMuito bem colocado