Quarentena, dia 2.
Enquanto estou em casa seguindo o isolamento à risca e vendo várias pessoas (até mesmo colegas e familiares) tratarem a pandemia como férias ou chance de botar em dia alguns compromissos, também dobrei meu tempo nas redes sociais e não pude deixar de observar as movimentações dos meus colegas de profissão.
Alguns colegas preparam materiais virtuais para seus alunos estudarem, outros orientam sobre canais interessantes para estudo durante a quarentena e alguns aparentemente já tem a tecnologia aliada em sua prática e já orientam o aplicativo da escola, direcionam as atividades da disciplina, com datas de entrega mesmo em período de recesso.
E penso nos meus alunos.
Alguns seguindo as orientações e ficando em casa, mas muitos de seus familiares não gozam do direito de estar em quarentena. Outros trabalhando, a quarentena não chegou até eles e muito menos a possibilidade de aulas virtuais. Alguns dos meus alunos eu consigo orientar para um estudo dirigido em casa, mas a quantidade é extremamente baixa e só daí já consigo o quanto a BNCC ainda é excludente por si só.
Mas nem é com isso que me preocupo tanto. Recentemente passamos por chuvas intensas que levaram tudo que muitas famílias tinham no estado: roupas, comidas, móveis, eletrodomésticos… Como essas famílias estão?
A escola muitas vezes é o lugar de paz do meu aluno, o lugar de socialização, o lugar de fazer uma refeição completa. Como está o meu estudante nesse segundo dia de recesso? Como serão os próximos 13 dias?
Respiro. Sigo acreditando na ciência brasileira, sigo tentando convencer o máximo de pessoas que conheço a não ignorar o que se pede.
Alguns acham que estamos exagerando, espero que estes estejam certos, mas não posso deixar de pensar no quão insignificante somos nesse grande sistema, não é mesmo?
Na dúvida, aos que podem, fiquem em casa.
Valente, você é sensível e enorme! Feliz por temos nos conhecido! ❤️❤️❤️❤️