Quanto vale nossas ações?

Quanto vale nossas ações?

Há aproximadamente um ano e seis meses faço parte da NuTEQ - Empresa Júnior de Engenharia de Alimentos, Química e Ambiental. Desde meu início, abri minha mente para uma vertente pela qual nunca havia dado a devida atenção: sustentabilidade. Passei a prestar atenção nas minhas atitudes do dia a dia: aquele papel de bala que você joga no chão em vez de guardar para jogar posteriormente no lixo, a torneira que continua ligada na hora de escovar os dentes sem uso contínuo, a quantidade de garrafas que são geradas ao comprar suco industrializado durante o mês, entre muitas outras.

Entrando mais afundo nas problematizações desse assunto, percebo que o mindset geral atual muito mais está pra desacreditar da importância dessas práticas do que para apoiá-las. Na minha trajetória quanto gerente de projetos, inclusive, vendi projetos que agregavam valor em Boas Práticas de Fabricação, Desenvolvimento de Produto, mas na hora de vender um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (serviço que agrega no manejo dos resíduos gerados em um estabelecimento de forma consciente, de modo a reaproveita-los e/ou vendê-los), a relutância do público sempre é forte.

"Mas o que meu estabelecimento ganha com isso?"

Se a resposta fosse algo diferente de retorno financeiro, infelizmente, em 90% dos casos, a reação era de desdém. O capitalismo cegou a todos de modo a perceberem que são essas práticas, as quais grande maioria não adota, são o que poderiam evitar tantos problemas os quais abrimos a boca para reclamar.

Quando vejo o caso de Brumadinho, mais uma vez me encho de tristeza e de vontade de lutar por essa causa. O caso Mariana, que ocorreu a três anos atrás, foi a maior tragédia ambiental do mundo, e até então, com o apurado, Brumadinho já possui apostas de ultrapassar o impacto do anterior acontecimento. Pessoas e animais mortos e desaparecidos, casas perdidas. Famílias destruídas. O meio ambiente que, mais uma vez, implora por atenção.

A mobilização perante a catástrofe é gigante, muitas pessoas que sofrem e se compadecem perante tudo isso (que bom, né?). Mas, diante tudo isso, continuo a me perguntar: será que essas mesmas pessoas analisam suas ações do dia a dia? Evitam as catástrofes que nós, seres humanos, construimos, sem dar a devida importância?

Quanto tem valido nossas ações quando elas não estão evidenciadas nos jornais?

Mateus Gomes

Comercial Grandes Contas

5 a

Excelente texto 👏🏼

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