Quatro estratégias empresariais que deram certo no Brasil

Quatro estratégias empresariais que deram certo no Brasil

Quatro estratégias empresariais que deram certo no Brasil

Estratégias sempre fizeram parte do mundo empresarial, nas mais diferentes áreas que o compõem. Sejam de vendas, de marketing ou business intelligence, uma coisa é certa: elas são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio.

Com isso em mente, eu gostaria de compartilhar, neste artigo, alguns exemplos de estratégias que deram (muito) certo para empresas atuantes no Brasil — sejam brasileiras ou não —, comentando brevemente o contexto em que cada uma delas nasceu e o caminho trilhado por cada companhia para botá-las em prática. Confira:

Burger King: análise de dados e experiência do usuário 

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O Burger King vem trabalhando em um combo certeiro: análise de dados e experiência do usuário. Para tal, a empresa vale-se de diferentes plataformas e sistemas para coletar informações dos clientes.

Além do sistema de delivery, que oferece comodidade ao usuário e inevitavelmente necessita de informações geográficas e de identificação, a empresa conta também com um aplicativo próprio, onde cada usuário tem um cadastro, e com o Clube BK, seu programa de fidelidade. A rede ainda disponibiliza totens de autoatendimento em suas unidades, através dos quais o usuário pode se identificar pelo CPF ao fazer o pedido.

Os dados coletados são analisados a partir de indicadores como frequência, valor, tipo de produto e recência, informações utilizadas tanto para melhorar e humanizar o atendimento ao cliente nas unidades, como para criação de ofertas personalizadas, de acordo com o gosto e perfil de consumo de cada um. Além da fidelização, tal estratégia tem permitido ao Burger King expandir seu portfólio de produtos e aprimorar suas características competitivas.

Havaianas: reposicionamento e marketing inteligente 

No início da década de 90, as famosas Havaianas passaram por um momento de crise, após quase três décadas de grande sucesso. Até então vendidas como um produto prático e barato, elas passaram a ser associadas às camadas mais baixas da sociedade — algo problemático em alguns níveis, é válido dizer —, além de não serem muito versáteis, com poucas opções de cores e modelos.

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Após algumas pesquisas de mercado, foram lançadas as Havaianas TOP, com novas cores, seguidas pelos primeiros modelos estampados. Paralelamente, a marca aumentou o investimento em publicidade, convidando grandes personalidades da época para estrelar suas campanhas. Para reforçar a mensagem de um produto que “todo mundo usa”, os comerciais sempre traziam celebridades em situações cotidianas, ambientadas em espaços conhecidos e frequentados pela população, independentemente de sua classe social, como um supermercado, por exemplo. 

Um dos mais famosos, ainda hoje lembrado por muitos, é o comercial com Lázaro Ramos, que mostra o ator na praia, usando o mesmo par de Havaianas que o vendedor de um quiosque local. Após comentarem a semelhança, eles começam a criticar problemas sociais que afligem a população brasileira, mas logo se juntam para defender o país das críticas de um argentino que se intromete na conversa, reforçando o patriotismo que integra a mensagem da marca.

O caso das Havaianas é um excelente exemplo de como o reposicionamento de marca, se acompanhado por boas estratégias mercadológicas e de marketing, pode não somente reverter uma situação de crise, mas abrir novos horizontes para qualquer empresa.

Amaro: do online ao físico

Enquanto muitas empresas começam a dar seus primeiros passos no digital, a Amaro fez o caminho contrário: a varejista nasceu como uma loja online, mas logo sentiu a necessidade de investimento no modelo físico, para alcançar novos públicos e expandir o conhecimento (e reconhecimento) da marca.

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A inauguração da primeira loja física aconteceu em 2015, em São Paulo, com uma particularidade muitíssimo inteligente: tratava-se de um guide shop. Diferentemente das lojas comuns, os guide shops não contam com estoque de produtos, constituindo-se em um espaço onde clientes podem conhecer e experimentar as peças. As compras podem ser feitas por lá, em totens de autoatendimento ou com o auxílio de um vendedor, mas as peças são encomendadas online e posteriormente entregues no endereço do comprador, ou, caso o cliente prefira, no próprio guide shop, onde ficará disponível para retirada.

É claro, aqueles que compram pelo e-commerce podem também optar pela retirada em um guide shop, economizando, assim, com o frete. Este modelo de negócio traz grande economia para a marca, ao mesmo tempo que garante sua presença on e offline, com lucros provenientes de ambos as fontes.

Leroy Merlin e o omnichannel 

Gigante no varejo de materiais de construção, a Leroy Merlin foi a primeira empresa de seu segmento a adotar o omnichannel em seus negócios. De maneira resumida, a estratégia consiste em integrar diferentes canais, online e offline, para melhorar e otimizar a experiência de compra dos usuários.

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Na unidade de São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, a primeira loja integrada do país, os vendedores conseguem registrar pedidos e realizar orçamentos diretamente de seu smartphone, em qualquer ponto da loja, além de ter acesso a todas as informações disponíveis no site, como dicas de uso ou instalação dos produtos disponíveis. A solução agiliza o processo de compra e venda em diferentes níveis, conferindo maior comodidade ao cliente e reduzindo filas no caixa.

Este é apenas um entre vários exemplos, já que as possibilidades do omnichannel são muitas –– o cliente pode fazer uma compra no site e retirar na loja, e vice-versa: comprar pessoalmente e solicitar a entrega em domicílio. É possível, inclusive, fazer o pedido de um item pelo site, mas concluir a compra –– seja deste único item ou com itens adicionais –– na loja física. O case da Leroy Merlin demonstra aquilo que há algum tempo vem ficando claro: o omnichannel é o modelo de negócios do futuro (e já do presente). 

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Quem leu até aqui deve ter notado que qualquer uma das estratégias acima pode ser aplicada ao próprio negócio. É claro, cada segmento ou marca tem suas particularidades, as quais inevitavelmente devem ser consideradas em um planejamento estratégico. Ainda assim, conhecer cases de sucesso é fundamental para entendermos a aplicação prática de modelos que muitas vezes só conhecemos em teoria — e perceber que, de fato, eles funcionam.

#estrategia #treinamento #planejamento #palestras

Jaqueline Mulik

Gestão e Consultoria de vendas Ademicon

6 m

Marcelo, Obrigada por compartilhar!

Marcos Baldigen

Especialista Seguro Garantia na GemAway Seguros | Desenvolvimento Estratégico de Negócios, Gestão de Seguros

8 m

Marcelo, obrigado por compartilhar!

Leandro Ferreira

Sócio Especialista em Revisão e Planejamento Tributário

1 a

👍👍

Marcelo F.

Executive Director | Leadership | Sales

2 a

Marcelo, excelente artigo! Muito profundo, bem escrito, e bem dimensionado! Adicionaria o "case" XP do amigo Guilherme Benchimol. Acho o case da XP muito disruptivo!

Carlos Peixoto

Co-founder & Executive Director at H2helium

2 a

Wow! Muito bom, Marcelo Reis. Exemplos de estratégias de negócios vencedoras. Esclarecedor, sem rodeios, direto ao grão! Parabéns!

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