Que Fintech de crédito sobreviverá?

Com o tempo as fintechs encontrarão sua vocação, irão amadurecer e se consolidar em nichos específicos de crédito. Muitas ficarão pelo meio do caminho, principalmente aquelas que desprovidas de experiência creditícia, depositarem sua inteira confiança em fórmulas e algorítmicos elaborados sem o acompanhamento de alguém experimentado na matéria. É preciso uma equipe multidisciplinar.  Grandes instituições já tombaram, porque seus modelos foram baseados em falsas premissas. Basta ler sobre a crise do subprime. Por aqui muitos casos pitorescos aconteceram como o de uma grande rede varejista que teve a ideia de liberar recursos financeiros para seus clientes porque eles possuíam limites para comprar seus produtos. Não deu certo. As vezes tomadas por um bom cenário econômico ou querendo ganhar mercado, as instituições relaxam seus padrões, flexibilizam e vão como muita sede ao pote. No curto prazo a sensação é de acerto, no médio e longo prazo é um desastre. O problema do crédito é que você lida com o estoque das operações. O erro de hoje, ao ser posteriormente descoberto, terá gerado uma montanha de “incobráveis”. O crédito tem sua própria natureza, permeado por uma interação complexa e dinâmica de variáveis comportamentais, econômicas e financeiras, que sofrem grande influência da conjuntura econômica e do seu elevado grau de incerteza. É evidente que o alto poder de processamento e de fontes instantâneas e atualizadas de dados, permitirá o encontro de padrões mais refinados a partir das técnicas matemáticas e estatísticas com a adoção de modelagens preditivas e machine learning. As novas fintechs devem se preocupar em desenvolver um processo de crédito bem estruturado, contemplando todo o seu ciclo e com um acompanhamento diário da qualidade da carteira. O que normalmente acontece é que o foco fica concentrado nas vendas e a qualidade em segundo plano.  Os desafios das fintechs são muitos, mas com um bom processo de crédito as chances de sucesso são bem maiores. Portanto, aos novos empreendedores: sangue nos olhos, faca nos dentes e foco no crédito.