Quanto mais inteligente, menos sociável

Quanto mais inteligente, menos sociável

Pelo menos é o que dizem estudos :

Inferno são os outros, decretou Jean-Paul Sartre em Entre Quatro Paredes, peça teatral de 1944. Mais de 70 anos depois, estudo de pesquisadores da London School of Economics e da Singapore Management University, publicado no British Journal of Psychology, parece reforçar a tese do pensador: embora tradicionalmente a socialização de grupos humanos tenha sido fundamental para a sobrevivência da espécie, os autores descobriram que, quanto mais densa a área habitada, menor é o grau de satisfação das pessoas – uma das causas óbvias, por exemplo, seriam as longas distâncias entre a casa e o trabalho, percorridas em ruas congestionadas ou no transporte público lotado. Esta conclusão confirma estudos anteriores que detectaram o fenômeno do “gradiente de felicidade urbano-rural”: residentes em áreas rurais isoladas são mais felizes que habitantes de pequenas cidades, que por sua vez são mais felizes que os de cidades médias...

Entrevistando 15 mil pessoas entre 18 e 28 anos, a pesquisa revelou um dado interessante: quanto maior o nível de inteligência do entrevistado, menor é seu grau de interação social. Para essas pessoas, interações com os outros são perda de tempo que apenas as desviam de objetivos maiores, projetos ambiciosos ou estudos profundos, aumentando seu grau de insatisfação. Além disso, os mais inteligentes estariam mais habilitados a enfrentar os desafios impostos pelos novos tempos à sociedade humana, como rápidas mudanças no mercado de trabalho ou na tecnologia da informação, dispensando a ajuda de outros. Mas cuidado com o truque da insociabilidade forçada. Subordinados menos brilhantes muitas vezes se tornam mais frios e calculistas para parecer mais inteligentes do que são. Isso prejudica o ambiente no trabalho.

"Mas ele tem dado conta do recado", completa Aoki, que lidera 1.500 funcionários, 70% deles na geração Y.

Mais informados e bem preparados. É assim que Vanessa Lobato, 47, vice-presidente de RH do Santander no Brasil, vê os profissionais da geração Y. Ela só acha que sobra um pouco de soberba.

"Eles pensam que dominam tudo, mas quando a gente coloca um desafio grande na mão deles para testá-los vemos que não é bem assim."

Ainda segundo ela, a fronteira que separa os mais experientes dos mais novos é a percepção sobre a carreira. "Um jovem executivo pode negar uma promoção por razões pessoais. Os mais velhos nunca recusarão."

A geração Y é disruptiva, explica a psicóloga Ágatha Alves, que comanda a área de desenvolvimento e gestão da consultoria Aon. "São profissionais que têm mais anseios pessoais sobrepondo os corporativos. Se eles não estão felizes, saem da empresa."

Por isso, diz Svartman, da Estante Virtual, não se pode submeter um "Y" a um trabalho "baunilha". "Sem sabor, com longas jornadas e sem desafios claros", ensina.

E o que também não se pode, segundo especialistas, é fazer de conta que os conflitos no ambiente de trabalho não existem. Para 80% dos executivos que responderam ao levantamento da VitalSmarts, as companhias não contam com programas para lidar com o problema.

"É o mais velho que precisa se reeducar para estabelecer um canal de ligação com o mais jovem. Mas é a empresa que precisa estruturar isso", diz Brandão, da FGV.

Fonte: Epocanegocios

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